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Internacional
Quarta - 22 de Março de 2006 às 20:33

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O Parlamento palestino deve dar um voto de confiança, na próxima segunda-feira, ao gabinete formado pelo movimento radical Hamas, apesar das fortes objeções da Organização de Libertação da Palestina (OLP) sobre o programa de governo. "Recebemos um pedido de Ismail Haniyeh (o primeiro-ministro designado) para que o Parlamento se reúna no sábado, mas decidimos que a sessão será na próxima segunda-feira", declarou Hassan Khreisheh, vice-presidente da Câmara.

A decisão foi tomada durante um encontro entre o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o presidente do Conselho Legislativo Palestino (CLP, Parlamento) Aziz Dweik. O voto de confiança será uma mera formalidade para o Hamas, que controla 74 das 132 cadeiras do CLP após sua vitória nas eleições legislativas de janeiro.

Importantes divergências persistem sobre o programa do governo de 24 ministros formado pelo Hamas, que se atribuiu o controle das pastas chaves das Relações Exteriores, das Finanças e do Interior. A OLP pediu nesta quarta-feira ao Hamas que emenda seu programa incluindo um reconhecimento explícito da OLP como "único representante legítimo" do povo palestino.

"O presidente Abbas vai enviar uma carta ao governo do Hamas explicando sua posição sobre seu programa, que é inaceitável. O governo de Hamas tem de revê-lo e apresentar um novo programa que leve em conta os interesses do povo palestino", declarou Tayssir Khaled, membrod o Comitê executivo da OLP.

Abbas buscou minimizar as divergências. "Não haverá crise consticional", garantiu. "A OLP deve ser a primeira referência para a Autoridade Palestina, e esse ponto deve aparecer claramente no programa do governo", insistiu. "A Autoridade Palestina é oriunda da OLP. Isso é uma realidade", ressaltou Abbas, que dirige as duas entidades.

A resposta do Hamas não demorou. O porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri, rejeitou categoricamente a demanda da OLP. "Essa decisão não é aceitável, e é ilegal. O Parlamento é o único habilitado" a se pronunciar sobre o programa do Hamas, afirmou Zuhri. A negação do Hamas de reconhecer a supremacia da OLP foi um fator determinante na decisão das demais facções palestinas de não integrar o governo formado pelo movimento radical.





Fonte: AFP

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