Combustível alcança seu preço mais alto

Os preços do álcool -- tanto para o consumidor quanto para o usineiro -- atingiram a sua cotação mais alta neste mês de março. Para os usineiros, os preços já batem a casa de R$ 1,10/litro, de acordo com informações do Sindicato das Indústrias Sucro-alcooleiras do Estado (Sindálcool). Para o consumidor, os preços nos postos atingem teto de R$ 2,45.

Para as destilarias, o salto nos preços foi de 175% do ano passado para cá, já que em 2005 o litro do álcool estava sendo vendido na usina por R$ 0,40. Já o consumidor está pagando cerca de 20% mais caro pelo preço do álcool na bomba de fevereiro até agora.

Na opinião do diretor-executivo do Sindálcool, Alcidinei Ângelo de Souza, a recuperação dos preços foi o fator determinante para a nova arrancada da produção em Mato Grosso.

Depois de chegar ao fundo do poço em 1999, quando o litro do combustível chegou a ser vendido na região por até R$ 0,19, o setor respirou aliviado com a nova cotação, um recorde para o setor.

Tudo indica que os ventos continuarão soprando a favor dos usineiros. Os preços do álcool durante a entressafra 05/06 começaram firmes e assim devem se manter até o início da próxima safra, segundo analistas de mercado.

A expectativa é que as cotações continuem bem atraentes no mercado interno, em função da oferta apertada até abril, quando a colheita da matéria-prima se intensifica.

Os preços do álcool combustível acumularam alta de mais de 30% durante 2005 devido à boa demanda pelo produto e à oferta limitada em razão da quebra da safra de cana na região.

“Os preços atuais são satisfatórios e cobrem os custos de produção, que giram em torno de R$ 0,70/litro”, analisa Souza.

Segundo ele, as destilarias de Mato Grosso vivem um bom momento. “O que falta é uma política de estoque regulador que garanta equilíbrio no mercado e preços remuneradores para as usinas. O produtor não pode trabalhar sem margem de lucro”, frisa o diretor do Sindálcool.