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Nacional
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 14:16
Por: Gorette Brandão

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O deputado Maurício Rands (PT-PE) é o representante destacado pelo PT para negociar com o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), modificações no texto final do relatório sobre as investigações realizadas pela comissão. Em entrevista coletiva, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), informou que os dois estavam reunidos na manhã desta segunda-feira (3) e salientou que os resultados desses entendimentos vão orientar as novas decisões do partido, que desaprova aspectos fundamentais do relatório.

Ideli reafirmou que o partido continua decidido em relação à necessidade de se retirarem do texto todos os pedidos de indiciamento que estejam baseados em provas consideradas insuficientes ou não-conclusivas pelos parlamentares do PT. No relatório, Serraglio propõe o indiciamento de mais de 100 pessoas, entre as quais o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pelo crime de corrupção ativa.

- Indiciamento, só com prova colhida e contundente - resumiu Ideli.

A líder petista negou na entrevista que seu partido já tenha tomado a decisão de apresentar um relatório paralelo ao de Serraglio. Ela disse acreditar que as alterações ainda podem ser feitas de comum acordo com o relator. Além disso, observou que há como encaminhar as mudanças por meio de voto em separado, reunindo apoio para garantir a aprovação dessas modificações. A votação do relatório está prevista para esta terça-feira (4).

Outro ponto também questionado pelo PT é a caracterização, no texto, da figura do "mensalão" - o pagamento de parlamentares para votar com o governo em matérias de seu interesse ou trocar de legenda a fim de aumentar a base governista.Para Ideli, não há prova de que tal prática tenha ocorrido.

- Houve, sim, pagamentos ilegais, indevidos e ilícitos, mas não há prova de que tenha sido para a compra de votos e para troca de partidos - refutou.

O PT criou uma comissão, que se reuniu, também na manhã de hoje, para analisar o que seriam as "inconsistências" no relatório. Segundo Ideli, foram confrontados os resultados das votações em períodos em que o Congresso analisou matérias de interesse do governo com um período muito maior. Essa análise, segundo ela, mostrou que não existiram variações importantes que sustentem a tese do mensalão, ou seja, não houve variação nos votos dos parlamentares nos períodos em que houve o repasse de verbas.Com relação à troca de partidos, a parlamentar ressaltou que as migrações foram, inclusive, mais intensas durante o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ideli falou à imprensa no gabinete da liderança do PT no Senado, ao lado de outros parlamentares que se ocuparam do exame do relatório. Em vários momentos, ela reafirmou a defesa do ponto de vista de que todos os aspectos do texto que se refiram a fatos sem investigação exaustiva e prova contundente devem apenas ser encaminhados para exame aprofundado dos órgãos competentes.

Relatório deverá ser votado na tarde de terça-feira





Fonte: Agência Senado

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