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Chávez quer petróleo com preço mínimo de US$ 50
LONDRES - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descartou o retorno à era do petróleo barato e disse que pedirá à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabelecer uma meta de preço no longo prazo de US$ 50 por barril.
“Estamos tentando encontrar um equilíbrio. O preço do petróleo deveria permanecer no nível mais baixo de US$ 50. Esse é um preço justo, não é um preço alto”, disse Chávez em entrevista exclusiva à BBC.
Na tarde desta segunda-feira, a cotação do barril de petróleo estava a US$ 67 no mercado internacional.
A Venezuela será anfitriã de uma reunião de cúpula da Opep a partir do dia 1º de junho.
Durante os anos 1990, o preço do petróleo girou em torno dos US$ 20 por barril, atingindo o valor mínimo de US$ 10 no início de 1999.
Maior reserva Uma análise feita pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos à qual a BBC teve acesso mostra que a US$ 50 por barril a Venezuela, e não a Arábia Saudita, teria as maiores reservas de petróleo entre os países da Opep.
Isso porque a Venezuela tem vastos depósitos de petróleo extra pesado na região de Orinoco. Tradicionalmente, essas reservas não têm sido contadas, porque elas seriam caras demais para explorar com o petróleo a US$ 20 por barril. Mas a US$ 50 por barril, sua exploração torna-se rentável.
O relatório do Departamento de Energia mostra que aos preços de hoje as reservas de petróleo da Venezuela são maiores que as de todo o Oriente Médio junto - incluindo Arábia Saudita, os Estados do Golfo Pérsico, o Irã e o Iraque.
O Departamento de Energia estima que o governo venezuelano controla 1,3 trilhão de barris de petróleo - mais que todas as reservas de petróleo declaradas no resto do planeta.
Os depósitos da Venezuela sozinhos poderiam estender a era do petróleo por mais cem anos.
As autoridades americanas também identificam o Canadá como outra possível superpotência do petróleo no futuro.
“A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo”, disse Chávez à BBC. “No futuro a Venezuela não terá mais petróleo, mas isso será no século 22.”
Ele pedirá à Opep na reunião de junho para que a organização aceite formalmente que as reservas venezuelanas são hoje maiores que as da Arábia Saudita.
Oposição americana O fortalecimento da posição de Chávez não deve ser bem recebido em Washington, que se opõe abertamente ao seu governo.
Por ironia, ao invadir o Iraque o presidente George W. Bush pressionou os preços do petróleo e efetivamente transferiu bilhões de dólares de consumidores americanos para o governo venezuelano.
A venda de petróleo vem gerando cerca de US$ 200 milhões diários à Venezuela - metade disso vindo dos Estados Unidos.
Chávez gasta esses recursos em investimentos de infra-estrutura, no aumento do salário mínimo e na melhoria dos sistemas de saúde e educação nas áreas mais pobres do país.
Como resultado, até mesmo a oposição admite hoje que Chávez é extremamente popular e será facilmente reeleito na próxima eleição presidencial, em dezembro.
Chávez também está gastando bilhões de dólares no resto da América Latina - trocando contratos para a construção de petroleiros, projetos de infra-estrutura e compra de dívida na Argentina e no Brasil.
Ele também fez acordos para venda de petróleo a preços mais baixos para o Equador e o Caribe.
Além disso, ele também gastou parte dos dólares que recebe dos Estados Unidos para apoiar Fidel Castro em Cuba. Em troca, Cuba enviou milhares de médicos e professores, que estão transformando as condições sociais nos bairros pobres de Caracas.
Compra de influência Washington acusa Chávez de comprar influência na América Latina e de ser anti-democrático. E o governo Bush é acusado de financiar a oposição ao presidente venezuelano.
No início do ano, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, comparou Chávez a Hitler, dizendo que os dois foram eleitos democraticamente.
Chávez disse à BBC acreditar que Bush não aprendeu as lições do Iraque e ordenaria uma invasão para garantir o suprimento de petróleo da Venezuela.
“Eu rezo para que isso não aconteça, porque os soldados americanos morrerão, assim como nós venezuelanos”, disse.
Ele advertiu de que qualquer tentativa de invasão levaria a uma prolongada guerra de guerrilha e suspenderia a produção de petróleo. “O povo americano deveria saber que não haverá petróleo para ninguém”, disse.
Chávez rebateu ainda na entrevista as críticas do premiê britânico, Tony Blair, por seu apoio a Fidel Castro.
