Viúva de empresário culpa polícia pela morte do marido

A consultora de informática Sônia Kodaira, 41 anos, viúva do empresário Gerson Mendonça de Freitas Filho, 50 anos, morto há oito dias por um disparo feito por um PM durante troca de tiros com bandidos, disse que a tragédia revelou "despreparo total" dos policiais. "Um PM que participou do tiroteio me disse que não sabia que a vítima estava no carro. Mas essa hipótese não deveria ter sido cogitada? Quando vi os vários tiros que acertaram o carro, tive a impressão de que houve uma execução", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

O carro do empresário foi roubado e ele foi mantido refém. A polícia percebeu a situação e iniciou uma perseguição no bairro do Campo Belo, na zona sul da capital paulista. Um motoboy disse que viu a vítima sair do carro e cair depois de dois passos. O delegado José Bella, responsável pelo caso, disse estar convencido de que os PMs não imaginavam que a vítima estivesse no carro. Sônia rebate: "O meu marido era um homem de 1,80 metro de altura, cabelo grisalho, estava com roupa social. Ele não se parecia nem um pouco com um maloqueiro."

Sônia disse que vai aguardar os laudos do Instituto Médico-Legal e do Instituto de Criminalística para decidir quais providências serão tomadas. Alguns parentes ameaçaram processar o Estado. A PM divulgou ontem uma nota, informando que "só se manifestará após ser oficialmente notificada do resultado da perícia técnica".