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Repórter News - reporternews.com.br
Educação/Vestibular
Segunda - 27 de Março de 2006 às 08:15
Por: Natacha Wogel

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Mais de trezentos mil mato-grossenses de 0 a 17 não freqüentavam creches ou escolas, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre a inserção escolar brasileira em 2004. O resultado é o pior entre os estados do Centro Oeste, principalmente entre as faixas de 7 a 14 anos. Os motivos da ausência escolar variam desde a vontade pessoal de estudar até a falta de vagas ou de transporte para o acesso à educação. Em todo o país, 15,7 milhões de pessoas da mesma faixa etária estão fora do ambiente escolar.

Dentre os cerca de 300 mil habitantes do Estado que ocupam a principal faixa da vida educacional, mais de 34 mil não estavam matriculados por não existir escola ou creche próximo à residência, ou pela falta de vaga ou transporte escolar. Mas o maior contingente de ausentes entre os 0 e 17 anos, aproximadamente 115 mil jovens, não estava matriculado por vontade própria, ou dos pais ou responsáveis ou, ainda, por já terem alcançado a série escolar desejada.

Outros motivos investigados pelo IBGE para crianças estarem fora da escola no Estado são a necessidade de ajudar nos afazeres domésticos, trabalhar, ou sair a procura por ocupação remunerada. Esse item na pesquisa aponta mais de 9,5 mil jovens sem matrícula, dentre o total de 975 mil pessoas de 0 a 17 anos existentes em Mato Grosso. Ainda segundo a pesquisa, pouco mais de 669 mil mato-grossenses matricularam-se em creches e escolas em 2004.

Circulando por bairros periféricos da Grande Cuiabá, percebe-se muitas crianças menores de seis anos que nunca foram matriculadas ou em qualquer unidade de educação infantil ou creche. A maioria das mães diz não ser necessário porque não trabalham fora e podem cuidar dos filhos. Em contrapartida, é possível notar que quase a totalidade de crianças acima de seis anos está estudando, tendo em vista que a escola também é fonte de alimentação para elas, graças à gratuidade da merenda. Conforme os resultados nacionais, dentre os que estudavam em estabelecimentos de ensino com merenda escolar ou outra refeição gratuita, a proporção dos que consumiam a alimentação oferecida na creche (97,3%), no pré-escolar (92,3%) e no ensino fundamental (83,8%) foi alta.

Os números divulgados pelo IBGE não surpreenderam o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, Júlio Cézar Viana. O contingente de pessoas da faixa etária em questão à margem da educação não é novidade para ele. “Na contagem demográfica de 1996, quando o Estado tinha 220 mil habitantes potenciais para a Educação, eram oferecidas apenas 40 mil vagas . Hoje, a quantidade de vagas oferecidas é de aproximadamente 100 mil, ou seja, ainda insuficiente, já que a necessidade de vagas há 10 anos era de 220 mil. E o principal, dentre o total de vagas, apenas 33 mil são para jovens e adultos, um número muito aquém da demanda”, ponderou o sindicalista.





Fonte: Diário de Cuiabá

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