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Polícia Brasil
Segunda - 27 de Março de 2006 às 08:17
Por: Adilson Rosa

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Cinco oficinas mecânicas da Grande Cuiabá estão sendo investigadas por montar um esquema de troca de motores originais por roubados, principalmente em picapes. No esquema, as oficinas substituem o motor a álcool ou a gasolina por um a diesel roubado. Em seguida os legalizam em Detrans de outros Estados. Com a documentação na mão, tentam a transferência para Mato Grosso. O Detran daqui descobriu o golpe e determinou a apreensão dos veículos.

De acordo com investigações iniciais, o esquema renderia cerca de R$ 1 milhão, pois o lucro gerado ficaria em mais de R$ 20 mil por veículo. Só em 2005, foram apreendidos 45 veículos do esquema - a maior parte picapes -, todos apresentando alguma irregularidade.

Segundo a delegada Vera Rotilde, titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), Detrans de outros Estados não são tão rigorosos na checagem e acabam regularizando veículos com motores roubados. No retorno do carro para Mato Grosso, o golpe acaba descoberto.

Ao suspeitar que o motor tem alguma irregularidade, o Detran de Mato Grosso aciona a Derrfva e esta, por sua vez, solicita a perícia. Constatada a irregularidade, o veículo acaba apreendido e o proprietário, indiciado por receptação culposa (sem intenção).

A delegada explicou que para fazer a troca de motores, o proprietário da oficina comete dois crimes. O primeiro é que para trocar um motor a álcool por um a diesel, é preciso encomendar uma picape idêntica na cor e modelo. “Essa encomenda significa dizer furtar ou roubar o veículo. De cara, o dono de oficina cometeu o crime de receptação. O outro é a adulteração do motor”, completou a delegada.

Por ser roubado, o motor é comprado por um valor insignificante. O dono de oficina, por sua vez, o revende por um preço de mercado, obtendo um lucro exorbitante. Tome o exemplo de uma picape a gasolina ou álcool avaliada em R$ 18 mil. Com um motor a diesel roubado, a mesma picape poderá ser vendida por até R$ 40 mil. Muitas vezes, quem compra acaba preso por receptação e perde o veículo.

“Não se trata de ter mais lucro ou menos lucro, mas de ter praticado um crime. Trocar motores ou qualquer peça de veículo roubado ou furtado é crime e dá cadeia”, advertiu a delegada Vera Rotilde.

A delegada lembra ser possível fazer a troca de motores sem problemas. Basta solicitar a troca ao Detran, regularizando os documentos. Explicou que o procedimento é comum para proprietários que querem trocar o tipo de combustível de seu veículo. “O problema é que muita gente tenta fazer por um modo mais barato e esquece que está cometendo um crime”.

Na Delegacia de Crimes Contra o Detran, a delegada Alana Cardoso informou que o órgão continua rigoroso em relação à troca de documentação, mas não participa da investigação desses casos. “A Delegacia do Detran não investiga esses crimes. Somente quando os que são contra a administração pública.





Fonte: Diário de Cuiabá

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