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Partido de Chirac sugere mudar lei trabalhista
Os conservadores do partido do presidente da França, Jacques Chirac, tentaram agradar sindicatos e estudantes na segunda-feira, ao sugerir novas concessões sobre o controvertido projeto sobre emprego para jovens, na véspera de novos protestos e greves nacionais.
Representantes da União para um Movimento Popular (UMP) disseram querer negociações rápidas com os que se opõem ao Contrato do Primeiro Emprego (CPE), o que foi amplamente interpretado como uma forma de sinalizar que o partido está disposto a fazer grandes concessões para mudar a lei.
"Queremos um diálogo aberto sem tabus ou preconceitos", disse o porta-voz da UMP, Luc Chatel, a uma coletiva de imprensa na segunda-feira.
"Precisamos sair desta crise o mais rápido possível. Estamos estendendo a mão e queremos renovar o diálogo."
As manifestações e greves marcadas para a terça-feira serão observadas com interesse para captar sinais de que os dois meses de protestos, algumas vezes violentos, chegaram ao auge no dia nacional de ação, em 28 de março, e que agora tenderiam a diminuir. Segundo os organizadores, três milhões de pessoas participaram dos protestos do dia nacional de ação.
Para combater a alta taxa de desemprego entre os jovens, o CPE tem o objetivo de incentivar os empregadores a contratarem, permitindo que demitam sumariamente empregados com menos de 26 anos dentro de um determinado período. Segundo os críticos, isso vai apenas aumentar a insegurança no trabalho.
Chirac disse na sexta-feira que assinaria o projeto do CPE, transformando-o em lei, mas efetivamente ordenou a sua suspensão dependendo de emendas parlamentares para reduzir o seu período de vigência máxima, de dois para um ano e dar as empregados o direito de saber por que eles estão sendo demitidos.
Essa atitude de Chirac reduziu o risco de renúncia do primeiro-ministro, Dominique de Villepin, defensor do contrato e considerado o sucessor predileto de Chirac para a presidência. Mas pode deixar Villepin enfraquecido enquanto os líderes da UMP procuram uma solução.
O vencedor potencial da situação é o chefe do partido, Nicolas Sarkozy, que também tem ambição de liderar a direita nas eleições presidenciais de 2007 e que pode surgir como um mediador de uma possível solução.
"Primeiro ministro virtual" Patrick Devedjian, importante assessor de Sarkozy, disse que o partido pode ir além das concessões de Chirac e fazer com que os chefes informem por escrito, e não apenas verbalmente, as razões da demissão ¿ cláusula que tornaria mais difícil demitir os trabalhadores, segundo a lei trabalhista francesa.
"Por que não?", disse Devedjian ao jornal Les Echos. "Não adianta ficar obcecado com isso. É um assunto de debate com os parceiros sociais. Estamos prontos para um diálogo total."
Críticos disseram que está claro que Sarkozy tem agora o controle da situação.
"De agora em diante, temos um primeiro-ministro virtual e um real. Mantiveram Dominique de Villepin no posto, mas lhe tiraram toda oportunidade de fazer algo", disse a jornalistas o porta-voz do oposicionista Partido Socialista, Julien Dray.
Bruno Julliard, presidente da organização estudantil Unef, afirmou que Sarkozy lhe disse por telefone durante o fim de semana que a suspensão do CPE é um de vários tópicos que estão para ser debatidos.
É "muito provável que o diálogo seja estabelecido" se Sarkozy deixar claro que o CPE não será posto em vigor e que as conversações não serão apenas sobre emendas, disse Julliard à rádio francesa.
O sindicato empresarial Medef aconselhou suas afiliadas a evitarem o contrato CPE por enquanto, devido à incerteza sobre o seu futuro.
O ex-primeiro-ministro conservador Edouard Balladur, que desistiu de uma tentativa anterior de estabelecer um contrato de trabalho para jovens, em 1994, depois de protestos de rua, disse que a iniciativa de Chirac na sexta-feira efetivamente matou o CPE.
