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Em 2006, MT Fomento pode atingir 5 mil operações de microcréditos
De acordo com o diretor presidente da MT Fomento, Éder de Moraes Dias, a meta para este ano é ousada e pode chegar a 5 mil operações transformando a agência na maior carteira de microcrédito de Mato Grosso. Em um ano e meio de criação, o órgão já disponibilizou 3 mil operações.
Em entrevista , Éder fez um balanço das atividades na agência, que tem como foco o incentivo as pequenas economias e o compromisso com o social. Ele falou também do MT Fomento Card, uma inovação no segmento de cartões de crédito, que já tem 24 mil servidores estaduais como clientes. Veja os trechos principais da entrevista:
* Qual o objetivo principal da MT Fomento?
Éder de Moraes Dias: É de fomentar as pequenas economias de Mato Grosso levando desenvolvimento, gerando trabalho, emprego e renda, notadamente naqueles municípios que se encontram em decadência econômica. Isso se acentuou no Estado em razão da crise no setor madeireiro e em alguns setores do agronegócio. Então, cabe ao MT Fomento atuar na vanguarda estando sempre atendo ao que está acontecendo no Estado e procurando levar soluções simples e criativas, mas que de alguma forma possam impactar na vida das pessoas, melhorando a renda familiar e promovendo certa estabilidade financeira.
*Quem são os principais clientes da MT Fomento?
Éder: O nosso foco principal é o pequeno negócio. São os pequenos empreendedores, micro e pequenas empresas, pessoas físicas como por exemplo às costureiras, as doceiras, feirantes, ambulantes, enfim, aquela parcela da sociedade que, historicamente, tem dificuldade de acesso ao crédito. Nada impede que a agência de fomento faça negócio de grande vulto, mas não é o nosso foco. Há uma determinação do governador Blairo Maggi que o atendimento chegue àquelas pessoas que não têm tido oportunidade de iniciar ou de melhorar o seu negócio. Essa é a nossa clientela.
* Qual o montante de recursos a agência já disponibilizou desde a criação?
Éder: Somos ainda uma instituição muito nova. Temos apenas um ano e meio de funcionamento. Neste período, já disponibilizamos cerca de R$ 8 milhões que diretamente da MT Fomento foram injetados na economia mato-grossense. Mais da metade destes recursos está concentrado na Baixada Cuiabana até pelo nosso raio de atuação. E já colocamos indiretamente na economia de Mato Grosso mais de R$ 100 milhões intermediando operações de interesse da sociedade com objetivo de criar novos postos de trabalho. Isso, sem dúvida, tem causado um impacto na nossa economia. Apesar de sermos uma instituição pequena temos, em algum momento, ditado a regra de atuação das grandes instituições do Estado. Estamos mostrando que é possível trabalhar com o pequeno, é possível fazer o social bem feito e as instituições não têm outra alternativa senão pegar carona no bonde da MT Fomento. Temos uma determinação muito clara do Conselho de Administração da agência de que nossa atuação tem que estar voltada para o resgate da cidadania.
* E o montante de recursos anual da agência, qual é?
Éder: Eu acredito que em 2006 nós realizaremos entre receitas e integralização de capital algo próximo de R$ 5 milhões. Ainda não é suficiente, mas nós seguimos uma determinação do governador de crescermos de acordo com o tamanho da nossa perna. De crescer na velocidade que o Estado permita que nós possamos crescer. Até porque o Estado é o acionista majoritário da agência. Há uma demanda reprimida muito grande no microcrédito de Mato Grosso e temos procurado atuar não só com o instrumento MT Fomento mas com aliados como a secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, com a secretaria de Desenvolvimento Rural, a de Indústria e Comércio, Meio Ambiente, Planejamento e Infra-estrutura. A MT Fomento tem sido um elo importante entre todas estas secretarias carreando os recursos que possuem e que possam ser aplicados no social. Em 2006, o governo Blairo Maggi está voltado para o social. É o ano do fomento. Temos tudo para imprimir uma marca definitiva do governo mais social que passou por Mato Grosso.
