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Estatina reduz gordura na artéria, revela pesquisa
São Paulo - As estatinas, remédios usados para combater o colesterol, são capazes de reduzir a placa de gordura nas artérias. A notícia é impactante na cardiologia. "Até hoje, sabia-se que o princípio ativo impedia a progressão da placa arterial. Esta é a primeira vez que se tem uma prova de que ela diminui com um medicamento", avalia Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do Instituto Dante Pazzanese e diretor do Fundação do Coração, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (Funcor/SBC).
A descoberta, divulgada na semana passada durante a 55ª Sessão Científica do American College of Cardiology, em Atlanta, vem de uma longa pesquisa com a rosuvastatina, uma das mais potentes na família das estatinas - no Brasil, há seis estatinas no mercado.
Durante dois anos, 507 pacientes dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália, consumiram 40 mg por dia do remédio. A dose de remédio consumida diariamente é a máxima permitida. Em 80% dos voluntários, viu-se que a placa de gordura diminuiu entre 7% e 9%.
"A redução é pequena, mas garante, no mínimo, mais estabilidade no tamanho das placas e, com isso, uma sobrevida maior ao doente", diz Francisco Fonseca, chefe do setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, da Universidade Federal de São Paulo e vice-presidente da Sociedade Latino Americana de Aterosclerose.
A obstrução dos vasos provocada pelas placas é uma das principais causas da isquemia miocárdica (quando o sangue demora a chegar ao músculo do coração) e do enfarte. "Até pouquíssimo tempo atrás, os médicos não davam muita bola para placas que obstruíam menos de 50% do diâmetro das artérias", diz Ibraim Pinto, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). Sabe-se hoje que pelo menos metade dos enfartes pode acontecer em pessoas que não têm obstruções significativas.
As alterações no volume das placas foram medidas por ultra-som intravascular - método que mostra as imagens de dentro dos vasos. O resultado completo do trabalho vai ser publicado em abril, no Journal of the American Medical Association (Jama).
No Corpo - No organismo, as estatinas agem no fígado, inibindo a ação de uma enzima (HMG-CoA) fundamental na formação do colesterol. O colesterol é uma das principais causas na formação das placas nas artérias.
Cerca de 60% do colesterol é produzido pelo fígado. Os outros 40% vêm dos alimentos, principalmente de origem animal. Mas o colesterol não é só nocivo. Ele é fundamental na produção de vitamina D do organismo, na síntese hormonal e na formação das membranas das células.
Há dois tipos de colesterol. Um é o bom (HDL), com a função de remover o excesso de gordura no sangue. O outro é o ruim (LDL), que deposita gordura na parede das artérias, justamente o primeiro passo para a formação de placas.
Além de agir na enzima formadora do colesterol, a estatina ainda aumenta o descarte do LDL pelo fígado. O remédio também tem ação anticoagulante, o que faz diminuir a aglutinação das plaquetas - parte do sangue responsável pela coagulação.
Assim como outros tantos índices na medicina, os relacionados ao colesterol ruim estão cada vez mais baixos. Pelos padrões antigos, o limite tolerável de LDL era de até 130 miligramas por decilitro de sangue. Hoje, é de 100.
As estatinas foram criadas por acaso, assim como muitas das grandes invenções do homem. Na década de 70, um pesquisador japonês pesquisava um novo antibiótico quando viu que alguns fungos também tinham a capacidade de inibir a produção de colesterol. A partir da substância, foi sintetizada uma molécula que deu origem à matriz das estatinas.
A descoberta, divulgada na semana passada durante a 55ª Sessão Científica do American College of Cardiology, em Atlanta, vem de uma longa pesquisa com a rosuvastatina, uma das mais potentes na família das estatinas - no Brasil, há seis estatinas no mercado.
Durante dois anos, 507 pacientes dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália, consumiram 40 mg por dia do remédio. A dose de remédio consumida diariamente é a máxima permitida. Em 80% dos voluntários, viu-se que a placa de gordura diminuiu entre 7% e 9%.
"A redução é pequena, mas garante, no mínimo, mais estabilidade no tamanho das placas e, com isso, uma sobrevida maior ao doente", diz Francisco Fonseca, chefe do setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, da Universidade Federal de São Paulo e vice-presidente da Sociedade Latino Americana de Aterosclerose.
A obstrução dos vasos provocada pelas placas é uma das principais causas da isquemia miocárdica (quando o sangue demora a chegar ao músculo do coração) e do enfarte. "Até pouquíssimo tempo atrás, os médicos não davam muita bola para placas que obstruíam menos de 50% do diâmetro das artérias", diz Ibraim Pinto, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). Sabe-se hoje que pelo menos metade dos enfartes pode acontecer em pessoas que não têm obstruções significativas.
As alterações no volume das placas foram medidas por ultra-som intravascular - método que mostra as imagens de dentro dos vasos. O resultado completo do trabalho vai ser publicado em abril, no Journal of the American Medical Association (Jama).
No Corpo - No organismo, as estatinas agem no fígado, inibindo a ação de uma enzima (HMG-CoA) fundamental na formação do colesterol. O colesterol é uma das principais causas na formação das placas nas artérias.
Cerca de 60% do colesterol é produzido pelo fígado. Os outros 40% vêm dos alimentos, principalmente de origem animal. Mas o colesterol não é só nocivo. Ele é fundamental na produção de vitamina D do organismo, na síntese hormonal e na formação das membranas das células.
Há dois tipos de colesterol. Um é o bom (HDL), com a função de remover o excesso de gordura no sangue. O outro é o ruim (LDL), que deposita gordura na parede das artérias, justamente o primeiro passo para a formação de placas.
Além de agir na enzima formadora do colesterol, a estatina ainda aumenta o descarte do LDL pelo fígado. O remédio também tem ação anticoagulante, o que faz diminuir a aglutinação das plaquetas - parte do sangue responsável pela coagulação.
Assim como outros tantos índices na medicina, os relacionados ao colesterol ruim estão cada vez mais baixos. Pelos padrões antigos, o limite tolerável de LDL era de até 130 miligramas por decilitro de sangue. Hoje, é de 100.
As estatinas foram criadas por acaso, assim como muitas das grandes invenções do homem. Na década de 70, um pesquisador japonês pesquisava um novo antibiótico quando viu que alguns fungos também tinham a capacidade de inibir a produção de colesterol. A partir da substância, foi sintetizada uma molécula que deu origem à matriz das estatinas.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/311202/visualizar/
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