Santa Casa cancela cirurgias por falta de materiais e remédios
O Hospital da Santa Casa de São Paulo enfrenta há uma semana problemas de falta de insumos hospitalares e remédios. A situação também atinge o centro cirúrgico.
Na quarta-feira, todas as cirurgias eletivas (não urgentes) chegaram a ser suspensas. O hospital admite o problema e diz que o desabastecimento se deve a problemas de caixa que surgiram por atraso no repasse de verbas das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
A Santa Casa é uma entidade filantrópica privada que recebe repasses do governo federal pelos atendimentos feitos pelo SUS.
Governo estadual e municipal também financiam. O pronto-socorro do hospital Central realiza em média cerca de 31 mil atendimentos por mês.
A Folha apurou que faltam remédios para tratamento de hipertensão, de insuficiência cardíaca e antibióticos, além de materiais como agulhas, esparadrapos, pulseiras de identificação de pacientes e coletores de secreção, usados em pacientes entubados.
Silva Junior/Folhapress | ||
Pacientes na área interna da Santa Casa, no centro de São Paulo, que enfrenta falta de materiais hospitalares e remédios |
Segundo médicos da Santa Casa ouvidos sob condição de anonimato, desde segunda-feira há uma lousa dentro do local em que médicos e enfermeiros se dirigem para pegar materiais e remédios com uma lista dos itens em falta.
A indicação no local é atender os pacientes com materiais improvisados.
Segundo o superintendente da Santa Casa de São Paulo, Antonio Carlos Forte, a crise no centro cirúrgico ficou restrita à quarta-feira. Segundo ele, ontem nenhum cirurgia foi suspensa. A Folha apurou, no entanto, que apenas cirurgias pediátricas, plásticas e de cabeça e pescoço ocorreram ontem.
OUTRO LADO
O superintendente da Santa Casa, Antonio Carlos Forte, diz que houve um "furo de caixa" por atraso no repasse de verbas das secretarias municipal e estadual de Saúde.
"O doente está aqui internado, espera ser operado hoje e acaba não sendo, é claro que fica prejudicado." Ele, porém, afirma que nenhum paciente ficou "desassistido".
Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado negou o atraso e informou que foram repassados "em dezembro, R$ 12,6 milhões em recursos extras" e que o mesmo valor será repassado até o fim do mês.
Já a secretaria municipal informou que pagou ontem R$ 5,8 milhões referentes a este mês. Sobre as despesas de dezembro, a pasta afirma que o débito de R$ 11,5 milhões também já foi quitado.
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