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Quinta - 30 de Março de 2006 às 06:27
Por: Adilson Rosa

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O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar espera para logo a transferência do bicheiro João Arcanjo Ribeiro da Penitenciária Regional de Pascoal Ramos para uma unidade prisional de outro Estado.

Alguns policiais admitem que o Batalhão está praticamente engessado, pois os soldados são obrigados a prestar segurança integral ao preso, deixando de atender a sociedade. Todos os 60 homens da unidade estão empenhados na segurança do “Comendador”. Amanhã esgota-se o prazo de 20 dias que o governador Blairo Maggi concedeu para que o bicheiro ficasse em Mato Grosso.

Mas não há indicativo de que esse prazo seja cumprido. O comandante do Bope, tenente-coronel Joelson Sampaio, disse não ter instruções para a transferência de Arcanjo. “Estamos aguardando ordens. Se tivermos que fazer a transferência, assim será feito. Enquanto isso, estamos fazendo a segurança externa da melhor maneira possível”, informou.

A Polícia Federal informou à PM que poderá usar um avião para o deslocamento de Arcanjo até Cuiabá para as audiências, caso ele seja mesmo levado para outro Estado. Diante da proposta, os policiais do Bope acreditam que o bicheiro poderá ser transferido em breve.

Um PM, no entanto, lembrou que o ex-cabo Hércules Araújo Agostinho deveria ficar 30 dias na Penitenciária e está preso por lá há mais de dois anos. “Se for usado o mesmo esquema, o Arcanjo ficará um bom tempo por aqui”.

No entendimento de alguns policiais, o Bope está praticamente parado ao fazer exclusivamente a segurança externa de Arcanjo. Para isso, tem que deixar de atender as operações especiais. Anteontem, durante um assalto com refém, no Jardim Cuiabá, os policiais do Bope não participaram da negociação. Embora eles tenham ido ao local no final do trabalho, foram os PMs do 1o Batalhão que tomaram a frente.

“A sociedade precisa do Bope. Temos várias tarefas a cumprir e a sociedade vai nos cobrar. O Arcanjo tem que ser transferido daqui, de qualquer forma”, disse um policial do Batalhão.

Desde a chegada do bicheiro, policiais do Bope fazem a segurança externa de forma integral. Os policiais se revezam nos turnos. Uma sala administrativa funciona próximo da cela do bicheiro.

Até a comida de Arcanjo é a mesma servida aos policiais. “Pegamos a comida nos bandejões e fazemos o sorteio na hora para servir (ao Arcanjo). Dessa forma evitamos qualquer problemas com a alimentação”, explicou o comandante do Comando de Policiamento Especializado, tenente-coronel Gilson Farid.





Fonte: Diário de Cuiabá

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