UE quer reduzir pela metade custo de roaming de celulares

O custo de ligações celulares internacionais na União Européia será cortado pela metade até junho de 2007 se propostas apresentadas nesta terça-feira forem aprovadas pelo bloco de países. O plano deve atingir duramente o lucro de operadoras celulares do continente.

As ações de operadoras como Vodafone recuaram depois que a Comissão Européia informou que deu à indústria tempo suficiente para reduzir preços, mas que as empresas não atenderam às exigências.

"É inaceitável que os consumidores sejam punidos em suas contas de telefone por terem simplesmente cruzado uma fronteira", disse a Comissária para Sociedade da Informação e Mídia da União Européia, Viviane Reding.

"Esta proposta que eu pretendo apresentar vai acabar com as cobranças de roaming internacional como as conhecemos hoje", disse Reding a jornalistas.

As ações da Vodafone fecharam em queda de 4 por cento e a operadora criticou duramente a proposta.

"Uma vez que eles não identificaram qual o problema, nós não achamos que a solução será sensata e acreditamos que terá consequências adversas e não previstas", disse o diretor de políticas públicas da Vodafone, Richard Feasey, à Reuters.

O JP Morgan informou que 10 por cento do lucro do grupo de telefonia móvel estará em risco se as tarifas de roaming caírem 80 por cento.

As tarifas de roaming são defendidas pelas operadoras sob o argumento de que ajudam a manter baixo o custo de outros serviços.

Bruxelas estima que as receitas com roaming internacional somam 10 bilhões de euros (12 bilhões de dólares) e a nova regulamentação deve gerar uma economia aos usuários de entre 40 e 60 por cento ao fazer chamadas no exterior.

A proposta da comissária Reding prevê, entre outras coisas, que os usuários pagarão por chamadas locais e internacionais feitas no exterior o mesmo preço cobrado em seus países de origem.