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Cidades/Geral
Quarta - 22 de Março de 2006 às 14:56
Por: Alcione dos Anjos

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(Alcione dos Anjos/KGM) – Sete comunidades ribeirinhas do município de Santo Antônio de Leverger (30 km de Cuiabá) estão ilhadas e em outras cinco o acesso é apenas com barcos. O problema se deve às constantes chuvas e o aumento do nível do rio Cuiabá. Na manhã desta quarta-feira (22.03) a régua que mede o nível do rio em Santo Antônio marcava nove metros e oito centímetros, 37 centímetros abaixo da cota de alerta (estipulada em 9m45); apesar disso a situação é preocupante entre moradores e poder público.

Por causa dos transtornos causados pela chuva e pelas inundações, o prefeito Faustino Dias Neto formou uma comissão para acompanhar os casos e decretou situação de emergência nas áreas mais atingidas pelas águas.

“Há locais em que as pessoas perderam toda a plantação, e outros em que é impossível transitar pela estrada que foi destruída pelas chuvas e até mesmo duas famílias que estão desabrigadas. A situação de emergência não é para todo município e sim para os pontos mais críticos”, informa Dias Neto.

A decisão foi tomada durante uma reunião entre o prefeito, vereadores, secretários municipais e Defesa Civil.

O encontro ocorreu pela manhã, antes das visitas às comunidades que sofrem com o alagamento. Para o assessor da Defesa Civil de Mato Grosso, Gerson Vargas Lopes, o decreto é válido na medida em que permite maior agilidade por parte da prefeitura nas ações. Porém, ele ressalta que o nível do rio Cuiabá se mantém estável. “Estamos monitorando diariamente a régua, e com isso temos uma idéia aproximada de quanto tempo o nível do rio irá aumentar no município e se poderá causar maiores estragos; por enquanto está tudo sob controle", revela Lopes. "Mas, como existe regiões em Leverger que estão em situação anormal o decreto é importante”, salienta.

AÇÕES – Após a reunião o prefeito Dias Neto se juntou às equipes que estão percorrendo com barcos as comunidades que ficaram alagadas. A ação começou na segunda-feira e conta com a parceira do Corpo de Bombeiros, Juizado Volante Ambiental (Juvam), Defesa Civil, Governo de Estado e voluntários, como o empresário Rui Mendes, o deputado estadual Carlos Brito, colônia de pescadores Z8 e do vereador por Cuiabá Walter Rabelo.

As equipes levam profissionais da saúde, medicamentos e cestas básicas às famílias necessitadas e fazem o cadastramento para saberem quantos e quem são os atingidos pela enchente. Um desses casos é o do pescador profissional João José de Carvalho. Ele é morador da comunidade São José da Boa Vista, a 15 km da sede, uma das localidades em que o acesso só é possível com barco. Ele está sem conseguir voltar para casa desde domingo e não esconde a preocupação. “Tenho medo de repetir o que aconteceu em 1995, quando houve até mortes. Por isso tenho que ir para casa ver minha mulher e meus filhos, saber como eles estão”, argumenta. “A plantação já sei que perdi tudo”, lamenta.

Outro que vive situação semelhante é o aposentado Anízio Pereira, que mora em Barranco Alto, a sete km da sede. Quando saiu de casa no início da manhã, a água estava praticamente na porta, mesmo assim insiste que precisa voltar. "Falta uns 30 centímetros para água invadir minha casa, mas não posso sair de lá, senão eu vou perder o pouco que tenho, vou perder a minha criação de galinha e de porco", justifica ele sua resistência em sair do local.

Por causa dessa insistência dos moradores em ficar nas casas com risco de inundação o trabalho das equipes se torna maior ainda. A primeira-dama e secretaria de Promoção Social, Nalzira Ribeiro Dias, comanda essa ação e diz que toda ajuda é bem-vinda. “Sem a ajuda dos voluntários e parceiros seria impossível trabalharmos, por isso estou tranqüila no que diz respeito ao socorro às vítimas da enchente, afinal estamos tendo um grande apoio para solucionar este problema”, avalia a primeira-dama.





Fonte: KGM Comunicação

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