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Polícia Brasil
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 08:09
Por: Patrícia Neves

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Dez adolescentes, entre 13 e 17 anos, foram assassinados nos 3 primeiros meses deste ano, em Cuiabá. No ano passado, outros 40 morreram, segundo dados da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A morte de pessoas com menos de 18 anos representou 15% dos assassinatos registrados em 2005.

As vítimas possuem em comum o fato de serem moradores de regiões de periferias das duas cidades. A maioria tinha algum tipo de envolvimento com atos ilícitos, revelam os dados colhidos junto à unidade policial. Este ano pelo menos 150 garotos já foram apreendidos pela prática de crimes e levados para Delegacia do Adolescente (DEA). No ano passado foram mais de 1,5 mil. O envolvimento com o tráfico, uso de entorpecentes e a rivalidade entre turmas encabeçam a listagem sobre os motivos que levam a esse número de óbitos.

Três dos adolescentes assassinados este ano tinham somente 14 anos, como o caso de Rafael da Costa Aguiar, morto no dia 4 de fevereiro no bairro Jardim Novo Horizonte, região do Grande CPA. O menino levou uma garrafada na cabeça e, posteriormente, tiros. O por quê? Tentou se esconder da chuva em uma lanchonete no bairro vizinho ao que morava. O ato inocente foi interpretado como uma invasão de espaço. Sem chance, Rafael foi cercado por um grupo de garotos e morto à queima-roupa. Outra vítima, foi o adolescente Kenedy Palmer de Almeida, 16. Espancado até a morte no CPA III, em fevereiro deste ano.

“Ele tinha abandonado a escola. Tinha problemas. Ele saiu de casa e não foi mais visto. Tinha problema com uso de drogas”, diz a avô do garoto, Banser Mancilia. Sem perspectivas, sem que os direitos constitucionais previstos a qualquer cidadão sejam cumpridos, esses adolescentes terminam conhecendo o mundo do tráfico, o furto, o crime. Atos de violência se tornam banais, coisa de rotina já que os parâmetros que conhecem são esses. Muitos deles, deixam a escola, abandonam a família e iniciam as atividades ilícitas quando começam a atuar como “aviões” de traficantes, fazendo a entrega de droga.





Fonte: A Gazeta

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