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Estratégia internacional em Darfur é "desanimadora", diz ICG
A resposta "desanimadora" da comunidade internacional ao conflito de três anos na região sudanesa de Darfur pode custar a vida de mais milhares de pessoas e criar novos conflitos na África, alertou na sexta-feira o International Crisis Group (ICG).
O grupo afirmou que milhares de integrantes de forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) deveriam se unir imediatamente a forças de paz da União Africana (UA) a fim de evitar mais sofrimento na região do Sudão, onde conflitos expulsaram dois milhões de pessoas de suas casas.
A não implementação dessa medida poderia alimentar as tensões entre o Sudão e o vizinho Chade, que acusa o governo sudanês de dar apoio a rebeldes interessados na deposição do presidente Idriss Deby.
"As consequências no caso de essas medidas não serem adotadas são fáceis de prever: mais dezenas de milhares de mortos, conflitos no Chade e guerras em outros pontos que poderiam desestabilizar grande parte da África", disse o ICG em um relatório intitulado "To Save Darfur" (para salvar Darfur).
Na semana passada, a UA aceitou prorrogar sua missão em Darfur até 30 de setembro e decidiu "em princípio" transformá-la em uma força mais ampla e mais bem equipada da ONU.
Mas o governo sudanês, que enfrenta um levante crescente por parte de diversos grupos rebeldes de Darfur, afirmou que uma medida do tipo significaria o fim das negociações de paz patrocinadas pela UA e realizadas na Nigéria.
Em uma carta separada, o grupo Human Rights Watch pediu ao Conselho de Segurança da ONU que acabe com a oposição sudanesa à força da ONU impondo sanções aos líderes do governo.
"O governo do Sudão está impedindo o envio de uma força da ONU porque teme que uma força maior e mais bem equipada possa prejudicar suas ações abusivas em Darfur", escreveu em uma carta Peter Takirambudde, diretor para a África do grupo.
Até agora, o entanto, a ONU não conseguiu chegar nem mesmo a um acordo sobre o envio de uma equipe de avaliação para o Sudão a fim de preparar o terreno para uma futura e eventual missão.
CESSAR-FOGO EM PERIGO
"A credibilidade da Amis (Missão da União Africana no Sudão) passa por seu pior momento. E o cessar-fogo que ela nunca conseguiu monitorar adequadamente encontra-se em perigo. Diante disso, a comunidade internacional tem se recusado a adotar uma ação significativa", disse o ICG no relatório.
Os primeiros soldados deveriam ser liderados pela França, que possui experiência na área, e o Conselho deveria autorizar futuramente o envio de mais 15 mil soldados para a região, disse o ICG.
O agravamento da situação em Darfur é prova de que a estratégia mundial adotada até agora está fracassando, afirmou.
"A atuação da comunidade internacional em Darfur, apesar do envio de alguma ajuda humanitária responsável por salvar vidas, tem se mostrado desanimadora."
Os rebeldes de Darfur acusam o Sudão de armar milícias árabes que estupram e matam moradores da região antes de incendiar seus vilarejos.
O ICG disse que rebeldes do Chade, estacionados perto da fronteira na região oeste de Darfur, pareciam prontos para invadir.
(Com reportagem de Marie-Louise Gumuchian)
O grupo afirmou que milhares de integrantes de forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) deveriam se unir imediatamente a forças de paz da União Africana (UA) a fim de evitar mais sofrimento na região do Sudão, onde conflitos expulsaram dois milhões de pessoas de suas casas.
A não implementação dessa medida poderia alimentar as tensões entre o Sudão e o vizinho Chade, que acusa o governo sudanês de dar apoio a rebeldes interessados na deposição do presidente Idriss Deby.
"As consequências no caso de essas medidas não serem adotadas são fáceis de prever: mais dezenas de milhares de mortos, conflitos no Chade e guerras em outros pontos que poderiam desestabilizar grande parte da África", disse o ICG em um relatório intitulado "To Save Darfur" (para salvar Darfur).
Na semana passada, a UA aceitou prorrogar sua missão em Darfur até 30 de setembro e decidiu "em princípio" transformá-la em uma força mais ampla e mais bem equipada da ONU.
Mas o governo sudanês, que enfrenta um levante crescente por parte de diversos grupos rebeldes de Darfur, afirmou que uma medida do tipo significaria o fim das negociações de paz patrocinadas pela UA e realizadas na Nigéria.
Em uma carta separada, o grupo Human Rights Watch pediu ao Conselho de Segurança da ONU que acabe com a oposição sudanesa à força da ONU impondo sanções aos líderes do governo.
"O governo do Sudão está impedindo o envio de uma força da ONU porque teme que uma força maior e mais bem equipada possa prejudicar suas ações abusivas em Darfur", escreveu em uma carta Peter Takirambudde, diretor para a África do grupo.
Até agora, o entanto, a ONU não conseguiu chegar nem mesmo a um acordo sobre o envio de uma equipe de avaliação para o Sudão a fim de preparar o terreno para uma futura e eventual missão.
CESSAR-FOGO EM PERIGO
"A credibilidade da Amis (Missão da União Africana no Sudão) passa por seu pior momento. E o cessar-fogo que ela nunca conseguiu monitorar adequadamente encontra-se em perigo. Diante disso, a comunidade internacional tem se recusado a adotar uma ação significativa", disse o ICG no relatório.
Os primeiros soldados deveriam ser liderados pela França, que possui experiência na área, e o Conselho deveria autorizar futuramente o envio de mais 15 mil soldados para a região, disse o ICG.
O agravamento da situação em Darfur é prova de que a estratégia mundial adotada até agora está fracassando, afirmou.
"A atuação da comunidade internacional em Darfur, apesar do envio de alguma ajuda humanitária responsável por salvar vidas, tem se mostrado desanimadora."
Os rebeldes de Darfur acusam o Sudão de armar milícias árabes que estupram e matam moradores da região antes de incendiar seus vilarejos.
O ICG disse que rebeldes do Chade, estacionados perto da fronteira na região oeste de Darfur, pareciam prontos para invadir.
(Com reportagem de Marie-Louise Gumuchian)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/311983/visualizar/
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