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Economia
Segunda - 27 de Março de 2006 às 08:49

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A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,24% na semana passada, e o dólar registrou valorização de 1,32% diante do real no período, fechando na sexta a R$ 2,154.

A principal fonte de estresse para o mercado doméstico na última semana foram as incertezas em relação ao futuro dos juros nas economias desenvolvidas --especialmente a americana.

Já o escândalo em torno da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa fortaleceu as especulações no mercado financeiro sobre a possibilidade de o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) deixar o governo.

Mas, ao menos por enquanto, a recente reação negativa dos ativos (ações, títulos e moeda) não teve como motivação mais importante o âmbito político.

"Neste momento, o mercado está muito mais focado no mercado internacional, devido aos ajustes que a curva de juros americana tem sofrido", disse Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management. "Mas, como o Palocci tem um papel fundamental na atual política econômica, se ele sair do governo vai haver, em um primeiro momento, agitação no mercado", disse.

Amanhã, com a realização da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para definir a nova taxa de juros, o mercado tem tudo para voltar a ter um desempenho negativo.

O temor em relação à possibilidade de os juros subirem de forma mais representativa nos EUA tem elevado as taxas pagas pelos títulos do Tesouro do país. Quando isso acontece, grandes investidores acabam por vender ativos de emergentes --dentre esses, o Brasil-- para comprar papéis americanos, que representam menores riscos.

Analistas afirmam ser pouco provável que, em uma eventual saída de Palocci, seu substituto venha a mudar o rumo da política econômica. "Isso poderia acontecer em um hipotético segundo governo Lula. Mas esse tema ainda não está na pauta de discussões do mercado", afirmou Maia.

Para Pedro Paulo da Silveira, economista-chefe da Global Invest Asset Management, "a leitura corrente entre os agentes é a de que o Palocci não cai. Se cair, deve ser substituído por uma pessoa tão competente quanto ele e, assim, nada mudará na política".

Na opinião do economista, é negativo um cenário em que persista o clima de desconfiança em torno do futuro do ministro sem uma decisão por parte do governo.

"Quanto mais o governo protelar sua decisão em torno da permanência de Palocci, mais nos aproximaremos de um cenário ruim para Bolsa, câmbio, juros e, infelizmente o crescimento econômico", diz relatório do economista.





Fonte: 24HorasNews

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