* Para um pequeno investidor, qual a vantagem que ele tem em captar recursos no MT Fomento?
Éder: O processo nosso é mais simples. Porém, tem suas regras que devem ser obedecidas porque nós somos subordinados ao Banco Central. Temos uma auditoria independente, uma interna e uma estadual além do Tribunal de Contas. A concessão do crédito na MT Fomento é técnica. A indicação pode até ser política, mas a análise vai ser sempre criteriosa. Eu costumo dizer que os próprios deputados estaduais são nossos agentes de crédito porque eles visitam as suas bases e indicam novos negócios. É claro, se for de interesse da agência e do governo de Estado atender nós vamos fazer independente de cor partidária. Exigimos aqui o essencial: CIC, RG, comprovante de renda e endereço. Quando não tem como comprovar a renda fazemos uma entrevista e se o negócio for viável nós concedemos o crédito. Ou seja, a vantagem de buscar recurso aqui é que a questão burocrática é menor e a segunda vantagem é a taxa de juros. Trabalhamos um pouco abaixo do que o mercado opera. Um microcrédito em um banco comercial vai variar em torno de 3,5 a 4% ao mês. Porque o risco é alto e os bancos não estão dispostos a correr o risco e aí penalizam na taxa. Nós, não. Nós acreditamos no pequeno e emprestamos com taxa entre 1,9 a 2% por mês.
* Quantas concessões de crédito já foram feitas?
Éder: Já realizamos mais de 3 mil operações de microcréditos entre liquidações e novas operações. Pretendo chegar ao final de 2006 com pelo menos 4 a 5 mil operações ativas na MT Fomento o que já caracterizaria a maior carteira de microcrédito do Estado. É uma meta bastante audaciosa e com certeza vamos chegar lá.
* E é alta a inadimplência?
Éder: A inadimplência na agência está abaixo de 2%. É a menor inadimplência das agências de fomento do país. A pontualidade hoje é quesito ‘número um’ para nós continuarmos funcionando bem. Nós emprestamos e temos que receber de volta porque é preciso reaplicar estes recursos para permitir que outras pessoas tenham acesso ao crédito.
* A agência também oferece ao pequeno empreendedor dicas sobre negócios ou apenas concede o crédito?
Éder: O Estado precisa mostrar para a sociedade que é possível fazer o social com responsabilidade. E as pessoas que tomam recursos na MT Fomento – valores de R$ 1 mil a R$ 5 mil por pessoa física e R$ 5 a R$ 15 mil por pessoa jurídica, estão cada vez mais conscientes que Mato Grosso mudou. Quando vamos liberar o crédito fazemos por lote de 30 a 40 pessoas e é feita uma palestra, um curso antes da liberação do recurso e oferecemos dicas de como conduzir o seu negócio com sucesso e de como não errar. E a prova disso é que em pesquisa recente foi constatado que o sucesso de quem tomou recurso na agência ultrapassa a casa dos 80%.
* E o MT Fomento Card que vantagem traz para o servidor público?
Éder: O MT Fomento Card é uma inovação também nas agências de fomento do país. Historicamente as agências não trabalhavam voltadas para o servidor público eram focadas ao microcrédito e nós provamos ao Banco Central que poderíamos, sem nenhum problema, trabalharmos com o servidor estadual até pela segurança no fator consignação. E em cima disso, desenvolvemos este cartão de crédito, bandeira Visa, aceito em todo o território nacional. Hoje o servidor em férias pode usar o MT Card em qualquer hotel, em qualquer pousada. Pode usar como no final do ano foi feito para compra de material escolar, para fazer a matrícula e até para liquidar dívidas de outros cartões que têm taxas de juros maiores. Nós cobramos 4,5% ao mês, ou seja, a menor taxa que o país pratica hoje. Eu costumo dizer que o MT Fomento Card vai mudar o mercado de cartões de crédito no Brasil. Porque os Estados não vão ter outra solução que não seja a adesão a este novo modelo e as administradoras de cartão não vão ter outra saída e terão que baixar seus custos senão vão perder seus clientes.
