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Nacional
Segunda - 27 de Março de 2006 às 07:49

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O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, foi responsabilizado pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa e perderá o cargo, mas o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fica no governo até segunda ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente calcula que a saída de Mattoso e a demissão de subordinados da CEF devem reduzir pressões pela exoneração do ministro, disseram à Reuters neste domingo dois importantes auxiliares de Lula, na condição de não serem identificados. "A idéia de exoneração (de Palocci) está descartada, até avaliarmos o impacto das punições. Ninguém jogou a toalha", resumiu uma destas fontes depois de falar com Lula e com Palocci.

Ministro no cargo O presidente Lula decide hoje, durante reunião de coordenação de governo, em Brasília, se afasta Palocci - cuja permanência no cargo ficou abalada após a violação do sigilo bancário do caseiro, que acusa o ministro de freqüentar mansão em Brasília para reuniões de lobby e festas com garotas de programa. Ontem, durante reunião reservada com Palocci na Granja do Torto, em Brasília, Lula teria afirmado que o governo não poderia continuar "sangrando em praça pública".

Palocci resiste no cargo, sustentando que não teria participado da violação ilegal da conta do caseiro, que contradisse seu depoimento à CPI dos Bingos. Até a madrugada de sábado, a Polícia Federal não havia encontrado provas do envolvimento de membros do gabinete de Palocci no episódio, acrescentaram as fontes.

Outros dois interlocutores de Lula (um ministro da coordenação de governo e um aliado político de peso) confirmaram que Palocci acha possível manter-se no cargo, pelo menos enquanto não ficar demonstrado o envolvimento de algum seu auxiliar direto.

A demissão de Mattoso foi decidida na noite de quinta, horas depois de Lula ter negado sua saída em rápida entrevista. "Quem toma essa decisão sou eu, se houver mudanças, vocês serão informados," disse Lula no final daquela manhã, negando rumores sobre a demissão.

Enquanto Lula negava sua saída, Mattoso analisava os primeiros resultados das investigações com o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos. Em seguida, foi intimado a depor na Polícia Federal, mas alegou problemas de agenda para não comparecer.

Desde a noite de quinta o Planalto aguarda um pedido de demissão, disseram as fontes. Mattoso foi intimado novamente a depor na PF na tarde desta segunda, mas seu comparecimento não está assegurado, segundo policiais ligados ao inquérito.

Lula manteve sua agenda e viajou na noite de domingo para Curitiba. Ele retorna a Brasília no início da tarde de segunda, quando se encontrará com Palocci em reunião da Junta de Execução Orçamentária.





Fonte: Reuters

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