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Internacional
Terça - 28 de Março de 2006 às 10:44

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Aumenta a cada ano o número de casais estrangeiros que vão para a Índia em busca de mães de aluguel, informa o Centro de Pesquisa da Fertilidade (FRC, sigla em inglês). A Índia oferece uma opção mais barata para casais ocidentais que desejam encontrar mães de aluguel sem ter de que esperar em longas listas de espera.

"Entre cinco e dez estrangeiros chegam à nossa clínica, a cada mês, atraídos pelos preços baixos, quase todos em busca de mães de aluguel. As agências estrangeiras cobram US$ 30 mil pelo serviço, enquanto aqui se paga de US$ 4 mil a US$ 8 mil", disse o doutor Anoop Kr Gupta, do FRC.

As mães de aluguel recebem US$ 15 mil por seus serviços na Europa, enquanto na Índia ganham de US$ 2.260 a US$ 4.520.

Segundo o doutor Gupta, a maior parte dos seus clientes são provenientes dos EUA e do Reino Unido, público que também se interessa por fecundações in vitro e tratamentos de fertilização.

Na Índia, 18 mulheres pobres de Gurajat, estado no noroeste do país, ofereceram seus serviços como mães de aluguel a preços baixos para casais de estrangeiros, publicou a imprensa local.

"Eu decidi alugar meu útero para casais que não podem ter filhos e também consegui ganhar um bom dinheiro", disse Jyotsana Patel, de 30 anos, que será mãe de aluguel pela terceira vez.

Tejalben tem três filhas e uma nora que foram mães de aluguel há um ano e meio e declarou que além de ganhar dinheiro ela fica feliz com o fato de quatro pessoas de sua família terem trazido felicidade "para casais que não podem ter filhos".

Há dois tipos de mães de aluguel: as que utilizam seus próprios óvulos fecundados pelo pai e as que carregam o óvulo fertilizado do casal, de forma que a criança acaba não tendo relação biológica alguma com ela.

Entretanto, as mães de aluguel não são aceitas na sociedade indiana e muitas têm que deixar seus povoados para darem à luz.

Encontrar uma mãe de aluguel na Índia é relativamente fácil, "a única coisa que é preciso fazer é colocar um anúncio no jornal", disse o doutor Gupta.

O casal e a candidata assinam na clínica um contrato elaborado pelo Conselho Médico de Pesquisa da Índia (ICMR, em inglês), órgão que regula a prática da medicina no país.

Segundo as regras do ICMR, as mães de aluguel não podem ter mais de 45 anos e devem satisfazer todos os critérios para terem uma gravidez bem-sucedida.

"Na Índia, é permitido colocar até cinco óvulos fecundados, e caso todos germinem alguns são extraídos", disse o doutor Gupta, que afirma que esta prática é proibida na Europa e que o Governo indiano ainda vai discutir a questão.

Um dos maiores problemas é a ligação emocional da mãe biológica com o bebê, mas está estabelecido no contrato que a mulher deve entregar a criança logo após o nascimento e não haverá comunicação alguma entre as famílias ao final do processo.

De acordo com as determinações do ICMR, os bebês nascidos por este método devem ser adotados pelo casal.

Assim, "as crianças poderão obter um visto por afiliação e, quando voltarem ao país de seus pais, poderão ser registradas como filhos naturais do casal", disseram fontes diplomáticas ocidentais em Nova Délhi.

O ICMR afirma que a tecnologia de assistência reprodutiva na Índia é oferecida apenas pelo setor privado e que algumas das clínicas não têm infra-estrutura nem pessoal adequado para realizar este tipo de procedimento.

Para evitar que os casais sejam enganados foi criado um regulamento sobre o credenciamento, a supervisão e o controle deste tipo de clínica.





Fonte: EFE

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