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Internacional
Sábado - 25 de Março de 2006 às 23:20

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O Vaticano pediu no sábado que o governo comunista da China reconheça que "chegou a hora" de superar as diferenças e iniciar um diálogo que leve a relações diplomáticas. A proposta veio com a promoção de Joseph Zen Ze-kiun, bispo de Hong Kong que critica a falta de liberdade religiosa na China, a cardeal da Igreja Católica Romana.

"Na nossa opinião, chegou a hora", disse o arcebispo Giovanni Lajolo, ministro das Relações Exteriores do Vaticano, em uma entrevista ao canal de TV I-Cable, de Hong Kong, cujo texto foi distribuído a repórteres pela assessoria de imprensa do Vaticano.

"Nós confiamos na abertura de espírito das autoridades supremas da República Popular da China, que não podem ignorar as expectativas de seu povo, assim como o sinal dos tempos", disse ele.

A China não tem relações diplomáticas com o Vaticano desde 1951, dois anos após a instalação do comunismo.

Lajolo disse que a decisão do papa de incluir Zen entre os 15 novos cadeais nomeados na sexta-feira é "um sinal de sua afeição especial por toda a população chinesa" . Ele adicionou: "O papa está confiante que o significando de seu gesto será bem entendido e, de certa forma, respondido."

A China se recusa a deixar que o Vaticano nomeie bispos e a permitir que os católicos reconheçam a autoridade do papa, dizendo que isso seria uma interferência em seus assuntos internos.

Os católicos chineses devem pertencer a uma igreja aprovada pelo Estado, conhecida como Associação Patriótica Católica.

O Vaticano estima ter cerca de 8 milhões de seguidores na China que rezam em "igrejas clandestinas", comparados com cerca de 5 milhões de seguidores da associação do governo.

"Os católicos chineses não sentem que são menos chineses por serem católicos...", disse Lajolo.

"Se forem estáveis, abertas e confiáveis as relações estabelecidas entre a Santa Sé e o governo de Pequim, eu não tenho dúvidas de que esta tensão seria superada e qualquer ambiguidade esclarecida", disse ele.

Pequim insiste que relações diplomáticas não podem ser retomadas a não ser que Roma corte primeiro sua ligação com Taiwan, que Pequim considera uma província renegada.

Lajolo repetiu a posição do Vaticano sobre Taiwan. Ele disse que estaria pronto a transferir sua embaixada de Taipei de volta para Pequim.

O secretário de Estado do Vaticano cardeal Angelo Sodano disse em outubro que o Vaticano queria a liberdade dos católicos na China e a permissão para reabrir sua embaixada em Pequim, sem a imposição de condições.

O Vaticano é um dos 25 países que mantém relações diplomáticas com Taiwan.

China e Taiwan são inimigos políticos desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.




Fonte: EFE

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