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Oposição síria forma governo provisório para quando Assad cair
Líderes da oposição síria que estão no exílio anunciaram na sexta-feira a criação de uma frente unida para criar um governo de transição, com o objetivo de obter uma "mudança de regime" e a democracia na Síria.
"A Síria precisa ser salva do regime autocrático que enfraqueceu o país" e a submeteu a riscos inéditos, disseram os líderes da oposição numa declaração conjunta, após uma reunião de dois dias em Bruxelas. Eles se referiam ao governo do presidente Bashar al-Assad.
A Frente de Salvação Nacional é composta de grupos como a Irmandade Muçulmana, liberais, comunistas e curdos. O grupo lançou um programa a ser adotado num período de seis meses.
O anúncio foi feito por 14 políticos exilados, sob a liderança do ex-vice-presidente Abdel-Halim Khaddam, desertor do Partido Baath, que rompeu com Assad no ano passado após participar do regime por décadas, e do líder da Irmandade Muçulmana Ali Bayanouni.
"Todos os parceiros políticos, sociais e econômicos na Síria formarão um governo interino que estará pronto para assumir a administração no momento adequado", afirmou a nota.
O governo interino anularia a Constituição, organizaria eleições, suspenderia o estado de emergência, anularia a lei que condena os membros da Irmandade Muçulmana à morte e libertaria todos os prisioneiros políticos.
Assad está sob forte pressão internacional por causa do assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, há um ano, pressão que culminou na retirada das tropas sírias do Líbano, sob exigência da ONU.
Não se sabe, porém, se a oposição obteria apoio popular no país, que pune duramente os dissidentes.
"Derrubar a muralha do medo é um de nossos maiores desafios", disse à Reuters Najib Ghadbian, do Conselho Nacional Sírio, uma organização que reúne vários grupos de oposição.
Khaddam admitiu que a frente oposicionista ainda não está completa, e disse que os organizadores vão tentar atrair todos os grupos políticos, religiosos e étnicos para a próxima reunião, daqui a 45 dias.
Como a formação da frente ainda não foi concluída, não houve decisão sobre quais serão seus líderes ou sua estrutura permanente.
Numa entrevista à Reuters, Khaddam previu que haverá um levante em Damasco nos próximos meses. Segundo ele, Assad está cometendo muitos erros e "se afundando num buraco".
Alguns diplomatas acreditam que os Estados Unidos e a França podem ficar relutantes com mais instabilidade em Damasco, por causa dos problemas no Iraque e nos territórios palestinos.
Os líderes oposicionistas ressaltaram que é essencial preparar um governo alternativo para evitar o caos e a guerra civil.
Para Khaddam, a oposição tem de ser auto-suficiente e por isso não aceitará dinheiro dos EUA ou dos países árabes.
Khaddam e Bayanouni são aliados inesperados. Khaddam era o ministro das Relações Exteriores em 1982, quando as forças sírias reprimiram um levante islamita na cidade de Hama, matando pelo menos 10 mil pessoas. O ex-vice-presidente diz hoje que se arrepende do episódio.
Bayanouni diz que não tem problemas com o partido Baath em si, mas com "a ditadura que está controlando o partido."
"A Síria precisa ser salva do regime autocrático que enfraqueceu o país" e a submeteu a riscos inéditos, disseram os líderes da oposição numa declaração conjunta, após uma reunião de dois dias em Bruxelas. Eles se referiam ao governo do presidente Bashar al-Assad.
A Frente de Salvação Nacional é composta de grupos como a Irmandade Muçulmana, liberais, comunistas e curdos. O grupo lançou um programa a ser adotado num período de seis meses.
O anúncio foi feito por 14 políticos exilados, sob a liderança do ex-vice-presidente Abdel-Halim Khaddam, desertor do Partido Baath, que rompeu com Assad no ano passado após participar do regime por décadas, e do líder da Irmandade Muçulmana Ali Bayanouni.
"Todos os parceiros políticos, sociais e econômicos na Síria formarão um governo interino que estará pronto para assumir a administração no momento adequado", afirmou a nota.
O governo interino anularia a Constituição, organizaria eleições, suspenderia o estado de emergência, anularia a lei que condena os membros da Irmandade Muçulmana à morte e libertaria todos os prisioneiros políticos.
Assad está sob forte pressão internacional por causa do assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, há um ano, pressão que culminou na retirada das tropas sírias do Líbano, sob exigência da ONU.
Não se sabe, porém, se a oposição obteria apoio popular no país, que pune duramente os dissidentes.
"Derrubar a muralha do medo é um de nossos maiores desafios", disse à Reuters Najib Ghadbian, do Conselho Nacional Sírio, uma organização que reúne vários grupos de oposição.
Khaddam admitiu que a frente oposicionista ainda não está completa, e disse que os organizadores vão tentar atrair todos os grupos políticos, religiosos e étnicos para a próxima reunião, daqui a 45 dias.
Como a formação da frente ainda não foi concluída, não houve decisão sobre quais serão seus líderes ou sua estrutura permanente.
Numa entrevista à Reuters, Khaddam previu que haverá um levante em Damasco nos próximos meses. Segundo ele, Assad está cometendo muitos erros e "se afundando num buraco".
Alguns diplomatas acreditam que os Estados Unidos e a França podem ficar relutantes com mais instabilidade em Damasco, por causa dos problemas no Iraque e nos territórios palestinos.
Os líderes oposicionistas ressaltaram que é essencial preparar um governo alternativo para evitar o caos e a guerra civil.
Para Khaddam, a oposição tem de ser auto-suficiente e por isso não aceitará dinheiro dos EUA ou dos países árabes.
Khaddam e Bayanouni são aliados inesperados. Khaddam era o ministro das Relações Exteriores em 1982, quando as forças sírias reprimiram um levante islamita na cidade de Hama, matando pelo menos 10 mil pessoas. O ex-vice-presidente diz hoje que se arrepende do episódio.
Bayanouni diz que não tem problemas com o partido Baath em si, mas com "a ditadura que está controlando o partido."
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/311806/visualizar/
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