"Já era, está morto, todos sabem disso ¿ em primeiro lugar, porque não vai ser aplicado e, em segundo, porque ficou decidido revê-lo", disse ele à rádio Europe 1.
Representantes da União para um Movimento Popular (UMP) disseram querer negociações rápidas com os que se opõem ao Contrato do Primeiro Emprego (CPE), o que foi amplamente interpretado como uma forma de sinalizar que o partido está disposto a fazer grandes concessões para mudar a lei.
"Queremos um diálogo aberto sem tabus ou preconceitos", disse o porta-voz da UMP, Luc Chatel, a uma coletiva de imprensa na segunda-feira.
"Precisamos sair desta crise o mais rápido possível. Estamos estendendo a mão e queremos renovar o diálogo."
As manifestações e greves marcadas para a terça-feira serão observadas com interesse para captar sinais de que os dois meses de protestos, algumas vezes violentos, chegaram ao auge no dia nacional de ação, em 28 de março, e que agora tenderiam a diminuir. Segundo os organizadores, três milhões de pessoas participaram dos protestos do dia nacional de ação.
Para combater a alta taxa de desemprego entre os jovens, o CPE tem o objetivo de incentivar os empregadores a contratarem, permitindo que demitam sumariamente empregados com menos de 26 anos dentro de um determinado período. Segundo os críticos, isso vai apenas aumentar a insegurança no trabalho.
Chirac disse na sexta-feira que assinaria o projeto do CPE, transformando-o em lei, mas efetivamente ordenou a sua suspensão dependendo de emendas parlamentares para reduzir o seu período de vigência máxima, de dois para um ano e dar as empregados o direito de saber por que eles estão sendo demitidos.
Essa atitude de Chirac reduziu o risco de renúncia do primeiro-ministro, Dominique de Villepin, defensor do contrato e considerado o sucessor predileto de Chirac para a presidência. Mas pode deixar Villepin enfraquecido enquanto os líderes da UMP procuram uma solução.
O vencedor potencial da situação é o chefe do partido, Nicolas Sarkozy, que também tem ambição de liderar a direita nas eleições presidenciais de 2007 e que pode surgir como um mediador de uma possível solução.
"Primeiro ministro virtual" Patrick Devedjian, importante assessor de Sarkozy, disse que o partido pode ir além das concessões de Chirac e fazer com que os chefes informem por escrito, e não apenas verbalmente, as razões da demissão ¿ cláusula que tornaria mais difícil demitir os trabalhadores, segundo a lei trabalhista francesa.
"Por que não?", disse Devedjian ao jornal Les Echos. "Não adianta ficar obcecado com isso. É um assunto de debate com os parceiros sociais. Estamos prontos para um diálogo total."
Críticos disseram que está claro que Sarkozy tem agora o controle da situação.
"De agora em diante, temos um primeiro-ministro virtual e um real. Mantiveram Dominique de Villepin no posto, mas lhe tiraram toda oportunidade de fazer algo", disse a jornalistas o porta-voz do oposicionista Partido Socialista, Julien Dray.
Bruno Julliard, presidente da organização estudantil Unef, afirmou que Sarkozy lhe disse por telefone durante o fim de semana que a suspensão do CPE é um de vários tópicos que estão para ser debatidos.
É "muito provável que o diálogo seja estabelecido" se Sarkozy deixar claro que o CPE não será posto em vigor e que as conversações não serão apenas sobre emendas, disse Julliard à rádio francesa.
O sindicato empresarial Medef aconselhou suas afiliadas a evitarem o contrato CPE por enquanto, devido à incerteza sobre o seu futuro.
O ex-primeiro-ministro conservador Edouard Balladur, que desistiu de uma tentativa anterior de estabelecer um contrato de trabalho para jovens, em 1994, depois de protestos de rua, disse que a iniciativa de Chirac na sexta-feira efetivamente matou o CPE.
"Já era, está morto, todos sabem disso ¿ em primeiro lugar, porque não vai ser aplicado e, em segundo, porque ficou decidido revê-lo", disse ele à rádio Europe 1.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/308289/visualizar/
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