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Cidades/Geral
Segunda - 27 de Março de 2006 às 07:30
Por: Luciane Mildenberger

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A alta carga tributária e o pífio crescimento da economia brasileira em 2005 deram a tônica da solenidade de abertura da 26ª Expo-Ecos (Exposição e Encontro do Centro-Oeste de Supermercados), no dia 26 de março, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, com a participação de mais de três mil pessoas. O presidente da Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altair Magalhães, abriu o evento descrevendo a situação do setor no Estado.

Os supermercadistas mato-grossenses foram responsáveis por 5% da arrecadação de ICMS em 2005. No entanto, no ano passado o setor não apresentou o mesmo desempenho que a média nacional, registrado em 0,66%. O não crescimento reflete a crise do agronegócio, a retração de investimentos e a queda do poder de compra dos consumidores.

Em seu discurso, Altair Magalhães, reforçou a crença de que o pior da crise já passou e que este ano o setor supermercadista de Mato Grosso deve crescer em média 3%, motivado pela Copa do Mundo, as eleições, a majoração na tabela de Imposto de Renda e o aumento do salário minímo.

O presidente do Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos Oliveira Junior, criticou o desempenho da economia brasileira no ano passado, em 2,3%, a frente apenas do Haiti, um dos países mais pobres da América Latina. "Em contrapartida, o tesouro nacional arrecadou R$ 700 bilhões em impostos, que os contribuintes não sentem a aplicação dos recursos em segurança, saúde e educação".

Oliveira ainda pontuou que é necessário acabar com as alíquotas de ICMS diferentes em cada Estado e a guerra fiscal. A inadimplência também foi assunto do seu discurso. O aumento de 27% no número de cheques devolvidos em fevereiro de 2006, comparado com o mesmo período do ano passado, prejudicou o setor supermercadista. "A compra com cheques representa 13% nas vendas e deste percentual, 5% não tem fundos", disse Jõao Carlos Oliveira. O Brasil tem cerca de 72 mil supermercados, emprega 800 mil pessoas e apresentou faturamento de pouco mais de R$ 100 bilhões no ano passado. "Os dados mostram a força do setor", finalizou o presidente da Abras.

Unir no mesmo evento indústrias, supermercadistas e atacadistas, foi uma experiência amplamente aplaudida pelos participantes da 26ª Expo-Ecos. O presidente da Associação Mato-grossense dos Atacadistas e Distribuidores (Amad), Leonardo Mendonça, falou sobre a satisfação em manter essa parceria. "É muito importante para toda a cadeia da distribuição manter essa relação com o setor supermercadista", enfatizou.

O presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Geraldo Eduardo Caixeta, comentou que a iniciativa deve ser repetida nas próximas feiras. "Essa parceria contribui com a economia e reforça o elo entre os setores", destacou.

O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, que na ocasião representou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, destacou a importância do evento para o Estado, tendo em vista o fomento de novos negócios, beneficiando toda a cadeia da economia. Vettorato lembrou ainda os avanços de Mato Grosso e os valores que o Estado paga em dívidas à União todos os meses.

A mesa de autoridades foi composta pelo presidente da Asmat; presidente da Abras; secretário Clóves Vettorato; presidente da Amad; presidente da Abad; presidente da Associação de Supermercadistas de Brasília, Mário Rábica; deputado Humberto Bosaipo, representando a Assembléia Legislativa; vereador Francisco Vuolo, representando a Câmara Municipal de Cuiabá; presidente da Mitsui Alimentos, Kazumi Hikita, representando as indústrias; e o vice-presidente da Fiemt, Hermes Cunha.

Feira - A abertura da feira iniciou às 17h com o lançamento de novos produtos e oportunidades de fechamento de negócios. São 100 expositores, 30 a mais que a última edição da Expo-Ecos em Cuiabá, em 2002. A expectativa é de movimentar cerca de R$ 10 milhões nos três dias de evento.

Serviços e mão-de-obra especializada são os coringas do mercado

Gente. Esse é o elemento chave que pode fazer a diferença num mercado competitivo, cuja a oferta de produtos é cada vez mais crescente, diversificada e maior que a procura. O recado foi dado pelo antropólogo, historiador e estudioso do Direito e Ciências Políticas, Negociação, Planejamento e Marketing, Luiz Almeida Marins Filho, que ministrou a palestra magna "A Vanguarda do Varejo. A Empresa Brasileira e os Desafios para o Século XXI", após a abertura da 26ª Expo-Ecos (Exposição e Encontro do Centro-Oeste de Supermercados), no domingo (26.03), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

A sentença foi usada para explicar aos mais de 3 mil participantes da palestra, que o mercado atual é extremamente nivelado na oferta de produtos, nos preços, na qualidade e na estética. E que, diante dessas condições, só resta aos empresários usar da criatividade para oferecer o melhor serviço. "Na década de 70 se um cliente escolhesse a cor do carro que queria comprar ele era quase chutado da loja. Hoje, o que ele quer é feito. Existem 89 tipos diferentes de extratos de tomate e 126 de cerveja, com qualidade para pessoas dos mais variados gostos. Não existe mais nada de ruim. Hoje, qualidade não se discute, quem não tem, já está morto", disse o antropólogo.

