EUA suspeitam de colaboração do Irã com a Al Qaeda, diz jornal

Alguns membros do serviço secreto dos Estados Unidos suspeitam que o regime iraniano está colaborando com a Al Qaeda, publicou hoje o jornal "Los Angeles Times". Os funcionários citados pelo jornal afirmam que o Irã acolheu muitos dos "cérebros" da Al Qaeda e permite que eles planejem operações e transmitam ordens a seus militantes.

Estas fontes, que se baseiam nas intervenções eletrônicas e por satélite das comunicações entre membros da Al Qaeda, acham que o novo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, está "forjando uma aliança com a Al Qaeda como via para a ampliação da influência iraniana" ou, "pelo menos, está fazendo vista grossa enquanto os dirigentes da Al Qaeda em seu país colaboram com seus colegas fora".

"O Irã está se radicalizando cada vez mais e está mais disposto a fazer vista grossa à presença da Al Qaeda", disse ao "Los Angeles Times" um "funcionário" do grupo antiterrorista dos EUA.

Alguns funcionários contaram ao jornal que vários dirigentes da Al Qaeda residem no Irã, incluindo três filhos de Osama bin Laden e vários homens de origem egípcia que são fiéis seguidores do suposto "número dois" da rede, Ayman Zawahiri, natural do Cairo.

O congressista que lidera a minoria democrata na Comissão de Relações Internacionais da Câmara de Representantes americana, Brad Sherman, afirmou que "a cooperação (entre Irã e Al Qaeda) é sólida".

"Os agentes-chave da organização terrorista mais bem-sucedida da história estão passando muito de seu tempo no Estado patrocinador número um do terrorismo, o que é enormemente preocupante", ressaltou.

No entanto, alguns analistas do serviço secreto dos EUA acham que as crescentes tensões entre sunitas e xiitas no Iraque logicamente resultariam na repressão dos militantes da Al Qaeda, que são sunitas, por parte do regime teocrático xiita de Teerã.

Um funcionário disse que não há nenhum indício de que o Governo iraniano "deixe livre (os membros da Al Qaeda no Irã) para se deslocar pelo país e conspirar".

Outros funcionários americanos consultados pelo jornal disseram que o mais preocupante da relação entre o Irã e a Al Qaeda é a falta de informação a respeito.

"Não temos (operações de) inteligência em andamento no Irã, não temos ninguém no terreno. Assusta-me a falta de (equipes dos serviços de) inteligência ali", disse um dos funcionários ao jornal.