Repórter News - reporternews.com.br
Multishow homenageia Renato Russo
SÃO PAULO - Em outubro, serão dez anos sem Renato Russo. Em 1996, naquele mês, o compositor morria, deixando órfãos seguidores que cultuavam sua música. Este ano, não devem faltar projetos lembrando a data. O Multishow, no entanto, preferiu pegar outro gancho para homenagear Renato: a data de seu nascimento. Por isso, o canal optou em exibir hoje, dia em que o compositor completaria 46 anos, o especial Renato Russo - Uma Celebração, dentro do projeto Multishow ao Vivo.
Gravado em dezembro, na Fundição Progresso, no Rio, o programa conta com a participação de diversos artistas, relembrando sua obra. Foram recrutadas desde bandas novas, como Leela, até gente da velha guarda do rock, como Dinho Ouro Preto, que canta Marcianos Invadem a Terra e Tempo Perdido. Há Fernanda Takai e John Ulhoa, do Pato Fu, interpretando Eu Sei, música gravada por eles no CD Televisão de Cachorro. Os Titãs emendaram Fábrica 2 e Que País é Esse? e Biquíni Cavadão ficou com Eduardo e Mônica.
Idealizador e produtor do projeto, Marcelo Fróes foi quem escolheu os convidados e acertou o repertório. Tudo sob as bênçãos dos Manfredinis, família de Renato. Fróes é próximo da família do músico. Foi contratado por ela para catalogar o material deixado por Renato, em seu apartamento. Também a convite dela, se tornou seu representante artístico no Rio, servindo de interlocutor para assuntos musicais e mercadológicos. Em 2003, produziu o CD Renato Russo Presente, com material inédito. E como uma espécie de porta-voz dos Manfredinis, ele explica por que tantos artistas foram convidados para aquela noite de celebração, menos duas pessoas que contribuíram para a história do Legião Urbana: Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
Segundo Fróes, Dado e Bonfá foram convidados para o projeto, por meio da gravadora, para dar depoimentos para os extras do DVD (lançado junto com o CD do especial, pela EMI). "Soube que toparam, mas, em função das coisas desagradáveis e inverídicas que insistem em dizer na imprensa sobre a atuação da família, das advogadas e até de mim, a idéia de tê-los nos depoimentos acabou perdendo o sentido."
O fato é que, nos bastidores, divergências e estranhamentos entre a família de Renato e os dois músicos criaram um abismo entre eles. Na versão de Fróes, não há uma briga judicial, mas "tão somente um inconformismo com a situação deixada por Renato Russo". "Desde sua morte, a família nada fez senão administrar o que recebeu e da forma que recebeu. A marca Legião Urbana pertencia desde 1987 à Legião Urbana Produções Artísticas Ltda., empresa que Renato tinha em sociedade com uma tia. Hoje, ela é gerida pelo espólio, na pessoa de sua mãe, e detém a marca Legião Urbana."
Para ele, essa questão remonta à própria história da banda, cujo nome foi imaginado por Renato. "O nome lhe pertencia e não é difícil imaginar que, a qualquer momento, ele poderia ter feito o que o Chorão fez com o Charlie Brown Jr. Se não o fez, foi porque não quis", diz. "Este é o maior problema com os dois remanescentes, que não aceitam a maneira como as coisas ficaram. Qualquer questão moral entre os membros da banda deveria ter sido resolvida com Renato em vida."
Procurado pelo Estado, o guitarrista Dado Villa-Lobos - que assim como Bonfá seguiu carreira-solo após o fim do Legião - garante que não recebeu convite formal para participar do especial do Multishow. O músico lembra que ele e Bonfá chegaram a se relacionar com a família de Renato, antes de eles se mudarem para o Rio, mas que depois disso, houve um afastamento. E, para sua surpresa, uma semana depois da morte do amigo, recebeu a visita de uma advogada dos Manfredinis. "Botaram advogada, romperam a comunicação e a gente teve de retrucar na mesma língua."
Segundo ele, as pendengas estão relacionadas ao controle do nome da banda, do repertório. "O Legião nunca teve uma posição corporativista. A gente pensava na nossa carreira, na nossa música." Dado diz que até tem projetos de fazer um documentário sobre a banda e um songbook, mas que, diante de tantos empecilhos, está desestimulado a tocá-los.