Marins reforça que o que mudou no mercado atual foram as ferramentas de marketing e vendas. Ele lembra que existe uma capacidade ociosa de produtos e que o poder, antes nas mãos de quem vendia, hoje está nas de quem consome. "Se um cliente vai num mercado número 1 e encontra todos os tipos de produtos, a melhor organização deles, preços bons, mas demora 40 minutos no caixa, tem dificuldade em pagar com cheque, cartão e de ter rapidez para embalar tudo, ele não volta. Pesquisas mostram que as pessoas preferem rapidez, atendimento diferenciado a uma infinidade de produtos", garante.

Para resolver esses problemas, o antropólogo afirma que a solução das empresas é prestar atenção nos detalhes e capacitar gente para oferecer o melhor serviço. "Não dá para o concorrente imitar os bons funcionários que você tem. E não adianta achar que vai encontrar esse tipo de gente pronta por aí. Se ele existe, ele já está empregado ou é o seu concorrente. Para ter mão-de-obra de qualidade tem que capacitar, treinar junto, ali no dia-a-dia", observou.

Com uma variedade de dados, cifras e número que indicam o potencial de negócios que o Brasil e o Centro-Oeste representam para o mundo, Marins mostrou, com leveza, que um ano de crise, como foi o de 2005, não pode ser tomado como parâmetro por um empreendedor. Ele informa que o Brasil tem hoje uma população de 182,06 milhões de habitantes e que destes, 54 milhões fazem parte da classe média e são potenciais consumidores. "Só a classe média no Brasil equivale à população da Argentina, Portugal e Suíça juntos. E entender o que isso significa é entender porque 23 universidades européias e norte americanas tem professores dando aula aqui, do olho no país".

O professor afirma que hoje o Brasil é considerado o país com os melhores elementos para investimento entre os três que tem chance de ser a nova potencial mundial. "O mundo inteiro só fala em Brasil, China e Índia, países que concentram grande parte da população mundial, ou seja, mercado consumidor. O Brasil tem o dobro da renda per capita da China, e lá não existe a divisão de poderes, mas sim a possibilidade de se instalar religiões fundamentalistas. A Índia tem sérios problemas com a saúde e com a existência de vários dialetos e tem renda per capita menor que a do Brasil", informa.

Marins continua informando que em levantamento recente, o Brasil aparece como o 4º país do mundo com melhores condições e capacidade para receber investimentos em 2005 e 2006, e, que está em 1º lugar como o mais amigável para investidas externas.

Em relação ao Centro-Oeste, os dados apresentados pelo palestrante também são animadores. Ele informa que a região foi a segunda do país a aumentar o seu Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 103% de 1985 para 2003. A região Norte foi a que ficou em primeiro lugar com um crescimento de 154%. "Muita gente no país e no mundo acha que no Brasil só existe a avenida Paulista, mas, o desenvolvimento futuro será no Centro-Oeste", concluiu.

Mitsui Alimentos sorteia brindes na 26ª Expo-Ecos

Quem visitar o estande da Mitsui Alimentos na 26ª Expo-Ecos (Exposição e Encontro do Centro-Oeste de Supermercados) pode ganhar brindes. A empresa divulga na feira a campanha "Seleção Brasileiro", que vai levar consumidores e supermercadistas para a Copa do Mundo na Alemanha. Para tentar o brinde no estande, o participante chuta uma bola simulando um pênalti, se marcar o gol leva um brinde.

Com 96 metros quadrados, a empresa investiu na Expo-Ecos e pretende fechar a venda de 200 toneladas de café durante os três dias. Em maio, na Apas 2006 (22ª edição do Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados), em São Paulo, a meta é negociar um volume de mil toneladas de café. Na Apas 2005, a Mitsui Alimentos ultrapassou a meta de vendas, totalizando 700 toneladas. A meta era comercializar 500 toneladas.

"Vamos encerrar a campanha na Apas 2006, com o sorteio dos cinco supermercadistas que vão para a Copa do Mundo. Sete consumidores já foram contemplados, e o último sorteio em abril vai garantir a ida de mais quatro pessoas", disse o gerente de Desenvolvimento da Empresa, Fernando Ramos.

O diretor Comercial da Mitsui Alimentos, Manoel Assis, e um dos patrocinadores da Expo-Ecos 2006, destacou que atualmente a feira tomou um novo rumo, com o fechamento de grandes negócios. "Antes era mais um encontro para troca de experiências, esse direcionamento que a Expo-Ecos tomou foi bem sucedido", finalizou.





Fonte: Da Assessoria

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