* Qual o número de adesões de servidores?
Éder: Temos hoje cerca de 24 mil clientes e queremos chegar a 50 mil. O que há ainda é uma dificuldade do servidor entender o funcionamento do cartão de crédito. E o funcionamento é muito simples. É dado um limite no valor de um salário líquido do servidor e 10% da fatura, se ele realizar compras, é consignado em folha. Para isso, o Estado através de um decreto, criou uma margem específica, ou seja, não vai interferir no que o servidor já tem de endividamento. Então, é um produto que o servidor deve adquirir porque diminui seu endividamento e exonera seu bolso. O MT Fomento Card é um sucesso e referência para o país. Na semana passada, estive em São Paulo fazendo uma palestra para 20 instituições financeiras de grande porte explicando como foi criado e como funciona o nosso cartão. Isso já é uma prova de que o país está sentindo o impacto que esse modelo vai causar no mercado de cartões de crédito.
* Como vem sendo desenvolvido pela agência projetos no sentido de trazer para formalidade setores que estão na informalidade como é o caso dos camelôs?
Éder: Temos um projeto piloto com os camelôs da Baixada Cuiabana, indicado pelo deputado Carlos Brito que nós resolvemos abraçar. E em que consiste este projeto? Evitar que o camelô tenha que ir no Paraguai, na Bolívia, ou seja, na região de fronteira buscar sua mercadoria. Até porque é uma ação, muitas vezes, não reconhecida pela Receita Federal. Constantemente tem mercadorias apreendidas e nós queremos evitar isso. O governador autorizou que nós fizéssemos um pacote onde eles importariam os produtos da China em um contêiner fechado e essa importação seria concluída aqui no Porro Seco em Cuiabá. Isso, em relação ao custo benefício é muito interessante para o camelô, porque passa a ser reconhecido pela Receita Federal. As despesas com impostos foram amenizadas já que o Estado diminuiu a alíquota em torno de 3%. E com certeza a sociedade vai comprar mais tranqüila no shopping popular porque sabe que são mercadorias com procedência e reconhecidas pelo Estado e pela Receita. Inclusive, o preconceito que a gente sabe que existe de algumas pessoas em comprar no shopping popular vai desaparecer. Acho que é uma parcela de contribuição da MT Fomento com setores dos camelôs da Baixada Cuiabana que fica para história de Mato Grosso.
* E o projeto ‘Pedalar’? Como funciona e quantas pessoas já foram beneficiadas?
Éder: Criamos o projeto Pedalar procurando atender, principalmente, o interior de Mato Grosso onde boa parte da população trabalha longe da sua residência e em algumas cidades não há coletivos. É um projeto simples. A bicicleta é parcelada em 24 meses. O valor da parcela hoje é algo próximo de R$ 9 a R$ 11, ou seja, qualquer trabalhador pode pagar isso mensalmente. É um projeto altamente social. Financiamos mais de 2 mil bicicletas na Grande Cáceres. Agora vamos fazer em Alta Floresta e Sorriso e atendemos também outras regiões do Estado.
* Outro projeto é o Balcão da Ferramenta. Qual é o foco de atendimento?
Éder: O Balcão da Ferramenta financia pequenos equipamentos aos trabalhadores que têm pequenos salões de beleza, cabeleireiro, doceira, artesanato, enfim, é uma linha de crédito que varia de R$ 100 a R$ 1 mil. A MT Fomento tem vários outros projetos. Recentemente, criamos o maior programa de artesanato da história de Mato Grosso. Em parceria com as secretarias de Indústria e Comércio, de Emprego, Trabalho e Cidadania e Sebrae, vamos fomentar com recursos do Fundeic o artesanato na Baixada Cuiabana. É uma classe que ao longo da história não tem recebido estímulo e que agora vai poder contar com recursos.
