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Internacional
Quarta - 22 de Março de 2006 às 18:33

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Uma explosão controlada deu fim hoje a um dos últimos vestígios da Guerra Fria, as 13 antenas da "Radio Liberty", instaladas em 1955 no nordeste da Espanha pelos Estados Unidos para transmitirem mensagens anticomunistas para os países do leste europeu. De uma praia da Costa Brava, na Catalunha, as antenas retransmitiram diariamente entre 1995 e 2001 programas que terminavam com a frase em russo "Govorit Radio Svoboda" (Fala a Radio Liberty).

Os programas, financiados pelo Governo dos EUA, chegavam aos países orientais, quando Washington e Moscou eram inimigos declarados e competiam em armamento, na corrida espacial e na propaganda política.

A idéia de construir a estação, uma das mais potentes da Europa na segunda metade do século XX, surgiu em 1955 após vários estudos do chamado Comitê Americano para a Libertação, que trabalhava para localizar o melhor ponto de transmissão.

A praia da Costa Brava, que na época vivia da agricultura e era habitada por 500 pessoas, foi escolhida porque estava longe de qualquer região habitada ou florestal, mas próxima do mar, o que permite que o som chegue com maior qualidade ao público.

Os EUA pagaram US$ 50 mil na época por 333.500 metros quadrados de terreno e deixaram o Governo espanhol como proprietário da instalação.

"Era uma prática comum naquela época, e foi feito o mesmo com outros grandes centros de retransmissão em Portugal, na Alemanha e na Grécia", disse à EFE Joe O''Connell, assessor de imprensa da Junta de Administradores de Radiodifusão (BBG em inglês), órgão responsável pelas transmissões radiofônicas patrocinadas pelo Governo dos EUA.

Segundo O''Connell, a derrubada das antenas de Pals responde a uma mudança no panorama político no leste da Europa, mas também a questões de desenvolvimento tecnológico.

"Os sistemas de radiodifusão evoluíram muito com a tecnologia digital e com a transmissão via satélite. Assim eram poucas as pessoas que sintonizavam a Radio Liberty com aparelhos de ondas curtas no leste da Europa", explicou O''Connell.

Em maio de 2001, quando a BBG anunciou que as impressionantes instalações de Pals deixariam de funcionar, foi dito que "a criação de instituições democráticas na antiga União Soviética diminuiu a utilidade da praia de Pals como serviço de retransmissão do Governo americano".

"Sua continuidade não pode mais ser justificada, nem do ponto de vista operacional, nem financeiro", declarou a BBG.

Agora as autoridades locais e da região da Catalunha estudam formas de utilização do novo espaço. A ministra do Meio Ambiente, Cristina Narbona, viajará em breve à Catalunha para decidir o que fazer com o terreno.





Fonte: EFE

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