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Em cúpula, árabes rejeitam políticas unilaterais de Israel
Líderes árabes reunidos no Sudão na quarta-feira mostraram-se decepcionados com a vitória, nas eleições gerais israelenses, de um partido comprometido com a adoção de medidas unilaterais.
Os 22 países-membros da Liga Árabe concluíram uma cúpula de dois dias na capital sudanesa com uma rejeição unânime dos planos de Israel. E o Iraque e a Arábia Saudita acrescentaram um tom de rancor nos últimos momentos da reunião, que contou com a presença de poucos chefes de Estado.
O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshiyar Zebari, acusou os vizinhos árabes de seu país de não evitar a infiltração de insurgentes e de permitir que os meios de comunicação criassem uma atmosfera favorável aos ataques de rebeldes contra as forças dos EUA e do Iraque.
A Arábia Saudita recusou a oferta de ser palco da cúpula do próximo ano e sugeriu que o Egito organizasse o evento. O governo saudita não apresentou motivos para sua decisão.
Os chefes de Estado árabes disseram continuaram comprometidos com uma iniciativa de 2002 que oferece a Israel paz e relações normalizadas em troca da retirada de terras ocupadas na Guerra dos Seis Dias (1967).
Os dirigentes prometeram continuar com o apoio financeiro, de 55 milhões de dólares mensais, para a Autoridade Palestina e exortaram outros doadores a manter o envio de verbas mesmo depois de o governo liderado pelo Hamas tomar posse.
Os israelenses que foram às urnas na terça-feira ignoraram a oferta de paz dos árabes e deram a vitória ao partido Kadima, do primeiro-ministro interino Ehud Olmert. O líder prometeu anexar partes da Cisjordânia e definir unilateralmente as fronteiras de Israel se os militantes palestinos não depuserem suas armas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o resultado das eleições não faria diferença se Olmert não reformar suas políticas.
"Esse resultado não mudará nada enquanto a agenda de Olmert não mudar e ele não abandonar a questão dos ''acordos unilaterais"'', afirmou Abbas a repórteres.
''FANTASIA ISRAELENSE''
O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Al Moualem, disse que a vitória do Kadima era esperada e que o mais importante era observar o tipo de coalizão que o partido formaria e "que rumo adotaria — pacífico ou não".
"A bola está nas mãos dos israelenses porque, durante anos desde o lançamento de Madri (da conferência de paz de 1991 realizada na capital espanhola), Israel, com todos os seus partidos governistas, colocou obstáculos à paz", acrescentou.
O presidente da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que "não é compreensível aceitar retiradas unilaterais realizadas segundo o capricho de Israel. Isso não funcionará, mas apenas piorará as coisas".
O chanceler Abdelelah Al Khatib, da Jordânia, um dos dois países árabes que selou tratados de paz com Israel, mostrou-se menos pessimista: "É cedo demais para julgar."
"Esperamos que as eleições contribuam na criação das condições adequadas para a retomada das negociações", disse.
A maior parte dos chefes de Estado deixou a cúpula na quarta-feira de manhã. E dez deles, entre os quais o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o rei Abdullah, da Arábia Saudita, nem mesmo participaram do evento.
A ausência de vários dirigentes decepcionou o governo sudanês, que esperava ver, no evento, mostras de solidariedade contra as críticas que vem sofrendo devido à forma como enfrenta os conflitos na região de Darfur.
(Com reportagem de Suleiman al-Khalidi e Opheera McDoom)
Os 22 países-membros da Liga Árabe concluíram uma cúpula de dois dias na capital sudanesa com uma rejeição unânime dos planos de Israel. E o Iraque e a Arábia Saudita acrescentaram um tom de rancor nos últimos momentos da reunião, que contou com a presença de poucos chefes de Estado.
O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshiyar Zebari, acusou os vizinhos árabes de seu país de não evitar a infiltração de insurgentes e de permitir que os meios de comunicação criassem uma atmosfera favorável aos ataques de rebeldes contra as forças dos EUA e do Iraque.
A Arábia Saudita recusou a oferta de ser palco da cúpula do próximo ano e sugeriu que o Egito organizasse o evento. O governo saudita não apresentou motivos para sua decisão.
Os chefes de Estado árabes disseram continuaram comprometidos com uma iniciativa de 2002 que oferece a Israel paz e relações normalizadas em troca da retirada de terras ocupadas na Guerra dos Seis Dias (1967).
Os dirigentes prometeram continuar com o apoio financeiro, de 55 milhões de dólares mensais, para a Autoridade Palestina e exortaram outros doadores a manter o envio de verbas mesmo depois de o governo liderado pelo Hamas tomar posse.
Os israelenses que foram às urnas na terça-feira ignoraram a oferta de paz dos árabes e deram a vitória ao partido Kadima, do primeiro-ministro interino Ehud Olmert. O líder prometeu anexar partes da Cisjordânia e definir unilateralmente as fronteiras de Israel se os militantes palestinos não depuserem suas armas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o resultado das eleições não faria diferença se Olmert não reformar suas políticas.
"Esse resultado não mudará nada enquanto a agenda de Olmert não mudar e ele não abandonar a questão dos ''acordos unilaterais"'', afirmou Abbas a repórteres.
''FANTASIA ISRAELENSE''
O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Al Moualem, disse que a vitória do Kadima era esperada e que o mais importante era observar o tipo de coalizão que o partido formaria e "que rumo adotaria — pacífico ou não".
"A bola está nas mãos dos israelenses porque, durante anos desde o lançamento de Madri (da conferência de paz de 1991 realizada na capital espanhola), Israel, com todos os seus partidos governistas, colocou obstáculos à paz", acrescentou.
O presidente da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que "não é compreensível aceitar retiradas unilaterais realizadas segundo o capricho de Israel. Isso não funcionará, mas apenas piorará as coisas".
O chanceler Abdelelah Al Khatib, da Jordânia, um dos dois países árabes que selou tratados de paz com Israel, mostrou-se menos pessimista: "É cedo demais para julgar."
"Esperamos que as eleições contribuam na criação das condições adequadas para a retomada das negociações", disse.
A maior parte dos chefes de Estado deixou a cúpula na quarta-feira de manhã. E dez deles, entre os quais o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o rei Abdullah, da Arábia Saudita, nem mesmo participaram do evento.
A ausência de vários dirigentes decepcionou o governo sudanês, que esperava ver, no evento, mostras de solidariedade contra as críticas que vem sofrendo devido à forma como enfrenta os conflitos na região de Darfur.
(Com reportagem de Suleiman al-Khalidi e Opheera McDoom)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/309033/visualizar/
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