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Quinta - 30 de Março de 2006 às 07:52
Por: Raquel Teixeira

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As alternativas para solucionar a crise e o futuro do agronegócio brasileiro e, especialmente, de Mato Grosso, estado que se sustenta basicamente com o que é gerado pelo setor, serão os principais pontos a serem debatidos na 5ª edição da Agrishow Cerrado 2006.

Lançada nesta quarta-feira (29) pelo governador Blairo Maggi e organizadores do evento, a feira terá como tema “Novos Horizontes do Agronegócio”, reunindo o que há de mais moderno em produtos, maquinários, insumos agrícolas, agroquímicos e cultivares. A feira será realizada de 18 a 22 de abril, no Parque de Exposições Wilmar Peres de Farias, em Rondonópolis.

Mato Grosso cresceu substancialmente nos últimos 20 anos no emprego de tecnologia a serviço da produtividade no campo. A realização da Agrishow Cerrado veio reforçar ainda mais essa qualidade empregada e uso de novas tecnologias foram repassadas ao setor, o que favoreceu e fez com a agricultura mato-grossense registrasse um aumento de até 500% em produtividade nas últimas duas décadas.

As inovações tecnológicas foram levadas não somente ao campo, mas tiveram que chegar, obrigatoriamente, às empresas fabricantes de maquinários e implementos. O investimento de entidades privadas na área de pesquisa e melhoramento fez com que em Mato Grosso a produtividade da soja, por exemplo, saltasse de 1.800 quilos por hectare para 3.120 quilos e o algodão triplicasse a produtividade.

“Hoje, a política cambial inverteu parte desse quadro conquistado, com o aumento nos custos de produção. Nossos preços não estão ruins, mas o câmbio nos mata Em uma feira como a Agrishow, ninguém espera vendas, mas que seja discutido o futuro da agricultura, o que há de melhor em tecnologia, não somente em Mato Grosso, mas em todo o mundo. Discutir saídas, trazendo o Governo Federal para dentro da discussão pois a solução final da crise não está no campo, mas passa, invariavelmente, pela União, pois é um problema conjuntural”, destacou Maggi.

Para o governador, a realização da feira se justifica basicamente pelo ganho tecnológico obtido ao longo dos anos. “Somente por continuar com esse avançado processo, apresentando ao produtor o que há de mais moderno em inovação no campo, para que haja maior ganho em produtividade, no plantio e controle de pragas, por exemplo, a feira já se justifica”, reforçou.

Maggi observou também a necessidade de esclarecer a importância que o setor do agronegócio mantém na estrutura sócio-econômica do País. “A dificuldade é extremamente grande em fazer compreender a importância estratégica do setor fora do próprio contexto, pois as nossas atuais gerações não têm uma noção clara das atividades primárias do setor”, observou. “Este é um desafio para superarmos também, pois de uma maneira bem simples agronegócio é tudo aquilo produzido no campo, em área rural. Não há possibilidade de sobrevivermos sem o que é produzido no campo”.

Como ressaltou Hugo Ribeiro, presidente da Fundação Mato Grosso, uma das entidades organizadoras do evento, a feira vai mostrar os resultados de pesquisas para melhorar a produtividade no campo. “Por isso, é preciso pensar e agir rápido e entender que a realidade do agronegócio é caminhar para a evolução na agricultura no Cerrado. A feira está aí para mostrar que é preciso investir em laboratórios, pesquisas e eventos que ampliem o espaço de discussões e a troca de informações entre toda a cadeia produtiva”, destacou Ribeiro.

Assim como em anos anteriores, a Agrishow trará palestras e difusão tecnológica sobre o panorama atual do setor. O evento é apontado como um dos caminhos para que o produtor tenha em mãos alternativas para o conhecimento dos problemas e soluções para a agricultura.

Para o presidente do Sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, mesmo com a atual crise cambial, a expectativa é positiva para a realização da feira. “Todo os setores envolvidos devem se integrar para buscar soluções que sejam interessantes, debatendo saídas para essa crise e com isso, pressionando o Governo Federal”, afirmou Sérgio.

O presidente da Agrishow defendeu ainda que a busca pelo aumento na produtividade é a melhor saída. “Dessa forma, a feira vem cumprir sua finalidade, pois é uma feira de tecnologia, não de venda de máquinas, mas de tecnologia de ponta. Isso é que traz renda para o produtor e, por mais que este ano seja ainda extremamente difícil, é o ano mais importante para a participação de todos os envolvidos”, reiterou ele. “As soluções devem ser criativas, mas não está ao nosso alcance - dos empresários ou do governador deste Estado - a resolução, mas do Governo Federal”, observou Sérgio.

Com um setor que sustenta 40% da economia brasileira, os reflexos das extensas dificuldades de produção e rentabilidade já podem ser sentidos em cidades que não possuem ligação direta com o setor do agronegócio, como apontou o prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti. “Essa é a oportunidade de mostrar que o caminho passa pela tecnologia e que é uma alternativa para que possamos retomar nossa capacidade de investimento”, disse o prefeito.

A 5ª Agrishow Cerrado é realizada em parceria também pela Associação Brasileira de Indústria de Máquinas (Abimaq), Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda) e Sociedade Rural Brasileira.

Seminário

Para superar um desafio como esse, reforçando nacionalmente o conceito e a importância do agronegócio, o Governo do Estado promove em 10 de abril, em São Paulo, um seminário que reunirá líderes empresariais de diversos setores e entidades econômicas, entre eles a Confederação Nacional da Indústria e Federação das Indústrias de São Paulo.

“Falar para nós, do setor, é redundante. Nós sabemos, mas é necessário exteriorizar nacionalmente, pois alguns setores, como os bancos, ainda não sentiram a crise, mas ela está chegando. Devemos e temos que dar o nosso grito, de que as coisas por aqui não estão bem, pois falta ao Governo Federal esse olhar de que as coisas precisam ser equalizadas. Somos pequenos em peso político, mas economicamente, nosso peso é muito grande”, afirmou Blairo Maggi, ao anunciar a realização do seminário.

Participaram também do lançamento da 5ª Agrishow Cerrado a vice-governadora Iraci França e os secretários de Estado Terezinha Maggi (Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social), João Carlos Ferreira (Cultura), Yênes Magalhães (Planejamento e Coordenação Geral), Vilceu Marcheti (Infra-Estrutura), José Carlos Dias (Comunicação Social), Luiz Antônio Pagot (Casa Civil), coronel Santos Valle (adjunto da Casa Militar), adjunto de Educação, Noi Scheffer, Ilma Grisoste (Ciência e Tecnologia), presidentes da Fapemat, Flávia Nogueira; do Ceprotec, Luiz Fernando Caldart e da MT Fomento, Éder Moraes; adjunto de Desenvolvimento Rural, Manoel Palma, presidente da Ager, Márcia Vandoni, prefeita em exercício de Cuiabá, vereadora Chica Nunes, deputado estadual Joaquim Sucena, prefeito de Campo Verde, Dimorvan Brescancin, representantes do Sindicato Rural de Rondonópolis, Olavo Aguiar, da Ampa, Décio Tocantins, da Câmara Municipal, Mohamed Zaher.





Fonte: Secom-MT

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