* E para todos estes projetos e concessões de recursos há uma fiscalização da agência para saber se o dinheiro está sendo bem empregado?
Éder: Veja, bem. Toda sexta-feira é o dia que chamamos de mercado onde vamos visitar os projetos financiados por nós. Temos um corpo técnico na área de desenvolvimento de projeto que faz este acompanhamento. E aí você pode perguntar.
É possível acompanhar os 3 mil projetos em andamento? Não é. É humanamente impossível. Mas, por amostragem a gente consegue ver, claramente, como andam os negócios. Além da nossa fiscalização, é bom informar, há uma auditoria independente da agência que tem a prerrogativa de visitar e conferir valores, taxas de juros junto com o cliente quantas vezes julgar necessário. É um trabalho muito sério que está sendo feito pelo Estado.
* Para encerrar, corre nos bastidores a informação que o senhor poderia deixar a agência para disputar as eleições. Existe algum fundo de verdade nisso?
Éder: Não há qualquer cogitação neste sentido. O que há é muita especulação.
Inclusive, no último prazo para filiação partidária, o governador Blairo Maggi determinou que eu nem ingressasse a um partido para que pudesse ter essa independência evitando, assim, qualquer comentário em ano eleitoral de que estivéssemos fazendo política na agência. Não filiei em nenhum partido político justamente por esta razão. Então, não vou ser candidato a nada. Pretendo chegar ao final da minha gestão na MT Fomento com o dever cumprido. Quero, sim, uma nota de louvor. Quero passar com um 10. Este é meu objetivo na MT Fomento. Não sei se ao final da minha administração vou continuar no Estado. Estou à disposição do governador. O meu partido político chama-se ‘PBM – Partido do Blairo Maggi’, o que ele determinar, farei. Se ele falar para sair eu saio, se for para continuar, continuo, se precisar de mim em outra área do Estado, estou à disposição do governador. Vim pelas mãos dele para o Estado e sairei também pelas mãos dele.
Entrevista foi concedida ao Jornalista Jaime Neto do site Midia News
Em entrevista , Éder fez um balanço das atividades na agência, que tem como foco o incentivo as pequenas economias e o compromisso com o social. Ele falou também do MT Fomento Card, uma inovação no segmento de cartões de crédito, que já tem 24 mil servidores estaduais como clientes. Veja os trechos principais da entrevista:
* Qual o objetivo principal da MT Fomento?
Éder de Moraes Dias: É de fomentar as pequenas economias de Mato Grosso levando desenvolvimento, gerando trabalho, emprego e renda, notadamente naqueles municípios que se encontram em decadência econômica. Isso se acentuou no Estado em razão da crise no setor madeireiro e em alguns setores do agronegócio. Então, cabe ao MT Fomento atuar na vanguarda estando sempre atendo ao que está acontecendo no Estado e procurando levar soluções simples e criativas, mas que de alguma forma possam impactar na vida das pessoas, melhorando a renda familiar e promovendo certa estabilidade financeira.
*Quem são os principais clientes da MT Fomento?
Éder: O nosso foco principal é o pequeno negócio. São os pequenos empreendedores, micro e pequenas empresas, pessoas físicas como por exemplo às costureiras, as doceiras, feirantes, ambulantes, enfim, aquela parcela da sociedade que, historicamente, tem dificuldade de acesso ao crédito. Nada impede que a agência de fomento faça negócio de grande vulto, mas não é o nosso foco. Há uma determinação do governador Blairo Maggi que o atendimento chegue àquelas pessoas que não têm tido oportunidade de iniciar ou de melhorar o seu negócio. Essa é a nossa clientela.
* Qual o montante de recursos a agência já disponibilizou desde a criação?
