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Nacional
Sábado - 18 de Março de 2006 às 08:26

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O caseiro Francenildo dos Santos Costa disse que a Polícia Federal pode ser responsável pelo vazamento de seus dados bancários à imprensa. As informações da conta do caseiro, que servia à casa dos ex-assessores do ministro Antonio Palocci (Fazenda), indicariam depósitos de R$ 38 mil.

Nildo, como é conhecido, que está sob a proteção da PF, subordinada ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), afirmou que um delegado pediu informações pessoais, como número da identidade, do CPF e o cartão do banco. No mesmo dia, havia recebido a recomendação da PF para não dar entrevistas.

De posse dos documentos, esse delegado poderia ter tido acesso à conta. "Eu acho que pode ter sido eles [Polícia Federal] que vazaram. Eu não tirei o meu extrato e vazei para a imprensa", afirmou. "Nem minha companheira tem acessa à minha conta. Então, como pode?", disse Francenildo em entrevista coletiva.

Nildo apresentou dados que mostrariam que os depósitos se restringiriam a R$ 24.990 e seria parte de um acordo que fez com seu pai Euripedes Soares da Silva, um empresário que mora no Piauí. Faltaria receber, como parte do acordo, outros R$ 5.000.

O caseiro que acusa Palocci de freqüentar a casa dos ex-assessores da Prefeitura de Ribeirão Preto, suspeitos de envolvimento em negociatas, mostrou-se assustado com o que aconteceu e afirmou temer por sua vida. "Mexeram nas minhas contas. O que mais posso esperar? Me sinto invadido. Nunca fez exame de paternidade", acrescentou.

O caseiro negou, assim como fez à CPI dos Bingos, ter recebido dinheiro para fazer as denúncias contra o ministro. "Eu não preciso disso. Me sinto derrotado, me sinto humilhado. Estou falando só a verdade. Pode vir dinheiro e dinheiro que a minha honestidade não conta", afirmou.

Comprovantes

Nildo apresentou uma passagem que mostra que teria viajado no dia 26 de dezembro do ano passado para o Piauí para se encontrar com o pai. O empresário teria se negado a reconhecer Nildo como seu filho, mas disse que daria R$ 30 mil para que "seguisse a vida".

No dia 6 de janeiro, o empresário deu R$ 10 mil em espécie --que teria sido depositado numa conta na Caixa Econômica. No dia 9 de janeiro, o caseiro sacou R$ 2.500 para comprar um lote.

No dia 6 de fevereiro, o caseiro recebeu outro depósito, feito pelo pai no valor de R$ 9.990 --não há comprovante. No dia 7 de fevereiro ele tinha aproximadamente R$ 16.500 em conta.

Depois, ele disse que sacou R$ 15.000, mas se arrependeu e volta a depositar R$ 10.000 na conta. Dos R$ 5.000 restantes, teria voltado a depositar R$ 3.870. No dia 6 de março mais R$ 5.000 teriam sido depositados pelo pai. No total, Nildo teria recebido R$ 24.990. O pai ainda teria de depositar mais R$ 5.010 em sua conta.

O advogado Wlício Nascimento, que defende Nildo, afirmou que a revista "Época", que divulgou a movimentação bancária do caseiro, não levou em consideração os saques e posteriores depósitos dos mesmos recursos. Por isso teria chegado à cifra de R$ 38.000.

O advogado diz que se for comprovada a suspeita de que o sigilo de Nildo foi quebrado e vazado à imprensa, ele entrará com uma ação contra os responsáveis.

Apesar de toda a confusão e a suspeita de que tenha sido vítima de uma armação da PF, Nildo diz que votará no presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro.





Fonte: Folha Online

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