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Internacional
Segunda - 27 de Março de 2006 às 16:20
Por: Jonathan Saul

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Um dos candidatos distribuiu flores, um preferiu rezar e outra foi ao mercado. Mas os eleitores israelenses demonstraram pouco interesse nos últimos atos dos políticos que tentam conquistar seus votos para o pleito de terça-feira, que encerra uma campanha encarada com ceticismo por muitos.

"Não vou votar. Não adianta nada mesmo", disse na segunda-feira o lojista Ofer Levy, 58. "Nenhum partido tem verdadeiramente os interesses do povo."

Analistas políticos atribuem parte da apatia à visão de que a vitória do partido do primeiro-ministro interino, o Kadima, é praticamente certa.

A proposta do centrista Kadima, criado pelo então premiê Ariel Sharon pouco antes de ele adoecer, de abrir mão de alguns assentamentos da Cisjordânia e reforçar a posse sobre outros, para impor uma fronteira com os palestinos, agrada a muitos israelenses que estão cansados do conflito.

Os adversários do Kadima não oferecem muita alternativa ao plano. Alguns analistas consideram que a vitória do grupo islamita Hamas nas eleições palestinas de janeiro também contribuiu, já que nem os partidos mais pacifistas levam a sério a possibilidade de negociar a paz com uma organização cujo objetivo formal é destruir Israel.

O analista Yossi Klein Halevi nota que há poucos adesivos nos carros e poucos anúncios para a eleição. "O motivo da falta de paixão, porém, não é a apatia do eleitor, como insistem os comentaristas, mas o desespero. São as eleições mais tristes de Israel, as primeiras em que quase não há menção à paz".

As pesquisas de opinião mais recentes mostram uma redução na vantagem do Kadima. As campanhas de última hora tentam atingir o número crescente de indecisos.

A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, uma estrela em ascensão no Kadima, atraiu pouca atenção em sua rápida passagem por um mercado de Jerusalém. Os seguranças que a cercavam só permitiram alguns apertos de mão.

A recepção para o líder do Likud, Benjamin Netanyahu, em seu último grande ato, uma parada no Muro Ocidental de Jerusalém, o local de orações mais sagrado para o judaísmo, foi pouco entusiasmada.

O líder trabalhista, Amir Peretz, distribuiu flores para os transeuntes numa rua de Tel Aviv no encerramento de sua campanha, mas parecia estar mais cercado de repórteres que de eleitores.





Fonte: Reuters

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