Xiitas querem retomar dos EUA controle da segurança no Iraque

O bloco Aliança Islâmica Xiita, que governa o Iraque, pediu nesta segunda-feira que as forças dos EUA devolvam o controle da segurança ao governo do Iraque, depois de classificarem como "assassinato a sangue frio" a morte de pessoas desarmadas por soldados em uma mesquita.

"A Aliança pede a rápida restauração (do controle) dos assuntos de segurança ao governo iraquiano", disse Jawad al-Maliki, um importante porta-voz da aliança e aliado do primeiro-ministro Ibrahim al-Jaafari, durante uma entrevista à imprensa.

Falando em tom duro, Khudair al-Khuzaie, outro membro da aliança, descreveu as mortes na mesquita de Mustafa em Bagdá, no domingo, como "assassinato a sangue frio".

Mais cedo, o ministro de Estado do Iraque para Segurança Nacional apontou para um total de 37 mortes, número muito maior do que as 20 anunciadas pela polícia. Ele também reafirmou acusações de que a soldados dos EUA e do Iraque amarraram os fiéis e outros presente antes de atirar neles.

Em uma coletiva de imprensa, Rida Jawad al-Takki, do partido Sciri, que faz parte da aliança, disse: "Nós dissemos várias vezes que as forças norte-americanas têm cometido grandes erros em assuntos de segurança, e os iraquianos têm de lidar com isso."

Ele afirmou que a operação foi executada por forças iraquianas que estavam sob o controle dos EUA.

A versão dos militares dos EUA para o incidente é que forças especiais iraquianas, aconselhada pelos norte-americanos, invadiram um prédio que não era uma mesquita e mataram 16 "insurgentes" durante um tiroteio.

Os militares divulgaram um comunicado sobre o incidente, mas não responderam em detalhes as acusações dos líderes xiitas.

Os Estados Unidos devolveram a soberania formal ao Iraque em junho de 2004, mas com 133 mil soldados permanecem à frente da segurança no país. Enquanto grandes operações militares são feitas em coordenação com o governo iraquiano, as forças dos EUA têm uma considerável liberdade de manobra em ações mais localizadas.