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Internacional
Quinta - 30 de Março de 2006 às 07:31
Por: Eric Brücher Camara

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Pontualmente às 8h30m18s desta quinta-feira (23h30m18s de quarta-feira, em Brasília), a explosão provocada pelo acionamento dos foguetes acoplados à nave espacial Soyuz TMA-8, que levou o primeiro brasileiro, ao espaço ressonou nos campos desertos do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

Poucos segundos mais tarde, a nave desapareceu no céu rumo à Estação Espacial Internacional (EEI), onde o cosmonauta brasileiro, tenente-coronel Marcos Pontes, de 43 anos, vai passar oito dias realizando os experimentos da missão Centenário, batizada em homenagem aos cem anos do vôo do 14 Bis, de Santos Dumont.

O lançamento foi assistido por dezenas de jornalistas e algumas autoridades brasileiras, entre elas o presidente da Agência Espacial Brasileira, Sérgio Gaudenzi, e o seu vice, João Azevedo. Estava presente também uma comissão de políticos, entre eles o senador Saturnino Braga (PT-RJ) e o deputado Aroldo de Oliveira (PFL-BA), além da mulher do cosmonauta, Francisca de Fátima Pontes e seus dois filhos, Fábio Francisco e Ana Carolina.

Nos próximos dois dias, navegando em torno da Terra a cerca de 28 mil quilômetros por hora, a tripulação da Soyuz, composta pelo russo Pavel Vinogradov e pelo americano Jeffrey Williams, além de Pontes, vai corrigir gradativamente a rota da nave até que ela se iguale à órbita da EEI, a cerca de 360 quilômetros de altitude.

A acoplagem está programada para acontecer no dia 1º de abril, mas o encontro com os atuais ocupantes da estação orbital – o russo Valery Tokarev e o americano William McArthur – só vai acontecer três horas depois.

Durante este intervalo, as atmosferas entre as duas naves são igualadas para que as escotilhas possam ser abertas e os três recém-chegados possam flutuar para dentro da EEI.

Cerca de três horas antes do embarque, Pontes, Vinagradov e Williams fizeram os últimos testes e ajustes na roupa pressurizada que utilizariam depois na Soyuz.

Antes de embarcarem no ônibus que os levou até a plataforma de lançamento Gagarin – a mesma de onde partiu o vôo do primeiro homem a ir para o espaço, Yuri Gagarin -, os três astronautas se apresentaram a Nikolai Moiseev, co-presidente da alta comissão da Energia, uma das empresas que integram a agência espacial russa.

Do dia 1º ao dia 8 de abril, Marcos Pontes vai executar os oito experimentos selecionados pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Durante sua permanência no espaço, Pontes vai se comunicar com a Terra várias vezes por dia.

O primeiro contato será com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. O cosmonauta deve falar também com jornalistas brasileiros, técnicos da missão e com seu médico, o tenente-coronel Luiz Cláudio Lutiis.

Lutiis afirmou que entre suas principais preocupações, está a possível falta de descanso do cosmonauta.

"Ele vai estar em uma situação parecida com a de uma criança cheia de brinquedos novos. Um estado de hiperatividade que pode dificultar o sono", disse Lutiis.

O médico ressaltou também o incômodo representado pelo barulho constante das máquinas em funcionamento na estação orbital.

"O ruído fica por volta de 60 a 70 decibéis, o equivalente a uma sala grande cheia de gente falando ao mesmo tempo."

O custo da viagem de Pontes para o governo brasileiro foi de cerca de US$ 10 milhões, metade do preço cobrado pelos russos para esse tipo de missão graças a uma parceria firmada entre Brasil e Rússia.





Fonte: BBC Brasil

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