Éder: Somos ainda uma instituição muito nova. Temos apenas um ano e meio de funcionamento. Neste período, já disponibilizamos cerca de R$ 8 milhões que diretamente da MT Fomento foram injetados na economia mato-grossense. Mais da metade destes recursos está concentrado na Baixada Cuiabana até pelo nosso raio de atuação. E já colocamos indiretamente na economia de Mato Grosso mais de R$ 100 milhões intermediando operações de interesse da sociedade com objetivo de criar novos postos de trabalho. Isso, sem dúvida, tem causado um impacto na nossa economia. Apesar de sermos uma instituição pequena temos, em algum momento, ditado a regra de atuação das grandes instituições do Estado. Estamos mostrando que é possível trabalhar com o pequeno, é possível fazer o social bem feito e as instituições não têm outra alternativa senão pegar carona no bonde da MT Fomento. Temos uma determinação muito clara do Conselho de Administração da agência de que nossa atuação tem que estar voltada para o resgate da cidadania.
* E o montante de recursos anual da agência, qual é?
Éder: Eu acredito que em 2006 nós realizaremos entre receitas e integralização de capital algo próximo de R$ 5 milhões. Ainda não é suficiente, mas nós seguimos uma determinação do governador de crescermos de acordo com o tamanho da nossa perna. De crescer na velocidade que o Estado permita que nós possamos crescer. Até porque o Estado é o acionista majoritário da agência. Há uma demanda reprimida muito grande no microcrédito de Mato Grosso e temos procurado atuar não só com o instrumento MT Fomento mas com aliados como a secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, com a secretaria de Desenvolvimento Rural, a de Indústria e Comércio, Meio Ambiente, Planejamento e Infra-estrutura. A MT Fomento tem sido um elo importante entre todas estas secretarias carreando os recursos que possuem e que possam ser aplicados no social. Em 2006, o governo Blairo Maggi está voltado para o social. É o ano do fomento. Temos tudo para imprimir uma marca definitiva do governo mais social que passou por Mato Grosso.
* Para um pequeno investidor, qual a vantagem que ele tem em captar recursos no MT Fomento?
Éder: O processo nosso é mais simples. Porém, tem suas regras que devem ser obedecidas porque nós somos subordinados ao Banco Central. Temos uma auditoria independente, uma interna e uma estadual além do Tribunal de Contas. A concessão do crédito na MT Fomento é técnica. A indicação pode até ser política, mas a análise vai ser sempre criteriosa. Eu costumo dizer que os próprios deputados estaduais são nossos agentes de crédito porque eles visitam as suas bases e indicam novos negócios. É claro, se for de interesse da agência e do governo de Estado atender nós vamos fazer independente de cor partidária. Exigimos aqui o essencial: CIC, RG, comprovante de renda e endereço. Quando não tem como comprovar a renda fazemos uma entrevista e se o negócio for viável nós concedemos o crédito. Ou seja, a vantagem de buscar recurso aqui é que a questão burocrática é menor e a segunda vantagem é a taxa de juros. Trabalhamos um pouco abaixo do que o mercado opera. Um microcrédito em um banco comercial vai variar em torno de 3,5 a 4% ao mês. Porque o risco é alto e os bancos não estão dispostos a correr o risco e aí penalizam na taxa. Nós, não. Nós acreditamos no pequeno e emprestamos com taxa entre 1,9 a 2% por mês.
* Quantas concessões de crédito já foram feitas?
Éder: Já realizamos mais de 3 mil operações de microcréditos entre liquidações e novas operações. Pretendo chegar ao final de 2006 com pelo menos 4 a 5 mil operações ativas na MT Fomento o que já caracterizaria a maior carteira de microcrédito do Estado. É uma meta bastante audaciosa e com certeza vamos chegar lá.
* E é alta a inadimplência?
Éder: A inadimplência na agência está abaixo de 2%. É a menor inadimplência das agências de fomento do país. A pontualidade hoje é quesito ‘número um’ para nós continuarmos funcionando bem. Nós emprestamos e temos que receber de volta porque é preciso reaplicar estes recursos para permitir que outras pessoas tenham acesso ao crédito.
