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Plantações ficaram alagadas
Ao longo de 7 quilômetros até a Praia do Porto, cerca de 30 minutos (de barco) de Santo Antônio do Leverger, a situação é desoladora. Animais caminham entre as águas sem ter para onde ir. Plantações inteiras de mandioca, milho, abóbora e arroz ficaram submersas.
Não sobrou praticamente nada. Para se locomover do quintal para dentro de casa, os ribeirinhos precisam usar canoas, uma situação que pegou todos de surpresa este ano. Depois da construção da Usina de Manso a população não pensava que pudesse ocorrer uma grande enchente.
Se por um lado famílias inteiras fogem do perigo de ter a casa invadida pelo rio Cuiabá, outras preferem esperar até o último minuto para abandonar a casa, carro e os animais, colocando em risco a própria vida.
"Se eles (os animais) estão sofrendo, a gente precisa ficar com eles, sofrer junto. Não podemos abandonar eles aqui", defende a dona-de-casa Rosalina dos Santos, 43, que nasceu e se criou na comunidade e que se lembra "com um aperto no coração" da enchente de 12 anos atrás.
A água ontem de manhã chegou até a soleira das portas. Na escola da comunidade, as 17 crianças de 3 a 11 anos não vieram estudar. A professora Maria José Arruda, 22, espera que a situação se normalize o mais rápido possível. "Faz tempo que não acontece isso. É melhor que as crianças fiquem em casa, pois para chegar aqui é só de barco, um risco desnecessário".
Sem coleta salva-vidas, moradores transitam de um lado para o outro, atravessam o rio, em pequenas canoas e embarcações. Todos ignoram os riscos e perigos de rodarem numa correnteza mais forte que a habitual.
A doméstica Helena Gonçalves, 33, não acredita que vá acontecer nenhuma tragédia. "Se fosse tão grave teriam nos avisado". Ela, o marido e os dois filhos de 11 e 12 anos pretendem continuar na localidade, poucos metros depois da Praia do Poço.
A comerciante Laide Batista Flores, 56, há 20 anos reside na região. Ela e outros moradores têm pequenos comércios de bebida e alimentos para turistas que vão em busca de pescaria. Em uma das casas, um dos visitantes deixou um Fiat Strada no domingo à noite, desprezando os avisos da comunidade que perceberam que a água estava subindo rápido demais.
"Até o barulho do vento parece um pesadelo, mas nós vamos confiar em Deus, não vamos sair", disse Laide. Os pais dela, Pedro e Aparecida, ambos com 78 anos, moram logo aos fundos do bar e também estão ilhados. Para eles, estar ali é uma coisa do destino. (RD)
Não sobrou praticamente nada. Para se locomover do quintal para dentro de casa, os ribeirinhos precisam usar canoas, uma situação que pegou todos de surpresa este ano. Depois da construção da Usina de Manso a população não pensava que pudesse ocorrer uma grande enchente.
Se por um lado famílias inteiras fogem do perigo de ter a casa invadida pelo rio Cuiabá, outras preferem esperar até o último minuto para abandonar a casa, carro e os animais, colocando em risco a própria vida.
"Se eles (os animais) estão sofrendo, a gente precisa ficar com eles, sofrer junto. Não podemos abandonar eles aqui", defende a dona-de-casa Rosalina dos Santos, 43, que nasceu e se criou na comunidade e que se lembra "com um aperto no coração" da enchente de 12 anos atrás.
A água ontem de manhã chegou até a soleira das portas. Na escola da comunidade, as 17 crianças de 3 a 11 anos não vieram estudar. A professora Maria José Arruda, 22, espera que a situação se normalize o mais rápido possível. "Faz tempo que não acontece isso. É melhor que as crianças fiquem em casa, pois para chegar aqui é só de barco, um risco desnecessário".
Sem coleta salva-vidas, moradores transitam de um lado para o outro, atravessam o rio, em pequenas canoas e embarcações. Todos ignoram os riscos e perigos de rodarem numa correnteza mais forte que a habitual.
A doméstica Helena Gonçalves, 33, não acredita que vá acontecer nenhuma tragédia. "Se fosse tão grave teriam nos avisado". Ela, o marido e os dois filhos de 11 e 12 anos pretendem continuar na localidade, poucos metros depois da Praia do Poço.
A comerciante Laide Batista Flores, 56, há 20 anos reside na região. Ela e outros moradores têm pequenos comércios de bebida e alimentos para turistas que vão em busca de pescaria. Em uma das casas, um dos visitantes deixou um Fiat Strada no domingo à noite, desprezando os avisos da comunidade que perceberam que a água estava subindo rápido demais.
"Até o barulho do vento parece um pesadelo, mas nós vamos confiar em Deus, não vamos sair", disse Laide. Os pais dela, Pedro e Aparecida, ambos com 78 anos, moram logo aos fundos do bar e também estão ilhados. Para eles, estar ali é uma coisa do destino. (RD)
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/311107/visualizar/
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