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Internacional
Domingo - 26 de Março de 2006 às 20:15

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Os políticos americanos, incluindo os republicanos, não conseguiram chegar a um acordo sobre a reforma no setor da imigração, que está provocando grandes protestos em todo o país e começa a ser discutida no Senado amanhã.

Todos concordam que é preciso solucionar o problema dos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem em território americano, e que se trata de uma questão de segurança nacional. Porém, a divergência é grande quando a discussão se volta para as medidas concretas.

"Temos um problema de segurança nacional. Se não conseguirmos uma proposta razoável para dar oportunidades de trabalho legal e, em última instância, de obter a cidadania, eles serão fugitivos", declarou hoje o senador republicano Arlen Specter, presidente do Comitê Judicial onde será discutida a polêmica reforma.

Republicanos e democratas protagonizaram os debates exibidos hoje pelas emissoras de televisão americanas sobre o tema, já de olho nas eleições legislativas de novembro.

Os projetos legislativos em pauta incluem medidas como a criminalização de quem oferecer ajuda aos imigrantes ilegais, criação de um muro na fronteira com o México e o início do chamado programa de "trabalhadores hóspedes", defendido pelo presidente George W. Bush, e alvo de críticas de alguns de seus correligionários.

O programa permitiria que imigrantes legalizassem sua situação apenas enquanto estivessem trabalhando, mas é visto por alguns como um plano de anistia disfarçado.

É o caso do republicano Tom Tancredo, que argumenta que uma anistia só pode ser concedida a quem cometeu um crime e, neste caso, "o crime que cometeram é vir a este país sem nossa permissão" - e a pena prevista é a deportação.

Na sua opinião, isso enviaria uma "mensagem horrível", principalmente às pessoas que chegam aos EUA seguindo todos os passos legais.

Specter rejeitou o argumento, afirmando que o programa não tem nada a ver com uma anistia porque os imigrantes teriam de pagar uma multa, demonstrar que estão trabalhando e colocar-se ao fim da longa lista dos que aspiram à cidadania americana.

Edward Kennedy concordou com o colega republicano e ressaltou que é preciso levar em conta que "temos todas essas pessoas aqui" e o desafio consiste justamente em abordar sua situação de alguma forma, mas sem nunca favorecê-las em relação às pessoas que seguem as vias legais.

A secretária de Estado, Condoleezza Rice, também interveio no debate, para dizer que a reforma deve garantir a segurança nas fronteiras e o cumprimento das leis, mas também deve prever um tratamento "humano" para os imigrantes ilegais que já estão nos EUA.

"Temos uma população aqui que deve ser tratada de forma humanitária. Não importa como tenham vindo", segundo Rice, lembrando que o presidente Bush descarta totalmente a possibilidade de uma anistia.

Há dias, milhares de imigrantes, em sua maioria hispânicos, reivindicam a anistia com bloqueios e manifestações, como a que aconteceu sábado em Los Angeles, a maior da história recente dos EUA.

Cerca de meio milhão de manifestantes foram às ruas para exigir uma reforma justa, que respeite seus direitos e que leve em conta sua contribuição à economia dos EUA.

Os protestos continuarão amanhã - coincidindo com o início do debate no Senado -, em Boston (Massachusetts) e Washington, até o dia 10 de abril, quando vai ser celebrado um "Dia de Ação Nacional" em defesa dos imigrantes, organizado por organizações sociais, empresariais e religiosas.





Fonte: EFE

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