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Cidades/Geral
Segunda - 27 de Março de 2006 às 15:44
Por: José Ribamar Trindade

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Investigadores da Polícia Civil, chefiados pelo delegado Elias Daher, de 46 anos, titular da Delegacia Regional de Várzea Grande estão desarticulando uma quadrilha – três acusados já estão identificados e um preso, mas podem existir outros envolvidos -, formada por ex-inspetores de menor e, pelo menos um inspetor ainda em atividade. Os bandidos se intitulavam policiais civis. O bando era especializado em crime “montagem de flagrantes para extorsões”. As vítimas eram previamente escolhidas, de preferência empresários, políticos e altas autoridades.

Os bandidos aliciavam e usavam meninas em programas sexuais e simulavam flagrantes dentro de motéis para extorquir empresários – até o momento as vítimas são apenas empresários, mas as investigações podem levar a políticos e altas autoridades -, de Cuiabá e Várzea Grande. Um dos acusado já está preso. Para amedrontar as vítimas, a quadrilha também simulava chamar a imprensa e exigia inicialmente a quantia de R$ 100 mil, mas aceitava negociar.

O esquema, segundo o delegado Elias Daher, começava com o aliciamento de “garotas de programas”, todas elas adolescentes. Elas eram orientadas a levar seus “clientes” - todos de alto poder aquisitivos -, para motéis de luxo. Logo em seguida, ainda durante os atos sexuais ou na saída, chegavam os falsos investigadores da Polícia Civil acompanhados de falsos inspetores de menores.

Na abordagem dos falsos inspetores de menores, os falsos policiais civis davam voz de prisão ao homem que estava com a garota dentro do motel. Para amedrontar os já assustados “clientes”, os “policiais” simulavam telefonemas para redações de jornais e televisões da Grande Cuiabá, ameaçando expor as vítimas às câmeras de televisão e às fotos de jornais. Com medo, os empresários pagavam, muitas vezes até R$ 30 mil.

O inspetor Elifran da Silva e Silva, de 29 anos, funcionário do Fórum de Várzea Grande foi preso às 6 da manhã de hoje na casa dele, no bairro santa Rosa, em Cuiabá. Elifran é apontado como um dos chefes da organização.

Os investigadores chefiados pelo policial Edson Leite, com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil revistaram a casa com um mandado de busca e apreensão e apreenderam, entre outros objetos para investigações, coletes a prova de bala e algemas.

Estão sendo procurados através de mandados de prisão temporária e busca e apreensão os ex-inspetores de menor Edimilson Pereira da Silva e Ananias da Silva Santana, ainda foragidos. Os dois, no entanto, podem ser presos a qualquer momento.

O delegado Elias Daher conversou agora a pouco com a reportagem do Site 24 Horas News quando afirmou que as investigações ainda estão apenas começando. Afirmou que já tem uma vítima oficial que foi obrigada a pagar R$ 10 mil e quer uma outra vítima estava chegando para confirmar mais uma denúncia. “Eles cobraram R$ 100 mil de uma das vítimas, mas nas negociações eles aceitaram receber apenas R$ 10 mil”, afirmou od elegado Elias Daher.

A quadrilha, segundo o delegado, estava sendo investigada desde o início do mês de janeiro deste ano, mas não descarta que as ações dela sejam mais antigas e que o surgimento de novas vítimas seja apenas um questão de tempo. Todas as vítimas, segundo o delegado Elias Daher vão ter seus nomes preservados e mantidos em sigilo.

“Ainda estamos no início das investigações, mas já estão surgindo muitas vítimas. Duas delas já oficializaram as denúncias. Por enquanto as vítimas são só empresários, mas acreditamos que com o decorrer das investigações e com a segurança que elas terão seus nomes preservados e não serão divulgadas, outras vão aparecer, inclusive podem surgir como vítimas políticos e altas autoridades”, afirmou o delegado Elias Daher.





Fonte: 24HorasNews

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