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Tecnologia
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 09:15

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Os históricos pomares do Vale do Silício praticamente desapareceram, com exceção de uma última fruta: a maçã. A Apple celebra seu 30º aniversário dia 1º de abril deste ano, e teve em seu currículo uma série de fracassos para no final emergir como uma vencedora. Sua marca e seus produtos - do Mac ao iPod - são ao consumidor os mais desejados e inovadores.

Apesar de todo o seu sucesso recente, a Apple ainda tem uma grande parcela de desafios pela frente enquanto amadurece como um provedor de mídia digital. Na arena da música, onde a empresa domina o mercado, legisladores franceses estão tentando forçar a empresa a mudar sua fórmula de sucesso, que liga o popular tocador iPod à loja online iTunes Music Store.

Gravadoras também querem mudanças e combatem a insistência da Apple em manter o download de músicas por US$ 0,99. O presidente da empresa, Steve Jobs, diz que as gravadoras são "gananciosas".

No espaço da computação, onde a Apple está tendo suas melhores vendas em anos, empresas de segurança têm descoberto novas vulnerabilidades no sistema operacional do Macintosh. Apesar das falhas serem inofensivas, especialistas afirmam que isto é um sinal que a Apple está se mostrando um alvo mais evidente para hackers, que no passado estiveram focados em peso no sistema da Microsoft.

"A Apple está mais em evidência agora que é uma grande força", disse Tim Bajarin, presidente da Creative Strategies, uma empresa de consultoria. "E estes problemas só começaram."

A jornada da Apple começou em 1976 quando dois jovens que desistiram da faculdade - Jobs, um expert em marketing, e seu amigo Steve Wozniak, um gênio da engenharia - fundaram uma empresa no dia 1º de abril, para vender computadores pessoais. Outro amigo, Ron Wayne, resolveu não participar do negócio arriscado depois de duas semanas.

Seu primeiro produto foi um kit de computador faça-você-mesmo. Um ano depois, em 1977, o microcomputador Apple II foi criado. Não foi o primeiro computador pessoal do mercado, mas o de mais sucesso da época - não só entre engenheiros, mas usuários domésticos também. Muitos creditam ao Apple II a gênese da revolução do computador pessoal.

A influências culturais e tecnológicas da Apple só cresceram desde então. Algumas das criações da empresa de Cupertino, na Califórnia, foram desastres de vendas, mas ainda assim se tornaram uma fonte de inspiração e renda para outros.

O Apple Lisa, lançado em 1983, usava uma interface gráfica inovadora com ícones e mouse, que hoje substituiu os antigos sistemas de texto. Entretanto o alto preço fadou o computador ao fracasso. O aparelho custava US$ 9,995, levando os consumidores a comprar do seu principal rival, a IBM.

O Apple Macintosh, de sucesso estrondoso - e também mais acessível ao bolso - foi lançado em 1984, introduzindo a publicação via desktop, que permitia que usuários criassem seus próprios documentos e fizessem uma impressão.

A Microsoft eventualmente copiou a interface gráfica amigável e licenciou o Windows para computadores compatíveis com o IBM PC. Os clones do PC proliferaram, enquanto as vendas do Macintosh foram abafadas pela decisão de não permitir que seu software fosse liberado para outros fabricantes.

A década seguinte foi marcada por uma briga de poder, que forçou Steve Jobs a deixar a companhia, uma série de passos mal dados e projetos fracassados. O mais notável fracasso da Apple foi o Newton, o primeiro PDA do mercado.

Em 1996, quando a Apple estava batalhando por uma fatia do mercado dos computadores pessoais, e seus esforços para melhorar o seu sistema operacional estavam estancados, a empresa comprou a nova companhia de Jobs, a NeXT, trazendo de volta o filho pródigo.

Jobs, cujo carisma é o rosto da Apple, levou a empresa à ressurreição com uma novidade atras da outra. Primeiro foi o iMac com o novo e excelente OS X, depois o tocador de música digital iPod e, por último, a loja online iTunes Music Store.

Um projeto paralelo de Jobs, adquirido enquanto estava ausente da Apple, o estúdio de animação Pixar também chegou ao estrelato em Hollywood. A conexão com a Pixar, que agora foi vendida para a Disney, elevou o nível da Apple no mundo do entretenimento digital.

As franquias iPod e iTunes têm popularizado a noção de música - e mais recentemente vídeo - portátil. Eles também influenciaram a explosão do podcast.

Hoje a Apple é uma empresa de sucesso com uma reputação de Davi que luta contra o Golias da Microsoft e o resto da indústria de PC. A empresa pode ter apenas 4% da fatia do mercado mundial de microcomputadores, mas analistas dizem que o sistema operacional Mac OS X é que está estabelecendo o padrão e fazendo a Microsoft correr atrás com novidades, como imagens 3D e aplicativos widgets.

Muitos analistas esperam que o domínio do mercado pela Apple com o iPod - que funciona tanto em sistemas Windows como em Macintosh - e seu novo processador Intel, que é o mesmo dos sistemas Microsoft, vai ajudar a aumentar o alcance da empresa no mercado.

Enquanto isso, a saúde financeira da Apple está melhor que nunca. O ano fiscal de 2005 rendeu um US$ 14 bilhões, com um lucro líquido de US$ 8 bilhões. "A Apple vai continuar a ser uma potência no mundo da inovação, e da música portátil e vídeo", disse Bajaran. "O desafio agora é como inserir o Mac mais no estilo de vida digital."

Não interessa como a empresa for em seus futuros projetos, muitas coisas que as pessoas fazem hoje - de impressão via desktop e download de músicas - serão sempre frutos da Apple.





Fonte: AP

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