* A agência também oferece ao pequeno empreendedor dicas sobre negócios ou apenas concede o crédito?
Éder: O Estado precisa mostrar para a sociedade que é possível fazer o social com responsabilidade. E as pessoas que tomam recursos na MT Fomento – valores de R$ 1 mil a R$ 5 mil por pessoa física e R$ 5 a R$ 15 mil por pessoa jurídica, estão cada vez mais conscientes que Mato Grosso mudou. Quando vamos liberar o crédito fazemos por lote de 30 a 40 pessoas e é feita uma palestra, um curso antes da liberação do recurso e oferecemos dicas de como conduzir o seu negócio com sucesso e de como não errar. E a prova disso é que em pesquisa recente foi constatado que o sucesso de quem tomou recurso na agência ultrapassa a casa dos 80%.
* E o MT Fomento Card que vantagem traz para o servidor público?
Éder: O MT Fomento Card é uma inovação também nas agências de fomento do país. Historicamente as agências não trabalhavam voltadas para o servidor público eram focadas ao microcrédito e nós provamos ao Banco Central que poderíamos, sem nenhum problema, trabalharmos com o servidor estadual até pela segurança no fator consignação. E em cima disso, desenvolvemos este cartão de crédito, bandeira Visa, aceito em todo o território nacional. Hoje o servidor em férias pode usar o MT Card em qualquer hotel, em qualquer pousada. Pode usar como no final do ano foi feito para compra de material escolar, para fazer a matrícula e até para liquidar dívidas de outros cartões que têm taxas de juros maiores. Nós cobramos 4,5% ao mês, ou seja, a menor taxa que o país pratica hoje. Eu costumo dizer que o MT Fomento Card vai mudar o mercado de cartões de crédito no Brasil. Porque os Estados não vão ter outra solução que não seja a adesão a este novo modelo e as administradoras de cartão não vão ter outra saída e terão que baixar seus custos senão vão perder seus clientes.
* Qual o número de adesões de servidores?
Éder: Temos hoje cerca de 24 mil clientes e queremos chegar a 50 mil. O que há ainda é uma dificuldade do servidor entender o funcionamento do cartão de crédito. E o funcionamento é muito simples. É dado um limite no valor de um salário líquido do servidor e 10% da fatura, se ele realizar compras, é consignado em folha. Para isso, o Estado através de um decreto, criou uma margem específica, ou seja, não vai interferir no que o servidor já tem de endividamento. Então, é um produto que o servidor deve adquirir porque diminui seu endividamento e exonera seu bolso. O MT Fomento Card é um sucesso e referência para o país. Na semana passada, estive em São Paulo fazendo uma palestra para 20 instituições financeiras de grande porte explicando como foi criado e como funciona o nosso cartão. Isso já é uma prova de que o país está sentindo o impacto que esse modelo vai causar no mercado de cartões de crédito.
* Como vem sendo desenvolvido pela agência projetos no sentido de trazer para formalidade setores que estão na informalidade como é o caso dos camelôs?
Éder: Temos um projeto piloto com os camelôs da Baixada Cuiabana, indicado pelo deputado Carlos Brito que nós resolvemos abraçar. E em que consiste este projeto? Evitar que o camelô tenha que ir no Paraguai, na Bolívia, ou seja, na região de fronteira buscar sua mercadoria. Até porque é uma ação, muitas vezes, não reconhecida pela Receita Federal. Constantemente tem mercadorias apreendidas e nós queremos evitar isso. O governador autorizou que nós fizéssemos um pacote onde eles importariam os produtos da China em um contêiner fechado e essa importação seria concluída aqui no Porro Seco em Cuiabá. Isso, em relação ao custo benefício é muito interessante para o camelô, porque passa a ser reconhecido pela Receita Federal. As despesas com impostos foram amenizadas já que o Estado diminuiu a alíquota em torno de 3%. E com certeza a sociedade vai comprar mais tranqüila no shopping popular porque sabe que são mercadorias com procedência e reconhecidas pelo Estado e pela Receita. Inclusive, o preconceito que a gente sabe que existe de algumas pessoas em comprar no shopping popular vai desaparecer. Acho que é uma parcela de contribuição da MT Fomento com setores dos camelôs da Baixada Cuiabana que fica para história de Mato Grosso.
