Revolucionário, presidente da Matonense renuncia

MATÃO, São Paulo - Depois de quase um ano no comando da Matonense, seja como presidente da Futura Sports, empresa de marketing esportivo, ou como presidente eleito do clube, Israel Rolim do Carmo anunciou sua renúncia nesta quarta-feira.

Os motivos alegados foram a falta de apoio da cidade e, principalmente, por não ter conseguido liberar o Estádio Hudson Buck Ferreira, interditado desde 2005 pela Federação Paulista, porque não atendia às especificações do Estatuto do Torcedor.

Auto denominado um revolucionário do futebol, Israel de Jesus, como gosta de ser chamado, pelas convicções religiosas, foi também o técnico do time em todo este período. No entanto, ele não teve suas idéias bem aceitas pela cidade de Matão. Um exemplo foi o esquema tático Roleta Russa, que misturava as posições dos jogadores em campo, com atacantes vestindo a camisa quatro e zagueiros a nove.

Israel é uma figura ímpar, para alguns folclórico, careca, de óculos escuros e que toca banjo ou cavaquinho para alegrar seus jogadores. Antes de entrar no profissionalismo esportivo, Israel foi pagodeiro de rodas famosas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Seu último empreendimento, que acabou não saindo do papel, foi o projeto "Pedala Matão", que visava a integração da cidade com o clube, e que envolveria alguns projetos sociais.

Como último ato, Israel dispensou seis jogadores, que também eram vítimas da falta de apoio da cidade e estavam descontentes. Ele ainda deixou as questões administrativas à cargo de Elias Teixeira e garantiu que o time defende a cidade até o final na Série A-3 do Campeonato Paulista.

Além disso, deixou o auxiliar Cidão no comando técnico do time. A missão, no entanto, não será fácil, já que a Matonense é a última colocada do Grupo 2, com três pontos, sete a menos do que o penúltimo colocado.