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Polícia Brasil
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 09:36
Por: Adilson Rosa

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mapeou 22 pontos de prostituição próximos das rodovias federais que cortam o Estado. A maior parte está localizada ao longo das BRs 364/163 sendo apenas dois em Cuiabá. Cálculos extra-oficiais apontam que cerca de 200 adolescentes se prostituem nesses pontos aonde fazem programas com caminhoneiros, o principal cliente das menores. A PRF busca identificar também os aliciadores das menores.

“São pontos de prostituição em geral, não sendo somente de prostituição infantil. As adolescentes se misturam com as adultas”, esclareceu o policial rodoviário federal Átila dos Passos Calonga que coordenou, ontem de manhã, uma simulação de abordagem a caminhoneiro nas estradas.

Segundo o policial, um levantamento realizado pelo Serviço de Inteligência da PRF mostra que o caminhoneiro é bem remunerado e fica muito tempo longe de casa e, por isso, vive emocionalmente fragilizado. Então, parte em busca de prostitutas. “O caminhoneiro acaba se tornando uma presa fácil em locais de prostituição. O que estamos combatendo é a prostituição infantil”, esclareceu.

Caminhoneiros entrevistados pelos policiais revelam que mais de 90% deles mantêm relação sexual com prostitutas, não se importando se se tratam de adolescentes ou maiores de 18 anos. O policial lembrou que quem mantém relação sexual com adolescente está cometendo o crime de exploração de menores. “É crime e dá cadeia, assim como as mães que levam as filhas adolescentes para a prostituição”.

No próximo dia 18 de maio, será deflagrada a quinta edição do Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes nas estradas federais em todo o país. Além da PRF, dezenas de entidades participação de um verdadeiro mutirão. “Será um trabalho repressivo e ao mesmo tempo, explicativo”, completou Calonga.

No ano passado, 13 adolescentes foram detidas durante a Operação, sendo a maior parte delas, em Rondonópolis. “É um número alto e surpreendente”, observou o policial Calunga. A mais nova tinha 13 anos.

Lembrou que as adolescentes agem sempre em companhia de adultas. Ao serem abordadas, mentem a idade se passando por maior de 18 anos. Em outras situações, informam que estão pedindo carona tentando driblar os policiais.

Além de localizar as adolescentes, a PRF tenta identificar os agenciadores. Por trás das garotas estão, muitas vezes, mães que sobrevivem com o dinheiro ganho pelas filhas. Em muitos casos, as mães fazem as adolescentes abandonarem a escola para explorá-las.

Hoje à tarde, a Rede de Combate a Exploração Sexual se reúne no auditório da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, na rua Regis Bitencurt. Na reunião, serão traçadas as estratégias para o dia 18 de maio.





Fonte: Diário de Cuiabá

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