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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 22 de Março de 2006 às 10:50
Por: Tom Miles e Lindsay Beck

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O presidente da China, Hu Jintao, pediu na quarta-feira ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que aprofunde a cooperação na área energética a fim de incluir a produção e o processamento de combustíveis.

O apelo foi feito um dia depois de os dirigentes terem assinado acordos que prevêem a venda de petróleo russo para os chineses.

A China está ansiosa para intensificar o comércio de combustível por meio de oleodutos. Mas, em um discurso divulgado na TV estatal do país, Hu conclamou os dois lados a "mudar o padrão atual centrado no comércio para um padrão centrado na produção e no processamento".

Tal cooperação deve intensificar o desenvolvimento econômico dos dois países e, simultaneamente, tornar mais estável o mercado mundial, disse Hu em Pequim, durante um fórum econômico sino-russo.

Hu também pediu que os dois lados atendam aos interesses recíprocos quando cooperarem na área energética e que pensem em programas de longo prazo.

A China cobiça as grandes reservas de gás e de petróleo da Rússia à medida que se torna cada vez mais dependente das importações devido à rápida expansão de sua economia. Putin disse que diversificar as rotas de exportação dos combustíveis era uma das prioridades de seu governo.

O presidente russo afirmou ao fórum que os acordos firmados na terça-feira incluíam um para estudar a possibilidade de construir um oleoduto ligando a Sibéria, região da Rússia rica em petróleo, à China, afirmou a agência de notícias Xinhua.

Com o projeto, "o fornecimento de petróleo para a China irá certamente registrar um aumento", afirmou Putin, segundo a Xinhua.

O dirigente russo encontrou-se também com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, na quarta-feira, um dia depois de os dois países terem acertado o aprofundamento da cooperação no setor energético por meio da construção de outros dois gasodutos.

A empresa estatal russa Gazprom, que monopoliza o setor petrolífero do país assinou um memorando na terça-feira para a construção de dois gasodutos que poderiam fornecer anualmente algo entre 60 bilhões e 80 bilhões de metros cúbicos de gás para a China. As primeiras entregas devem acontecer dentro de cinco anos.

Em um outro acordo, a China National Petroleum Corp. (CNPC) disponibilizará um crédito de até 400 milhões de dólares para construir um oleoduto ligando os dois países, disse o presidente da Transneft, uma empresa russa, na quarta-feira.

A CNPC, a estatal que controla o setor petrolífero da China, e a Rosneft, uma estatal russa, pretendem construir uma refinaria na China e realizar buscas por petróleo na Rússia como parte de uma aliança no setor energético, afirmou um porta-voz da CNPC na terça-feira.

DIPLOMACIA

As negociações entre os dois países, que dividem uma fronteira de 4.300 quilômetros e que, no ano passado, gastaram 30 bilhões de dólares em suas relações comerciais, também se concentraram nos esforços diplomáticos para acabar com a crise nuclear iraniana.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse na quarta-feira que os esforços para solucionar a crise deveriam concentrar-se na preservação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT).

Na terça-feira, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a China e a Rússia estavam unidas na tarefa de defender a via diplomática como forma de resolver a questão nuclear com o Irã.

Os dois lados conseguiram impedir potências ocidentais de autorizar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a ameaçar o país islâmico com retaliações.

Os dois também participam das negociações que visam desmantelar os programas de armas nucleares da Coréia do Norte. Essas negociações envolvem ainda as duas Coréias, o Japão e os EUA.

Putin, que na terça-feira inaugurou o "Ano da Rússia na China", participará, na quarta-feira, de um fórum empresarial Rússia-China e se reunirá com Wu Bangguo, principal membro do Poder Legislativo chinês.





Fonte: Reuters

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