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Sábado - 18 de Março de 2006 às 15:14

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Foi registrada no Egito a primeira morte de uma pessoa no continente africano pelo vírus da gripe aviária, segundo duas análises separadas realizadas em uma mulher que ficou doente após criar aves em sua casa. A mulher, de 30 anos, é da região de Qaliubiya, no norte do país, no Delta do Nilo, segundo informou o ministro da Saúde egípcio Hatem El-Gabaly.

O Comitê Superior para a luta contra a gripe aviária garantiu que dois laboratórios diferentes confirmaram que se trata do vírus H5N1, mas explicou que, segundo as regras da Organização Mundial da Saúde (OMS), deve existir uma confirmação por parte de um laboratório internacional reconhecido pela ONU, por isso as mostras foram enviadas a Londres.

El-Gabaly disse que a vítima é uma mulher de 30 anos chamada Amal Mohamed Ismail, que cria aves em sua própria casa e que não avisou às autoridades apesar de ter perdido várias aves, contaminadas pelo vírus.

A mulher tinha violado a proibição que as autoridades egípcias impuseram em todo o país de criar aves no âmbito doméstico, decretada após a aparição dos primeiros casos de gripe em meados de fevereiro.

Tanto o esposo da vítima como seus filhos e irmãos (cerca de quinze pessoas), que também estavam em contato com as aves doentes, estão em observação e serão submetidas a mais análises, mas por enquanto seu estado é satisfatório, informou o comitê.

Segundo a mulher disse posteriormente, parte das aves que criava no telhado de sua casa morreu há duas semanas, e então ela decidiu sacrificar o resto, às que ela própria depenou inclusive, antes de passar mal e ser levada há dez dias para o Hospital Humiyat de Qaliubiya.

Diante da piora de seu estado, as febres contínuas e os problemas respiratórios, Amal foi transferida a um hospital de Cairo especializado em doenças respiratórias.

O diretor deste hospital, Mohammed Abdelmeguid, disse à televisão egípcia que a mulher ingressou no centro sanitário na quarta-feira, e em um primeiro momento negou ter estado em contato com aves doentes.

No entanto, e diante das suspeitas que seu caso poderia se tratar do temido vírus, reconheceu ter perdido várias aves doentes, e foi então quando começou a receber o tratamento especial para o vírus H5N1 através do remédio Tamiflu.

Apesar disso, seu estado foi piorando progressivamente e os responsáveis do hospital decidiram primeiro isolá-la e depois trasladá-la à UTI.

Na quinta-feira, e diante de nenhuma melhoria da paciente, ela foi colocada em respiração artificial, mas não serviu para deter a doença, e Amal morreu na manhã de sexta-feira.

Abelmeguid assegurou que a demora da mulher em confessar que tinha convivido com aves doentes atrasou a detecção do vírus e o tratamento apropriado.

Amostras do cadáver da vítima foram analisadas pelos laboratórios do ministério da Saúde e pelos laboratórios americanos NAMRU3 (Unidade de Pesquisa Médica Naval dos EUA) no Egito, dando positivo em ambos os casos, mas as autoridades enviaram as amostras para Londres para uma terceira confirmação em laboratórios internacionais.

O vírus da gripe aviária apareceu no Egito oficialmente em 18 de fevereiro, e desde então já tinha se estendido a 18 províncias, das 26 que tem o país.

As autoridades impuseram uma estrita proibição do transporte de aves e de seu sacrifício em lugares públicos.





Fonte: Terra

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