Wagner pede calma e Mantega afasta saída de Palocci

O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse nesta quarta-feira que é preciso aguardar as investigações em torno da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Ele reafirmou que a orientação de quebrar o sigilo não partiu do Palácio do Planalto. Já o presidente do BNDES, Guido Mantega, afastou especulações de que Antonio Palocci vá deixar o ministério.

A Caixa Econômica Federal admitiu ontem que o extrato saiu de dentro de uma agência do banco. A informação foi dada a senadores da CPI dos Bingos que se encontraram com dirigentes da CEF, incluindo o presidente, Jorge Mattoso.

Wagner disse que o governo está empenhado em encontrar os culpados e que eles serão punidos. O ministro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer a punição exemplar dos responsáveis pela quebra do sigilo.

Ele ainda defendeu a permanência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, até dezembro. Porém, disse que, se as investigações revelarem algo contra Palocci, a situação deve se alterar.

Mantega também saiu em defesa de Palocci. "Estou vendo gente muito nervosa porque querem investigar a fundo as coisas que o caseiro diz. O inquérito da Polícia Federal vai esclarecer esse ponto assim como vai encontrar os responsáveis pela quebra do sigilo, que serão punidos. Mas vamos esperar as conclusões", afirmou a jornalistas.

Guido Mantega disse que são "descabidas" as pressões e as especulações sobre a saída de Palocci da Fazenda, mas observou que a estabilidade da economia no Brasil não depende de uma só pessoa. "Ele é necessário para o governo e para o país e é responsável pelo sucesso que obtivemos na economia. Essas especulações não procedem", afirmou.

"A economia está robusta porque temos os fundamentos robustos. Isso não depende de uma pessoa. A situação está assim graças ao trabalho desenvolvido em três anos."

O depoimento de Francenildo à CPI dos Bingos foi suspenso na última quinta-feira devido a uma liminar do STF. O caseiro confirmou afirmações feitas em entrevista, quando disse que Palocci teria frequentado mansão mantida por ex-assessores do ministro acusados de irregularidades. O ministro nega ter ido ao local.

Na sexta-feira, foram divulgados pela revista Época dados da conta de Francenildo, colocando o governo sob suspeita de violação ilegal de sigilo.