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Economia
Quinta - 23 de Março de 2006 às 07:19
Por: Marianna Peres

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O pacote de ajuda do governo Federal ao setor agrícola, em crise desde o ano passado, teria um impacto de R$ 6 bilhões nos cofres públicos, entre renúncias fiscais e aporte de recursos. Entretanto, as negociações sobre as medidas que serão efetivamente implementadas pelo governo poderão ser fechadas em cifras menores.

Por telefone, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, disse que não tinha informações sobre as cifras divulgadas de maneira extra-oficial. Ele esteve ontem em Porto Alegre (RS), reunido com o presidente da federação gaúcha, Carlos Sperotto, “justamente para acertar detalhes de uma audiência com o presidente Lula, que já foi solicitada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mas ainda sem resposta por parte do Palácio do Planalto”.

Agora as demandas do campo, segundo Homero, nesta reunião com o presidente da República, irão se concentrar em dois pontos: “a renegociação das dívidas da safra 04/05 e da 05/06 e assegurar recursos a juros compatíveis com a renda do campo (8,75% ao ano). Nossa meta é em 120 dias construir uma proposta que viabilize esses pontos”.

UNIÃO - Oficialmente o governo Federal não fala em valores, mas o ministro disse que não só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também os ministros Antônio Palocci (Fazenda) e Dilma Roussef (Casa Civil) estão conscientes da necessidade de medidas para evitar um agravamento ainda maior da crise no setor.

Após reunião com Lula no Palácio do Planalto ontem, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, informou que o presidente irá convocar uma reunião para discutir o assunto na próxima semana. Além de Rodrigues, Dilma e Palocci, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também deverá participar da discussão.

“O governo tem clara consciência de que a crise agrícola é realmente aguda. Não há mais o que convencer. Está todo mundo convencido, informado com riqueza de detalhes”, disse Rodrigues ao comentar que em 2005 o governo demorou a reagir à crise enfrentada pela agricultura. “No ano passado, nós tivemos uma demora muito grande para as decisões serem tomadas”, afirma.

Ele não antecipou como a União irá socorrer o setor, mas destacou como essenciais medidas para recuperar a renda do produtor e renegociar suas dívidas, pois a situação atual “inibe a adimplência”.

“A conta não fecha. A verdade é essa”, disse Rodrigues ao destacar que o governo estuda medidas de apoio à comercialização e um programa de revisão de dívidas.

Ao comentar o impacto da valorização do real na agricultura, ele lembrou que os produtores compraram insumos com um dólar custando R$ 3,20 ou R$ 3,30 na safra passada e venderam a produção com um câmbio de R$ 2,60. Ao invés da reversão no câmbio, como se esperava, o dólar continua caindo, e já está próximo de R$ 2,10, o que preocupa os produtores e o governo com relação à comercialização da nova safra.

O governo também estuda a redução de tarifas de importação de insumos, redução de PIS e Cofins para alguns produtos, mas o ministro da Agricultura admite que a desoneração tributária é o ponto mais complicado das negociações. (Com Folhapress)





Fonte: Diário de Cuiabá

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