Jornalista libanesa ganha prêmio Unesco de liberdade de imprensa

A jornalista libanesa May Chidiac, que perdeu a mão e a perna em um atentado com bomba em setembro passado, em Beirute, recebeu hoje o prêmio mundial da Unesco-Guillermo Cano de liberdade de imprensa 2006.

Em comunicado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) destacou o "profissionalismo" e a forma de falar "às claras" de Chidiac, "em um país traumatizado por anos de guerra".

Esta profissional da rede "LBC", "estrela indiscutível da telinha libanesa", segundo a Unesco, perdeu a mão e a perna em setembro, em um atentado que "comoveu profundamente a opinião pública libanesa, que vê em Chidiac um símbolo da liberdade de expressão".

A organização lembrou que este atentado "era muito semelhante" ao que matara, cinco meses antes, um jornalista do jornal "An Nahar", Samir Kassir, e que em dezembro passado outro profissional deste jornal, Gerban Tueni, morreu em circunstâncias parecidas.

O prêmio de US$ 25.000 será entregue em 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em Colombo, capital do Sri Lanka.

Criado em 1997, o prêmio Unesco-Guillermo Cano homenageia todos os anos uma pessoa, organização ou instituição que tenha contribuído para a defesa ou promoção da liberdade de expressão, "principalmente se esta ação coloca sua vida em perigo", disse a Unesco.

Nesta edição, o prêmio é financiado pela Fundação Cano, pela Unesco, e por James e David Ottaway, que são, respectivamente, ex-jornalista do "The Washington Post" e ex-presidente do Comitê Mundial para a Liberdade de Imprensa.

A candidatura de Chidiac tinha sido apresentada pelo Ministério da Cultura libanês.