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Cidades/Geral
Sexta - 17 de Março de 2006 às 07:43
Por: Sérgio Édison

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Os prefeitos de Sinop, Nilson Leitão (PSDB), de Feliz Natal, Manuel Sales (PSDB), e de Vera, José Nilton dos Santos (PMDB), apóiam o projeto para a implantação do consórcio intermunicipal de coleta, reciclagem e armazenagem do lixo produzido nos municípios. A garantia foi dada ao vice-presidente da Câmara de Sorriso, Santinho Salerno (PSDB), um dos articuladores da proposta e que visitou as prefeituras esta semana.

Nove municípios da região de Sorriso se interessaram pelo projeto. Além de Sorriso, o consórcio deverá incluir Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Vera, Feliz Natal, Santa Carmem, Nova Ubiratã e Sinop.

O projeto prevê a construção de uma usina de reciclagem, provavelmente, em Sorriso, próximo à entrada para Vera, permitindo que o lixo produzido pelos municípios não percorra uma distâncias maiores que 90 quilômetros.

A reciclagem da maior parte do lixo acontecerá ainda nos municípios de origem, através da coleta seletiva nas residências, comércios e indústrias. “A sugestão é de que as pessoas separem o lixo em casa ou nos estabelecimentos comercial. Cada tipo de lixo seria recolhido em cada dia da semana. Por exemplo, o papel na segunda, vidro na terça e assim por diante”, explica Santinho Salerno.

Pequenos municípios de base agrícola, como é o caso daqueles localizados no entorno de Sorriso, nem sempre têm recursos e áreas livres suficientes para a construção de um aterro sanitário, conforme determina a legislação.

Em seus contatos com os prefeitos, Santinho cita como exemplo a cidade gaúcha de Três Passos que, como grande parte dos municípios brasileiros, enfrentava problemas com a coleta e a destinação do lixo. Os resíduos gerados por seus 18 mil habitantes tinham de percorrer 105 quilômetros até um “lixão” localizado em Palmeira das Missões. Para isso, a prefeitura gastava cerca de R$ 240 mil por ano, aproximadamente 3,5% de seu orçamento, correndo o risco de ser multada pelo Ministério Público por descumprir as leis ambientais.

A solução foi a formação de um consórcio intermunicipal de tratamento de resíduos sólidos urbanos, que o hoje agrega um total de 10 municípios, com uma população total de 149 mil habitantes. “O objetivo era dar uma destinação adequada aos resíduos e reduzir os gastos com a coleta”, desta Salerno. “Agrupados, os municípios fizeram um convênio com o governo gaúcho e com o Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional da Saúde. O convênio possibilitou o financiamento do aterro sanitário e de uma central de triagem, construídos no município de Humaitá”.

A partir daí, cada prefeitura tratou de organizar a coleta seletiva em seu município, realizando campanhas para convencer a população a separar o lixo “seco” e o lixo “úmido” ou orgânico. A fim de sensibilizar os moradores, acionaram-se os meios de comunicação de massa, principalmente as rádios locais, realizaram-se ciclos de palestras e espalharam-se outdoors pelas cidades. Além disso, buscou-se o envolvimento das escolas, das igrejas e dos agentes comunitários de saúde, devido ao seu permanente contato com as famílias.

O lixo é um grande problema em Feliz Natal, que produz diariamente cerca de 22 toneladas. “Simplesmente não temos mais onde colocar esse lixo sem criar problemas à nossa população”, lamenta o prefeito Manuel Sales. O município está conseguindo junto ao Governo Federal a liberação de R$ 400 mil para a construção de um aterro sanitário. “Vamos fazer um estudo. A idéia do consórcio é muito boa e se for viável encontraremos uma maneira de redirecionar os recursos para a construção da usina”, acrescenta.

Em Vera, o lixão fica junto à cidade. O prefeito José Nilton dos Santos também está viabilizando recursos federais para o aterro sanitário. “O problema é local adequado para construir essa obra. Ninguém quer ser vizinho de um depósito de lixo ou algo parecido”, diz.

Um dos grandes defensores do consórcio do lixo é o prefeito de Sinop. Diante da urgência para encontrar uma destinação definitiva ao lixo produzido pelos 100 mil habitantes do município, Nilson Leitão ofereceu a Santinho Salerno todo apoio e logística necessários para acelerar a conclusão do projeto, a definição dos municípios participantes e busca dos recursos para a construção da usina de reciclagem.

Salerno está bastante otimista como o interesse incondicional dos prefeitos. "A adesão dos municípios da região vai ser total. Vamos realizar uma reunião nos próximos dias para definir estratégias e partir em busca de recursos estaduais e federais para viabilizarmos o consórcio e termos a usina funcionando a todo vapor em breve", comemora o vice-presidente da Câmara de Sorriso.

Triagem No Rio Grande do Sul, no consórcio de Três Passos, enquanto as prefeituras se responsabilizam pelas campanhas de sensibilização junto aos moradores e pela coleta do lixo, o consórcio cuida da triagem, da separação e do destino final dos resíduos. O lixo é transportado até uma central de triagem, onde a parte “úmida” ou orgânica é depositada na composteira, que é o local onde esse tipo de resíduo se transforma em adubo.

O lixo “seco” é depositado numa esteira, onde se faz a separação em vários grupos, de acordo com a de manda por recicláveis: papel, papelão, plástico branco, garrafas plásticas, PVC, vidro, alumínio, fio de cobre, madeira e lenha, sucata de ferro, plástico colorido, papel misto, bateria, válvula de gás e pilha.

Depois da triagem, o lixo é prensado, pesado e contabilizado. O material que sobra vai para o aterro sanitário. Quanto mais bem feita a separação domiciliar e a coleta municipal, tanto mais fácil é o trabalho de triagem, maior o volume de resíduos vendidos e menor a ocupação do aterro.





Fonte: ClicHoje

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