Repórter News - reporternews.com.br
Mandelson pede que Mantega não seja 'protecionista'
Um dia depois da posse do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o comissário de comércio da União Européia, o britânico Peter Mandelson, disse que espera que ele não faça opção pelo protecionismo econômico.
"Espero que o sucessor (de Antonio Palocci) não dê ênfase em proteger o Brasil da competição internacional", afirmou.
"Acho que isso seria um retrocesso. Eu desejo que a política (econômica) seja mantida."
Para Mandelson, a linha econômica é responsabilidade do governo e não do ministro que deixa a pasta.
Doha
Recentemente, o Ministério da Fazenda – quando Palocci ainda era seu titular – chegou a ser apontado como a pasta que, no governo brasileiro, mais apoiava o corte das tarifas de importação de bens industriais, um dos itens discutidos na Organização Mundial de Comércio (OMC).
As declarações do representante da União Européia foram feitas pouco antes de seu embarque para São Paulo, onde estão previstas reuniões com empresários e, no sábado, no Rio de Janeiro, com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o diretor-geral da OMC, o francês Pascal Lamy.
O encontro está agendado para se tentar avançar nas negociações da Rodada de Doha.
"Essa reunião vai ser uma oportunidade para entender as diferenças entre os atores decisivos das discussões e tentar diminuir (nossas) distâncias de visões", afirmou.
Numa entrevista à imprensa estrangeira, em Buenos Aires, antes de sair para o aeroporto, ele criticou a postura dos Estados Unidos de, muitas vezes, atuar como "intermediário" das negociações entre a Europa e os países em desenvolvimento.
"Esse é um erro porque os Estados Unidos também têm uma contribuição importante na Rodada de Doha", disse.
"Eles não podem ficar à margem das discussões agrícolas. Eles fizeram uma oferta incompleta, em outubro, para reduzir e disciplinar seus subsídios agrícolas. Esse é um assunto que ainda não foi concluído", ressaltou.
Integração
Aos ser questionado se a União Européia teria uma nova oferta sobre subsídios agrícolas nas negociações com o Mercosul, ele disse "não".
Mandelson declarou que o Mercosul está concentrado no acesso a mercados e num grupo reduzido de produtos: carne, frango, etanol e produtos agrícolas processados, exemplificou.
"O Mercosul quer exclusões mínimas nessas áreas, exclusões maiores para si e perde no acesso a mercados e com períodos maiores de transição, antes da liberalização do comércio", enfatizou.
"Dentro desse parâmetro, podemos dizer que existirá um acordo, mas só se os dois lados tiverem flexibilidade similar", disse.
Quando perguntado se achava que a economia brasileira é hoje mais aberta que a da Argentina, ele respondeu que o Mercosul deve atuar como força de integração – interna e internacionalmente.
"Mas que essa integração não seja usada para manter tarifas (barreiras tarifárias) altas e proteção ultrapassada", disse.
"Espero que o Mercosul use sua força para olhar para frente, para incrementar sua competitividade."
"Espero que o sucessor (de Antonio Palocci) não dê ênfase em proteger o Brasil da competição internacional", afirmou.
"Acho que isso seria um retrocesso. Eu desejo que a política (econômica) seja mantida."
Para Mandelson, a linha econômica é responsabilidade do governo e não do ministro que deixa a pasta.
Doha
Recentemente, o Ministério da Fazenda – quando Palocci ainda era seu titular – chegou a ser apontado como a pasta que, no governo brasileiro, mais apoiava o corte das tarifas de importação de bens industriais, um dos itens discutidos na Organização Mundial de Comércio (OMC).
As declarações do representante da União Européia foram feitas pouco antes de seu embarque para São Paulo, onde estão previstas reuniões com empresários e, no sábado, no Rio de Janeiro, com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o diretor-geral da OMC, o francês Pascal Lamy.
O encontro está agendado para se tentar avançar nas negociações da Rodada de Doha.
"Essa reunião vai ser uma oportunidade para entender as diferenças entre os atores decisivos das discussões e tentar diminuir (nossas) distâncias de visões", afirmou.
Numa entrevista à imprensa estrangeira, em Buenos Aires, antes de sair para o aeroporto, ele criticou a postura dos Estados Unidos de, muitas vezes, atuar como "intermediário" das negociações entre a Europa e os países em desenvolvimento.
"Esse é um erro porque os Estados Unidos também têm uma contribuição importante na Rodada de Doha", disse.
"Eles não podem ficar à margem das discussões agrícolas. Eles fizeram uma oferta incompleta, em outubro, para reduzir e disciplinar seus subsídios agrícolas. Esse é um assunto que ainda não foi concluído", ressaltou.
Integração
Aos ser questionado se a União Européia teria uma nova oferta sobre subsídios agrícolas nas negociações com o Mercosul, ele disse "não".
Mandelson declarou que o Mercosul está concentrado no acesso a mercados e num grupo reduzido de produtos: carne, frango, etanol e produtos agrícolas processados, exemplificou.
"O Mercosul quer exclusões mínimas nessas áreas, exclusões maiores para si e perde no acesso a mercados e com períodos maiores de transição, antes da liberalização do comércio", enfatizou.
"Dentro desse parâmetro, podemos dizer que existirá um acordo, mas só se os dois lados tiverem flexibilidade similar", disse.
Quando perguntado se achava que a economia brasileira é hoje mais aberta que a da Argentina, ele respondeu que o Mercosul deve atuar como força de integração – interna e internacionalmente.
"Mas que essa integração não seja usada para manter tarifas (barreiras tarifárias) altas e proteção ultrapassada", disse.
"Espero que o Mercosul use sua força para olhar para frente, para incrementar sua competitividade."
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/308792/visualizar/

Comentários