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Internacional
Sábado - 25 de Março de 2006 às 10:26

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, começou a usar brincadeiras e a informalidade com a imprensa no que parece ser uma tentativa de recuperar sua popularidade e, de quebra, reforçar a sua política no Iraque.

Em uma série de discursos por ocasião do terceiro aniversário da guerra, o presidente brincou com os jornalistas e riu de suas próprias piadas e freqüentes dificuldades gramaticais, deixando de lado por alguns momentos a seriedade que caracteriza seus encontros com a imprensa.

Numa conversa com jornalistas e convidados a um discurso esta semana, Bush se mostrou surpreso ao responder a uma pergunta de um jornalista que se identificou como José Feliciano, mesmo nome do cantor cego porto-riquenho.

Bush aproveitou para fazer uma piada: "É como a vez em que eu telefonei para um sujeito e disse: 'Quem fala é George Bush' e ele me respondeu 'vamos, vamos, está brincando comigo'".

Também brincou com a correspondente do jornal The New York Times, Elisabeth Bumiller, dizendo que a jornalista dorme nos seus discursos.

Em outra ocasião, Bush esqueceu o nome do correspondente do jornal Los Angeles Times, Tim Gerstenzang, um dos jornalistas selecionados para fazer uma pergunta. O presidente ofereceu suas desculpas ao jornalista: "Lamento, Jim. Tenho muitas preocupações em minha cabeça ultimamente".

As preocupações ficaram evidentes nos últimos tempos, quando a popularidade de Bush caiu aos níveis mais baixos desde que chegou à Casa Branca, em 2001. Além disso, ele enfrenta a resistência de setores do seu próprio partido no Congresso.

O afastamento da bancada republicana se deve às eleições parciais de renovação do Congresso, que serão realizadas em novembro, nas quais muitos republicanos temem perder votos se continuarem apoiando o presidente.

Brincadeiras à parte, Bush manteve nos seus discursos e conversas a promessa de manter as tropas no Iraque.

"Se pensasse que não vamos ter sucesso, retiraria as tropas agora", disse, depois de admitir que as forças militares americanas ainda poderão permanecer no país por vários anos.

"Não poderia encarar pais e mães, não poderia pedir a um bom soldado que vá ao campo de batalha se não achasse que vamos ter sucesso, e que isto é necessário para a segurança dos EUA", acrescentou.

Num momento em que a insurgência continua, a violência sectária e os problemas para formar um Governo de unidade iraquiana aumentam, Bush disse compreender as preocupações dos norte-americanos.

"A violência é terrível. Ocorrem represálias. E posso compreender que as pessoas digam que nossa presença lá não está dando resultados", afirmou.

Bush também rejeitou a interpretação de que o Iraque esteja à beira da guerra civil. E manteve o compromisso de estabelecer a democracia e a paz no país. Para ele, os iraquianos sabem que está na hora de estabelecer um Governo. "Isso é o que querem, já que se não fosse assim não teriam votado, não?".

"Ainda há tempo para que os representantes escolhidos e os partidos políticos conversem e formem um Governo de unidade", insistiu.

Ele também assegurou que o número de soldados dos EUA no Iraque será determinado pelos comandantes militares americanos e pela evolução do país, "não por pesquisas, grupos de pressão nem pelas eleições de novembro".





Fonte: EFE

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