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Cidades/Geral
Sexta - 17 de Março de 2006 às 14:51

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A inadimplência de pessoa física atinge os 42% no Brasil e indica estatisticamente o que muita gente já sabia – e sentia. Uma parcela significativa dos cidadãos de classe média nunca esteve tão “dura”. Ou pior, além de estar sem dinheiro no bolso ainda deve os futuros meses ou até anos de trabalho.

O endividamento pessoal começa a chamar a atenção de outros setores além do econômico. As áreas que discutem qualidade de vida querem saber como vai a saúde e o equilíbrio emocional dos que vivem para driblar gerentes de bancos e cobradores na tentativa vã de encobrir a realidade nada confortável daqueles que gastam mais do que recebem. Em alguns estados, a situação motiva a formação de grupos de auto-ajuda adotando a filosofia do Programa do AA – Alcoólicos Anônimos. É o caso do Rio de Janeiro, onde funciona o Grupo de Auto Ajuda dos Endividados Anônimos.

Outra novidade é o surgimento de consultorias pessoais e até cursos que prometem ensinar o que as pessoas pareciam nascer sabendo: como lidar com o dinheiro.

Para assimilar a lição, o endividado deve percorrer um caminho bastante interessante até livrar-se dos débitos em atraso, equilibrar receita e despesa e passar a ser um poupador. O endividado é uma pessoa estressada, dorme mal, suas dívidas o levam a comer ou beber compulsivamente. O endividado se relaciona mal com funcionários parentes e amigos. Endividamento pessoal causa depressão, obesidade, alcoolismo e outras doenças, sendo ainda responsável por grande número de divórcios, enfartes e até suicídios.

“Não é para menos que finalmente o cidadão começa a se interessar pelo assunto de outra forma”, comenta a consultora Elis Regina Boff. Com a experiência de 18 anos no mercado financeiro, habituada às negociações de dívidas, disse que as pessoas podem usar facilidades de obter crédito para se enriquecerem ou para tornarem-se mais pobres. “Só depende de como é a relação pessoal com o dinheiro”, afirma.

Consumir compulsivamente, não resistir aos apelos insistentes do marketing, não discernir sobre o que é realmente necessário comprar, não planejar gastos, não acumular reservas para emergências, muito menos para a realização de sonhos, estão entre os problemas. “O endividado deve assumir a dívida como se fosse uma doença. Na realidade, é esta a situação e o endividado precisar buscar ajuda. O endividamento muitas vezes está relacionado a desequilíbrios emocionais”, afirma Elis Regina Boff que dá palestras e tem trabalhado com orientação de grupos de pessoas.

Sair da crise – O próximo passo é a pessoa responder quais são suas aspirações pessoais. “Onde e como quero chegar, em quanto tempo”, ensina a consultora. Alguém que trabalha exclusivamente para pagar dívidas e ainda não dá conta integralmente desta tarefa só pode ser uma pessoa infeliz. “É impossível manter o nível de motivação no trabalho, porque o dinheiro que vou ganhar já está gasto, não é mais meu”, explica Boff. Assim, a relação de um endividado com o seu dinheiro o remete exclusivamente ao passado, tirando-lhe as condições de presente e futuro.

Para sair da crise financeira, depois de conscientizar-se e desejar mudanças pessoais, é preciso acreditar e procurar alternativas. “Uma relação permanente com os 4P1H: Planejamento, Paciência, Persistência, Perseverança e Humildade e então tudo se resolve”, conclui.

Contato para entrevistas: Elis Regina Boff - 9201.4184





Fonte: Pau e Prosa

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