Brasil ainda luta contra a escravidão

A segunda reunião do ano da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) será realizada hoje, em Cuiabá (MT), e marcará o início de ação conjunta que servirá como experiência piloto para a erradicação da exploração da mão-de-obra escrava em todo o país.

A reunião da Conatrae acontecerá no Palácio Paiaguás, Centro Político Administrativo de Cuiabá, a partir das 9h.

A idéia é atrair, inicialmente, os segmentos produtivos da sociedade para prevenir esta prática. As entidades que não fizerem parte do pacto estarão sujeitas a fiscalizações periódicas e rigorosas.

A reunião de amanhã foi marcada em encontro realizado no dia 7 de março, em Mato Grosso, entre os ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, e o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi.

O trabalho conjunto pretende potencializar as ações em andamento para a erradicação do trabalho escravo, que há dez anos chegou a atingir a cerca de 50 mil trabalhadores e hoje chega a cerca de 25 mil trabalhadores.

O encontro da Conatrae em Cuiabá foi decidido na reunião da comissão em 9 de fevereiro, um dia após o ataque sofrido, no dia 8 de fevereiro, pelo Grupo Especial Móvel de Fiscalização, recebido a tiros na fazenda Sancara/Anhangüera, no município de Nova Lacerda, no extremo oeste do estado, próximo à fronteira com a Bolívia.

Os policiais militares foram chamados ao local pelos fazendeiros com a falsa denúncia de que a propriedade estaria sendo assaltada e que havia reféns. A ação apurava denúncia de trabalho escravo nas fazendas.

Ranking - Em 2005, Mato Grosso ficou em segundo lugar no ranking dos estados com maior número de registros de trabalhadores em situação análoga à escravidão. De 2003 a 2005, foram realizadas 220 operações em todo país, em que 647 fazendas foram fiscalizadas, 12.110 trabalhadores libertos, R$ 18.469.931,91 pagos em indenizações e 6.119 altos foram lavrados.