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Internacional
Sábado - 18 de Março de 2006 às 16:50

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O primeiro-ministro palestino escolhido, Ismail Haniyeh, anunciou hoje a formação do próximo Governo da ANP, que apresentará neste domingo ao presidente Mahmoud Abbas em entrevista em Gaza antes de solicitar, na segunda-feira, o apoio do Parlamento.

"Nosso Governo está pronto; inclui membros do Hamas, independentes e tecnocratas e deixa a porta aberta a outros políticos nacionalistas e islâmicos no Conselho Legislativo", afirmou Haniyeh em entrevista coletiva.

Apesar de não fazer menção explícita a nenhum Ministério, ao longo da jornada diferentes porta-vozes do Hamas revelaram que os mais importantes, como Exteriores, Interior e Finanças, ficaram nas mãos dos islamitas, enquanto que outros cargos de menor relevância ão com tecnocratas e independentes.

Para Exteriores, segundo a agência Palestina Independente "Ma''an", é citado o nome de Mahmoud A-Zahar, um radical que, com Haniyeh, compartilha a liderança do Hamas na Cisjordânia e Gaza desde 2004, quando Israel executou ao fundador desse movimento extremista, o xeque Ahmed Yassin, e a seu sucessor, Abdel Aziz Rantissi, em operações militares.

A pasta de Finanças ficaria, sempre segundo a mesma fonte, com Omar Abdel Razek, um professor universitário residente no vialrejo de Salfit e considerado um tecnocrata, mas que ao mesmo tempo está na linha ideológica do Hamas.

Said Siyam assumiria a pasta do Interior, a mais crítico na ANP, junto com o de Finanças, controlando assim três corpos da segurança palestina.

Desde Ramala, Nabil Abu Rudaina, porta-voz do presidente palestino, afirmou que Abbas não impedirá o Hamas formar seu Governo, "porque se deve dar essa oportunidade", o que faz supor que ele ratificará todas as nomeações.

No entanto, o porta-voz do grupo parlamentar do Fatah, Azzam Al-Ahmed, garantiu que quando o Governo assumir, Abbas pressionará ao Hamas para que adapte suas posturas à realidade da região.

Quanto a uma possível coalizão com outros partidos, Haniyeh ainda espera a resposta de vários grupos políticos a sua oferta de coalizão, entre elas a da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).

Pouco antes da entrevista coletiva, o porta-voz do Hamas, Salah Al-Bardaweil, tinha confirmado que o FPLP tinha decidido se juntar ao novo Governo, embora faltasse negociar o acordo e por isso Haniyeh ainda não considera como parte de seu Executivo.

"Espero que todos os que faltam dêem uma resposta amanhã a noite", se limitou a dizer o novo chefe do Governo palestino.

Fatah, Palestina Independente e a Lista Alternativa anunciaram que não formarão Governo com o Hamas "porque seu programa político se contradiz com o da Organização para a Libertação da Palestina (OLP)".

O status da OLP é um dos obstáculos que o Hamas e o Fatah não puderam superar, e enquanto o primeiro nem sequer lembra à histórica organização em seu programa de Governo, o segundo aspira que esta conserve sua supremacia na vida política de todos os palestinos, tanto os que vivem na Cisjordânia e Gaza como os do exílio.

Embora disse que deixava "a porta aberta a todos aqueles partidos que ainda não lhe deram uma resposta", Haniyeh parecia hoje decepcionado pela impossibilidade de consolidar um Governo de união nacional.

Analistas locais coincidiam em que ao Hamas lhe resultará mais difícil enfrentar as pressões internacionais sozinho, que se tivesse a seu lado a algum partido moderado.





Fonte: EFE

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