“Se alguém está dormindo junto é Bush e Blair. Eles dividem a mesma cama”, disse.
“Estamos tentando encontrar um equilíbrio. O preço do petróleo deveria permanecer no nível mais baixo de US$ 50. Esse é um preço justo, não é um preço alto”, disse Chávez em entrevista exclusiva à BBC.
Na tarde desta segunda-feira, a cotação do barril de petróleo estava a US$ 67 no mercado internacional.
A Venezuela será anfitriã de uma reunião de cúpula da Opep a partir do dia 1º de junho.
Durante os anos 1990, o preço do petróleo girou em torno dos US$ 20 por barril, atingindo o valor mínimo de US$ 10 no início de 1999.
Maior reserva Uma análise feita pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos à qual a BBC teve acesso mostra que a US$ 50 por barril a Venezuela, e não a Arábia Saudita, teria as maiores reservas de petróleo entre os países da Opep.
Isso porque a Venezuela tem vastos depósitos de petróleo extra pesado na região de Orinoco. Tradicionalmente, essas reservas não têm sido contadas, porque elas seriam caras demais para explorar com o petróleo a US$ 20 por barril. Mas a US$ 50 por barril, sua exploração torna-se rentável.
O relatório do Departamento de Energia mostra que aos preços de hoje as reservas de petróleo da Venezuela são maiores que as de todo o Oriente Médio junto - incluindo Arábia Saudita, os Estados do Golfo Pérsico, o Irã e o Iraque.
O Departamento de Energia estima que o governo venezuelano controla 1,3 trilhão de barris de petróleo - mais que todas as reservas de petróleo declaradas no resto do planeta.
Os depósitos da Venezuela sozinhos poderiam estender a era do petróleo por mais cem anos.
As autoridades americanas também identificam o Canadá como outra possível superpotência do petróleo no futuro.
“A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo”, disse Chávez à BBC. “No futuro a Venezuela não terá mais petróleo, mas isso será no século 22.”
Ele pedirá à Opep na reunião de junho para que a organização aceite formalmente que as reservas venezuelanas são hoje maiores que as da Arábia Saudita.
Oposição americana O fortalecimento da posição de Chávez não deve ser bem recebido em Washington, que se opõe abertamente ao seu governo.
Por ironia, ao invadir o Iraque o presidente George W. Bush pressionou os preços do petróleo e efetivamente transferiu bilhões de dólares de consumidores americanos para o governo venezuelano.
A venda de petróleo vem gerando cerca de US$ 200 milhões diários à Venezuela - metade disso vindo dos Estados Unidos.
Chávez gasta esses recursos em investimentos de infra-estrutura, no aumento do salário mínimo e na melhoria dos sistemas de saúde e educação nas áreas mais pobres do país.
Como resultado, até mesmo a oposição admite hoje que Chávez é extremamente popular e será facilmente reeleito na próxima eleição presidencial, em dezembro.
Chávez também está gastando bilhões de dólares no resto da América Latina - trocando contratos para a construção de petroleiros, projetos de infra-estrutura e compra de dívida na Argentina e no Brasil.
Ele também fez acordos para venda de petróleo a preços mais baixos para o Equador e o Caribe.
Além disso, ele também gastou parte dos dólares que recebe dos Estados Unidos para apoiar Fidel Castro em Cuba. Em troca, Cuba enviou milhares de médicos e professores, que estão transformando as condições sociais nos bairros pobres de Caracas.
Compra de influência Washington acusa Chávez de comprar influência na América Latina e de ser anti-democrático. E o governo Bush é acusado de financiar a oposição ao presidente venezuelano.
No início do ano, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, comparou Chávez a Hitler, dizendo que os dois foram eleitos democraticamente.
Chávez disse à BBC acreditar que Bush não aprendeu as lições do Iraque e ordenaria uma invasão para garantir o suprimento de petróleo da Venezuela.
“Eu rezo para que isso não aconteça, porque os soldados americanos morrerão, assim como nós venezuelanos”, disse.
Ele advertiu de que qualquer tentativa de invasão levaria a uma prolongada guerra de guerrilha e suspenderia a produção de petróleo. “O povo americano deveria saber que não haverá petróleo para ninguém”, disse.
Chávez rebateu ainda na entrevista as críticas do premiê britânico, Tony Blair, por seu apoio a Fidel Castro.
“Se alguém está dormindo junto é Bush e Blair. Eles dividem a mesma cama”, disse.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/308330/visualizar/
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