Renato Russo, Uma Celebração. Multishow. Hoje, 22 horas.(canais/operadoras: Net/Sky, 42)
Gravado em dezembro, na Fundição Progresso, no Rio, o programa conta com a participação de diversos artistas, relembrando sua obra. Foram recrutadas desde bandas novas, como Leela, até gente da velha guarda do rock, como Dinho Ouro Preto, que canta Marcianos Invadem a Terra e Tempo Perdido. Há Fernanda Takai e John Ulhoa, do Pato Fu, interpretando Eu Sei, música gravada por eles no CD Televisão de Cachorro. Os Titãs emendaram Fábrica 2 e Que País é Esse? e Biquíni Cavadão ficou com Eduardo e Mônica.
Idealizador e produtor do projeto, Marcelo Fróes foi quem escolheu os convidados e acertou o repertório. Tudo sob as bênçãos dos Manfredinis, família de Renato. Fróes é próximo da família do músico. Foi contratado por ela para catalogar o material deixado por Renato, em seu apartamento. Também a convite dela, se tornou seu representante artístico no Rio, servindo de interlocutor para assuntos musicais e mercadológicos. Em 2003, produziu o CD Renato Russo Presente, com material inédito. E como uma espécie de porta-voz dos Manfredinis, ele explica por que tantos artistas foram convidados para aquela noite de celebração, menos duas pessoas que contribuíram para a história do Legião Urbana: Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
Segundo Fróes, Dado e Bonfá foram convidados para o projeto, por meio da gravadora, para dar depoimentos para os extras do DVD (lançado junto com o CD do especial, pela EMI). "Soube que toparam, mas, em função das coisas desagradáveis e inverídicas que insistem em dizer na imprensa sobre a atuação da família, das advogadas e até de mim, a idéia de tê-los nos depoimentos acabou perdendo o sentido."
O fato é que, nos bastidores, divergências e estranhamentos entre a família de Renato e os dois músicos criaram um abismo entre eles. Na versão de Fróes, não há uma briga judicial, mas "tão somente um inconformismo com a situação deixada por Renato Russo". "Desde sua morte, a família nada fez senão administrar o que recebeu e da forma que recebeu. A marca Legião Urbana pertencia desde 1987 à Legião Urbana Produções Artísticas Ltda., empresa que Renato tinha em sociedade com uma tia. Hoje, ela é gerida pelo espólio, na pessoa de sua mãe, e detém a marca Legião Urbana."
Para ele, essa questão remonta à própria história da banda, cujo nome foi imaginado por Renato. "O nome lhe pertencia e não é difícil imaginar que, a qualquer momento, ele poderia ter feito o que o Chorão fez com o Charlie Brown Jr. Se não o fez, foi porque não quis", diz. "Este é o maior problema com os dois remanescentes, que não aceitam a maneira como as coisas ficaram. Qualquer questão moral entre os membros da banda deveria ter sido resolvida com Renato em vida."
Procurado pelo Estado, o guitarrista Dado Villa-Lobos - que assim como Bonfá seguiu carreira-solo após o fim do Legião - garante que não recebeu convite formal para participar do especial do Multishow. O músico lembra que ele e Bonfá chegaram a se relacionar com a família de Renato, antes de eles se mudarem para o Rio, mas que depois disso, houve um afastamento. E, para sua surpresa, uma semana depois da morte do amigo, recebeu a visita de uma advogada dos Manfredinis. "Botaram advogada, romperam a comunicação e a gente teve de retrucar na mesma língua."
Segundo ele, as pendengas estão relacionadas ao controle do nome da banda, do repertório. "O Legião nunca teve uma posição corporativista. A gente pensava na nossa carreira, na nossa música." Dado diz que até tem projetos de fazer um documentário sobre a banda e um songbook, mas que, diante de tantos empecilhos, está desestimulado a tocá-los.
Renato Russo, Uma Celebração. Multishow. Hoje, 22 horas.(canais/operadoras: Net/Sky, 42)
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/309687/visualizar/
Comentários