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Internacional
Segunda - 27 de Março de 2006 às 18:55

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Representantes da União Européia (UE) e de seus países-membros defenderam hoje, em uma conferência com ministros latino-americanos, as virtudes da integração regional para promover a coesão social e a luta contra a pobreza.

"Nenhum país, latino-americano ou europeu, pode resolver sozinho os desafios da globalização", resumiu o comissário de Emprego e Assuntos Sociais da UE, Vladimir Spidla, na apresentação da conferência "Promovendo a coesão social", que reúne em Bruxelas autoridades da UE e da América Latina.

A reunião, organizada pela Comissão Européia, antecede a cúpula entre UE, América Latina e Caribe que acontecerá em Viena nos próximos dias 12 e 13 de maio.

Até esta data, a UE pretende avançar na negociação de livre comércio que mantém com o Mercosul, além de abrir negociações paralelas com a América Central - Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador e Panamá - e a Comunidade Andina de Nações (CAN).

Mas o processo de adesão da Venezuela ao Mercosul e as críticas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a seus parceiros andinos geraram incertezas sobre este plano. Em 24 de março, Chávez afirmou que a CAN "acabou", pelo fato de Peru e Colômbia terem assinado acordos de livre comércio com os Estados Unidos.

A comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, disse hoje que a possibilidade de negociar um acordo de livre comércio entre a UE e a CAN depende da "vontade política" desta última.

"Se estes países quiserem, podemos ir para frente. Nós estamos completamente a favor, mas depende também deles", disse Ferrero-Waldner, acrescentando que "no tema da integração regional, (na América Latina) é preciso mais esforços" O secretário-geral da Comunidade Andina, Allan Wagner, minimizou a importância das declarações de Chávez, e disse acreditar que todos os países andinos terão, após a reunião da Comissão da CAN em abril, "uma melhor percepção" do que significam os acordos assinados por Peru e Colômbia com os EUA.

Wagner acrescentou que a possível abertura de negociações com a UE "nos fortalecerá como integração, nos dará um melhor balanço em nossa negociação internacional e, ao mesmo tempo, aproximará a região andina do modelo de desenvolvimento europeu, mais focalizado na pessoa e na busca da coesão social".

A conferência, que termina amanhã, teve vários discursos no mesmo sentido.

O ministro de Trabalho e Assuntos Sociais espanhol, Jesús Caldera, disse que a "Espanha é um bom exemplo de integração em um espaço regional que tem como missão principal defender os direitos sociais dos cidadãos e a coesão social de seus sistemas".

"A Espanha hoje conseguiu se aproximar gradativamente do pleno emprego - tem as melhores taxas de sua história e está abaixo da média européia de desemprego - e pouco a pouco vamos aumentando nossos níveis de proteção social", explicou.

O secretário-geral do Sistema de Integração Centro-Americana, Anibal Quiñónez, o diretor da Secretaria do Mercosul, José Buttner, e Wagner detalharam o ponto em que se encontram seus respectivos processos de integração, assim como as políticas conjuntas de suas regiões na luta contra a pobreza.

O chanceler nicaragüense, Norman Caldera, que discursará amanhã na conferência, disse que "temos que compreender as diferenças" entre os efeitos da integração entre países ricos e a dos desfavorecidos.

"Não é o mesmo pedir que Alemanha ou França contribuam para um projeto de inclusão social de grupos marginalizados na Itália ou na Espanha, que pedir que Costa Rica ou Panamá façam o mesmo na Nicarágua ou Honduras", disse Caldera.





Fonte: EFE

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