* E o projeto ‘Pedalar’? Como funciona e quantas pessoas já foram beneficiadas?
Éder: Criamos o projeto Pedalar procurando atender, principalmente, o interior de Mato Grosso onde boa parte da população trabalha longe da sua residência e em algumas cidades não há coletivos. É um projeto simples. A bicicleta é parcelada em 24 meses. O valor da parcela hoje é algo próximo de R$ 9 a R$ 11, ou seja, qualquer trabalhador pode pagar isso mensalmente. É um projeto altamente social. Financiamos mais de 2 mil bicicletas na Grande Cáceres. Agora vamos fazer em Alta Floresta e Sorriso e atendemos também outras regiões do Estado.
* Outro projeto é o Balcão da Ferramenta. Qual é o foco de atendimento?
Éder: O Balcão da Ferramenta financia pequenos equipamentos aos trabalhadores que têm pequenos salões de beleza, cabeleireiro, doceira, artesanato, enfim, é uma linha de crédito que varia de R$ 100 a R$ 1 mil. A MT Fomento tem vários outros projetos. Recentemente, criamos o maior programa de artesanato da história de Mato Grosso. Em parceria com as secretarias de Indústria e Comércio, de Emprego, Trabalho e Cidadania e Sebrae, vamos fomentar com recursos do Fundeic o artesanato na Baixada Cuiabana. É uma classe que ao longo da história não tem recebido estímulo e que agora vai poder contar com recursos.
* E para todos estes projetos e concessões de recursos há uma fiscalização da agência para saber se o dinheiro está sendo bem empregado?
Éder: Veja, bem. Toda sexta-feira é o dia que chamamos de mercado onde vamos visitar os projetos financiados por nós. Temos um corpo técnico na área de desenvolvimento de projeto que faz este acompanhamento. E aí você pode perguntar.
É possível acompanhar os 3 mil projetos em andamento? Não é. É humanamente impossível. Mas, por amostragem a gente consegue ver, claramente, como andam os negócios. Além da nossa fiscalização, é bom informar, há uma auditoria independente da agência que tem a prerrogativa de visitar e conferir valores, taxas de juros junto com o cliente quantas vezes julgar necessário. É um trabalho muito sério que está sendo feito pelo Estado.
* Para encerrar, corre nos bastidores a informação que o senhor poderia deixar a agência para disputar as eleições. Existe algum fundo de verdade nisso?
Éder: Não há qualquer cogitação neste sentido. O que há é muita especulação.
Inclusive, no último prazo para filiação partidária, o governador Blairo Maggi determinou que eu nem ingressasse a um partido para que pudesse ter essa independência evitando, assim, qualquer comentário em ano eleitoral de que estivéssemos fazendo política na agência. Não filiei em nenhum partido político justamente por esta razão. Então, não vou ser candidato a nada. Pretendo chegar ao final da minha gestão na MT Fomento com o dever cumprido. Quero, sim, uma nota de louvor. Quero passar com um 10. Este é meu objetivo na MT Fomento. Não sei se ao final da minha administração vou continuar no Estado. Estou à disposição do governador. O meu partido político chama-se ‘PBM – Partido do Blairo Maggi’, o que ele determinar, farei. Se ele falar para sair eu saio, se for para continuar, continuo, se precisar de mim em outra área do Estado, estou à disposição do governador. Vim pelas mãos dele para o Estado e sairei também pelas mãos dele.
Entrevista foi concedida ao Jornalista Jaime Neto do site Midia News
Fonte:
24HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/310877/visualizar/
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