Bento XVI analisa com cardeais a situação da Igreja

O papa Bento XVI analisa com os cardeais, que vieram de todo o mundo para o Consistório que criará 15 novos cargos cardinalícios, analisará a situação da Igreja e os desafios que têm pela frente.

A reunião, que se prolongará durante todo o dia, acontece na nova Sala do Sínodo, e começou com uma pregação, seguida por um breve discurso do decano do Colégio Cardinalício, o Secretário de Estado, Angelo Sodano.

Esta reunião extraordinária dos 193 cardeais que formam o Colégio Cardinalício foi convocada por Bento XVI em 22 de fevereiro, dia que anunciou seu primeiro consistório de cardeais, e disse que seria de "reflexão e prece".

"Agradecemos que nos tenha convocado para este dia de reflexão e preces, para uma ação conjunta mais aderida aos desafios pastorais do momento atual", afirmou Sodano em seu discurso.

O "número dois" do Vaticano ressaltou que os cardeais ajudam o papa da mesma forma quando estão reunidos como em nível individual, e destacou a complementaridade que existe entre os dois órgãos consultivos dos quais o Pontífice dispõe, que são o Colégio Cardinalício e o Sínodo de Bispos.

"Agora, Vossa Santidade nos indicará os temas dos quais quer ouvir nosso parecer e recolher os conselhos", concluiu Sodano, lembrando que muitos cardeais não puderam vir, devido a problemas de saúde ou de última hora, mas que todos estavam presentes de forma espiritual.

Após o discurso de Sodano, a reunião prosseguiu a portas fechadas.

Os idiomas da reunião são o italiano, inglês, espanhol e francês.

O esquema da reunião prevê que os discursos dos cardeais sejam livres, de acordo com o mesmo esquema de trabalho das reuniões prévias ao Conclave do ano passado, que foi presidido pelo então cardeal Joseph Ratzinger - o atual papa -, como decano do Colégio Cardinalício.

Segundo fontes vaticanas, Ratzinger gostou dessa atmosfera "livre" na qual os trabalhos se desenvolveram, e agora como Bento XVI quis repetir a iniciativa.

De acordo com as mesmas fontes, Bento XVI abordará na reunião com os cardeais - aos quais considera, segundo suas próprias palavras, uma espécie de Senado para ajudar o papa - a reforma da Cúria Romana.

Outros temas a serem discutidos, segundo os cardeais, serão o ecumenismo, a globalização, as relações com o Islã, com as outras religiões, com a China e a crise de vocações religiosas.

A reunião de hoje precede o Consistório de cardeais de amanhã, o primeiro de seu Pontificado, no qual nomeará quinze novos cardeais, entre eles os arcebispos de Toledo, na Espanha, e de Caracas.